Buscar conhecer melhor o histórico do movimento de incubadoras, saber o que vem sendo feito hoje no mundo, ver o que tem dado certo e traçar um paralelo com a realidade do Brasil e o trabalho realizado em Nova Friburgo — foi com este objetivo que a Origem Incubadora de Empresas Inovadoras do Instituto Politécnico/Campus Regional da UERJ integrou recente missão aos Estados Unidos para participar da IX Triple Helix Internacional Conference (Conferência Internacional da Hélice Tríplice). O evento foi realizado na Califórnia, onde fica localizado o Silicon Valley (Vale do Silício), região onde estão instaladas algumas das maiores empresas globais nas áreas de tecnologia da informação.
A conferência internacional é realizada desde 1996 pela Triple Helix Association, entidade que estuda as interações entre os sistemas acadêmicos, industriais e governamentais como meios de promover a inovação e o crescimento econômico. Este ano, pesquisadores, estudantes e representantes de diferentes organizações públicas e privadas de vários países se reuniram na Universidade Stanford para discutir a experiência do Vale do Silício como modelo de apoio a empresas nascentes. Segundo a gerente da Origem, Lanice Fagundes, o tema foi bastante oportuno, tendo em vista que a proposta da incubadora visa promover o surgimento de novos empreendimentos e aproximação destes com as pesquisas acadêmicas.
“Nossa missão é apoiar empresas que estão começando e desenvolvendo um produto inovador. E isso é feito por meio dos serviços prestados, como capacitação gerencial e consultorias em diversas áreas, mas também fazendo essa intermediação com o conhecido produzido nas universidades”, explicou Lanice Fagundes. Segundo ela, um dos pontos importantes da viagem, que durou dez dias, foi poder constatar os benefícios que esse contato gera para a sociedade. “Tivemos o privilégio, na ocasião, de visitar empresas fortes como a HP, o Google, o Facebook e a Tesla (fabricante de carros elétricos), mas que dependeram do apoio fornecido pelos parques tecnológicos nascidos da parceria com as universidades e governos”.
Além da gerente da Origem, integraram a missão Uerj os gestores da Incubadora de Resende, Alexandre Palmeira e Dilza Tomas, e da Escola de Desenho Industrial (ESDI), Anna Rosemblun e Luiz Saboya, e ainda as professoras Mariza Almeida e Branca Terra, do Campus Maracanã. A ida aos Estados Unidos, vale citar, estava prevista desde 2009, como segunda fase das ações do projeto “Programa de Pré-Incubação, Incubação e Pós-Incubação da Uerj”, fomentado pela Faperj (Fundação Carlos Chagas de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), que visa dotar as incubadoras de infraestrutura e equipamentos, e também capacitar seus administradores. Ainda segundo Lanice Fagundes, enquanto grupo de trabalho, um dos desdobramentos da viagem será aprofundar o debate iniciado na conferência.
“Ficamos felizes de ver que aqui na Uerj, e mais especificamente na Origem Incubadora de Empresas, temos desenvolvido o mesmo nível de trabalho dessas incubadoras que são referência no mundo. Mas a questão que se coloca agora, a partir do que foi discutido no congresso, é se é melhor caminharmos como multissetorial ou focar na especialização, como se deu no Vale do Silício. Enfim, temos de buscar como trabalhar melhor dentro dessas duas vertentes de atuação”, disse Lanice Fagundes, acrescentando que aquela região começou a se desenvolver na década de 50, com a instalação das primeiras empresas de base científica e tecnológica, e hoje se destacando na produção de chips, componentes eletrônicos e informática.
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