Os caminhos da felicidade

sexta-feira, 09 de março de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Thereza Freire Vieira (*)

É comum, com o envelhecimento, as pessoas ficarem se lembrando das coisas boas que aconteceram no passado. A memória retrógrada, na maioria das vezes, é a que persiste com maior intensidade. O que aconteceu quando era criança, na adolescência na vida adulta. A maioria de pessoas, porém, cria o hábito de falar do passado e deixa de viver o momento presente.

Não percebem o sorriso de seus netos, os filhos casados como são atenciosos, todos os dias passam em sua casa apenas para dizer “Oi mãe, oi pai tudo bem? Ou bença mãe”. E o abraço apertado que eles lhes dão? Às vezes até dizem: Está me quebrando as costelas... Mas mesmo depois que eles saem você fica sorrindo e feliz. É bom ser lembrado pelos filhos.

Pense nas coisas boas que estão lhe acontecendo e não no que aconteceu há tanto tempo! Pensar nas coisas boas ou ruins que aconteceram no passado é perda de tempo, deve viver o hoje, o agora. Ontem já passou, amanhã virá ou não, por que se preocupar com o que já foi ou com o que virá?

Olhe ao seu redor, você não se entusiasma com o seu jardim que em pleno inverno está coberto de flores? Quando um neto vem sorrindo para contar-lhe uma novidade, para colocar um disco de que ele gosta para você ouvir, quando vem pedir-lhe conselhos, orientação para algum problema que os pais não têm tempo para ouvir? Ele confia em você, ele o ama, é por esse motivo que procura os avós.

Você não sabe contar uma história para uma criança que está doente e querendo companhia? Não sabe ler um livro para alguém que não sabe ler? E os bordados, o crochê, tricô, que você fazia tão bem e sempre eram admirados? Por que não ensina para os mais moços de sua família, para os vizinhos e as pessoas que nunca tiveram ninguém para ensinar? Pense bem: É tão bom ver o sorriso nos lábios de alguém que o abraça e diz que o ama muito. Não dê colher de chá para a inércia, que apenas daria espaço para recordações desagradáveis.

Aja como se fosse feliz. Pessoas com aparência feliz, na verdade, sentem-se melhor.

(*)- Médica Geriatra e escritora,

colaboradora de jornais e revistas

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade