Os 80 anos da Casa dos Pobres serão festejados no domingo

Eloir Perdigão

A Casa dos Pobres São Vicente de Paulo completa 80 anos e a data será comemorada com festa no domingo, 26, das 9h às 18h, com missa campal, almoço (yakisoba), doces, bebidas e show musical. Todos os benfeitores e a comunidade em geral estão convidados pela diretora da instituição, irmã Adriana Aparecida Santos. O valor apurado será revertido para os 145 internos da instituição.

Os festejos serão iniciados com a celebração eucarística, às 9h30, presidida pelo bispo diocesano Dom Edney Gouvêa Mattoso, e segue com a reinauguração do Centro de Atendimento, prédio destruído na catástrofe de janeiro de 2011 e reformado com dinheiro enviado por um grupo de suíços (uma parte do prédio já havia sido recuperada com dinheiro também de suíços, compreendendo cozinha e três depósitos). O Centro tem consultório dentário, fisioterapia, pedagogia, psicologia, fonoaudiologia e costura. O espaço abriga ainda o Projeto Fraldão, de grande ajuda para a Casa dos Pobres, que produz as 10.000 fraldas geriátricas consumidas todo mês pelos internos. Todo o trabalho é feito por voluntários.

MANTIDA PELA COMUNIDADE – A Casa dos Pobres construiu, ao longo de seus 80 anos, uma longa e reconhecida história de acolhimento a idosos e deficientes carentes de Nova Friburgo e região. Ali, eles encontram a atenção que merecem no que diz respeito a afeto e no conforto proporcionado pela qualidade das dependências da entidade, equipadas e atualizadas com ajuda da comunidade.

Há cerca de seis meses foi reformado o chamado Jardim de Nossa Senhora, a entrada lateral — e agora oficial — onde são atendidas todas as pessoas, benfeitores, voluntários, visitantes, enfim, todos que se dirigem à administração.

Um sonho da irmã Adriana e de todos da Casa dos Pobres está se tornando realidade. A construtora Silthur está patrocinando duas piscinas de hidroginástica para os internos, sendo uma específica para os deficientes. A irmã Adriana avalia que este é um verdadeiro avanço no atendimento da casa. "A pessoa não é colocada aqui só para receber alimentação, mas para um todo. E a hidroginástica vai ajudar muito no atendimento”, salienta. As piscinas — aquecidas — vão funcionar no galpão onde ficava a antiga lavanderia (reconstruída em outro prédio). A previsão de inauguração é para agosto.

Anexo ao galpão onde funcionarão as piscinas será construído um espaço para festas, com a contribuição da Wermar e Pedrinco, além da Silthur, que também se responsabilizou por melhorias nas alamedas internas da casa, com asfalto, e na construção de uma pequena quadra de grama sintética, bastante utilizada pelos internos.

ARRECADAÇÃO DO BAZAR – A comunidade tem sempre importância fundamental para a manutenção da Casa dos Pobres São Vicente de Paulo. A instituição mantém um bazar permanente, que funciona há um ano, na Rua Sete de Setembro, nas dependências da antiga loja Nibra, cedidas pelo supermercado Cavalo Preto.

Com o valor arrecadado no bazar estão sendo adquiridas as camas e os armários dos quartos dos internos. Oitenta camas já foram compradas com o faturamento do bazar, ao preço unitário de R$ 2.300, perfazendo o total de quase R$ 190 mil reais. É um trabalho mantido tanto pelas pessoas que fazem suas doações quanto pelas que compram os artigos.

CONVÊNIOS ATRASADOS – Mas nem tudo são flores. A Casa dos Pobres São Vicente de Paulo enfrenta dificuldades financeiras por conta do atraso no repasse de verbas do convênio com o governo federal, retidas na prefeitura.

Um dos convênios é mantido também com o governo do estado, que ajuda no setor técnico. Já o convênio do governo federal se destina à alimentação. No entanto, há três anos a irmã Adriana luta para que o valor dessa subvenção seja liberado pela prefeitura de Nova Friburgo e não consegue. A diretora espera que o governo municipal consiga liberar os recursos o quanto antes, para fazer frente à demanda que é enorme. O que não é difícil de comprovar, diante do número de internos: 145 pessoas.

COLABORAÇÕES PODEM SER FEITAS – Diante de tantos desafios, a participação da comunidade é sempre bem-vinda. Uma das formas de colaboração é através de um carnê, que pode ser pago nas agências bancárias e lotéricas. Os benfeitores também podem incluir qualquer valor nas contas de água e energia elétrica. Ao quitar essas contas, automaticamente os valores são repassados à Casa dos Pobres.

As despesas com os internos são diárias, incluindo alimentação, roupas, remédios, material de limpeza, funcionários e melhorias na parte física do prédio. Além das diversas colaborações, o comparecimento à festa de domingo é outra forma de contribuição. "A gente gostaria mesmo é que todos viessem participar. Afinal, são 80 anos de caminhada do povo friburguense junto com a Casa dos Pobres. A festa não é da casa, é de todos nós que contribuímos para que essa casa exista, dos benfeitores”, realça a irmã Adriana, que aguarda a presença de superiores da Ordem de São Vicente de Paulo na festa. "Será um bom momento para agradecer a Deus e nos fortalecermos para que possamos continuar realizando essa obra de amor, fazendo acontecer a caridade”, finaliza.