Os coadjuvantes

A verdadeira origem do papel de padrinhos, madrinhas, pajens e damas de honra
sexta-feira, 10 de maio de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Os coadjuvantes
Os coadjuvantes

Dizem que a presença de padrinhos e madrinhas nos casamentos começou na Idade Média. Como nessa época, praticamente todos os matrimônios eram arranjados pelas famílias, havia o risco da noiva se apaixonar por algum “indesejado” e arquitetar uma fuga com o amado, justo no dia do matrimônio. Então, o noivo pedia a alguns amigos para proteger a futura esposa de um possível “rapto”. Por outro lado, a noiva incumbia suas amigas de ajudá-la na fuga.
Contam também que, ainda na Idade Média, e pelo medo do rapto, determinou-se que a noiva ficasse à esquerda do noivo na cerimônia religiosa, para possibilitar que ele empunhasse a espada com facilidade e rapidez. Caso necessário colocava-se um guerreiro de confiança, do lado direito, para reforçar a segurança. Era o padrinho.
 A Igreja Católica acabou incorporando, em seus ritos, a presença de padrinhos e madrinhas, transformando-os em testemunhas da celebração. A eles cabe a missão de apoiar e acompanhar o casal, desejando que a união seja duradoura e feliz. Portanto, a escolha dessas pessoas merece atenção. Dificilmente um “amigo” de última hora cumprirá esse papel. Podem ser familiares ou amigos. O fundamental é convidar alguém que ambos conheçam e que convivam harmoniosamente.
Se antes cada noivo escolhia apenas um casal para padrinhos, atualmente esse número cresceu bastante, causando dor de cabeça aos cerimonialistas que se vêm obrigados a posicionar todos adequadamente. Convidar por convidar qualquer pessoa para fazer esse papel, apenas para “não ferir suscetibilidades”, é total insensatez. Os padrinhos e madrinhas têm que ser, realmente, pessoas que vão fazer parte da vida do casal, auxiliando-o nos momentos difíceis e participando dos alegres.

Pajens e damas de honra

Como tantas tradições, as figuras do pajem e da dama de honra têm várias versões. A mais aceita para o primeiro é que tenha surgido na Igreja Anglicana, como uma adaptação do cargo de pajem de honra — filhos de nobres que participavam, com destaque, das cerimônias importantes, como as coroações de reis e rainhas. Aos poucos, os pajens dos casamentos anglicanos foram sendo introduzidos nas cerimônias de outras religiões.
Já para a dama de honra existem duas vertentes. A primeira vem da Idade Média, quando os senhores feudais tinham o privilégio de passar a noite de núpcias com as noivas de seus subalternos. Para evitar isso, as famílias das moças vestiam algumas mulheres com trajes idênticos às das noivas, com a finalidade de confundir o senhor feudal. Assim, ela seria preservada para o verdadeiro marido.
Outra versão diz que, na Antiguidade Romana, as noivas iam para o altar acompanhadas por mulheres vestidas da mesma forma, para confundir os maus espíritos que, ao não conseguirem distinguir os recém-casados (a lenda vale para os noivos também), deixava-os em paz. Assim, o casal era poupado do sofrimento e misérias.
Os tempos são outros, os senhores feudais desapareceram e ninguém mais acredita que maus espíritos apareçam no dia do casamento. Mas ainda há noivas que exigem que suas damas se vistam semelhantes a ela, embora com cor de tecido diferente. Mas esse costume está em queda, substituído por trajes diferentes. 
Seja qual for a versão certa, o fato é que as damas de honra têm a função de apoiar as noivas e, geralmente, participam ativamente da preparação do casamento. Por isso, é fundamental que elas sejam bem escolhidas.
A escolha de crianças para essas funções merece atenção especial. Pajens e as chamadas “daminhas” são, normalmente, crianças da família ou filhos de amigos. A entrada deles é sempre uma atração especial, dando um tom de leveza e pureza ao evento. Mas é bom lembrar que as cerimônias de casamentos são demoradas e que criança cansada e entediada, presa em roupas de gala, certamente vai ficar irritada. Sem contar com a timidez. Elas podem, simplesmente, se recusar a entrar na igreja. Mas pela graça e alegria que elas proporcionam, vale o risco.

Detalhes que fazem diferença

Apesar de o ‘look” da noiva ser o mais esperado e comentado, o visual de padrinhos, madrinhas, pajens e daminhas compõem o espetáculo. Além das roupas, detalhes como lapelas e buquês dão um charme especial aos “coadjuvantes”.
Segundo Luciani Affonso, responsável pela ornamentação em flores naturais de muitos casamentos, é comum as daminhas entrarem na igreja com uma miniatura do buquê da noiva ou de flores como “chuva de prata”. “Esta ficando comum também, as daminhas virem com buquês de pirulitos ou marshmallows, que dá uma graça a mais às meninas”, diz Luciani.
Quanto às lapelas de padrinhos e pajens, a flor mais usada é a cravínea, um minicravo, flor considerada mais masculina. “Às vezes coloco minirrosas, miniorquídeas e até flores presentes no buquê da noiva. Mas cravínea é o ‘arroz de festa’, fica bem com tudo, então é bastante usada”, diz Luciani, ressaltando que, como essas encomendas são sempre feitas pelas noivas, ela sempre aconselha que os noivos sejam consultados, para que não haja constrangimentos na hora em que eles vejam a própria roupa. “Flor é preocupação das noivas. Mas dão um toque muito bonito aos noivos e pajens”, acrescenta.  

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