A Origem Incubadora de Empresas Inovadoras do Instituto Politécnico - Campus da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em Nova Friburgo está participando esta semana de um evento nos Estados Unidos que coloca em foco um assunto de grande importância para o desenvolvimento dos países: a parceria entre universidades, governos e empresas visando promover a inovação e o empreendedorismo para a geração de novos negócios, empregos e renda.
A IX Triple Helix Internacional Conference (Conferência Internacional da Hélice Tríplice) está tendo lugar na Universidade de Stanford, na Califórnia, reunindo pesquisadores, estudantes e representantes de diferentes organizações, como órgãos públicos, empresas e instituições. Promovido pela Triple Helix Association, o objetivo do encontro, que acontece desde 1996, é estudar as interações entre os sistemas acadêmicos, industriais e institucionais como meios para promover a inovação tecnológica e crescimento econômico.
A gerente Lanice Fagundes explica que a viagem aos Estados Unidos estava prevista desde 2009, quando a Origem, a Incubadora de Resende e a Escola de Desenho Industrial, todas ligadas à Uerj, tiveram um projeto conjunto aprovado pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro). “Era um edital específico para dotar as incubadoras de infraestrutura e equipamentos, que previa ainda a capacitação de seus gestores e dentro da qual se insere nossa ida ao congresso”, disse.
Ainda segundo Lanice Fagundes, essa missão é uma segunda fase do edital. “Na primeira, com os recursos recebidos, equipamos a Origem com novos mobiliários e computadores”, completou, acrescentando que, além dela, também participam do evento representantes das outras duas instituições parceiras da incubadora no projeto e da Faperj. “Sem dúvida, essa é uma grande oportunidade para saber o que está acontecendo no mundo, de nos atualizar e ver a situação do Brasil dentro deste contexto”, afirmou.
A Hélice Tríplice
A Triple Helix é uma associação que se dedica a promover análises e estudos sobre a interação entre universidades, empresas e governo visando traduzir modelos acadêmicos em realizações concretas. De acordo com Lanice Fagundes, essa hélice tríplice universidade-governo-empresa tem favorecido, nos últimos anos, o desenvolvimento de pesquisas em diferentes áreas que têm resultado em novas tecnologias, produtos e serviços — muitos deles já disponíveis hoje no mercado.
“Os governos, percebendo o potencial das universidades e do empreendedorismo para a inovação, têm subvencionado, através de agências de fomento e seus editais, projetos que tenham esse foco, considerando ainda seu alcance social e ambiental”, explicou a gestora. Contudo, ainda segundo ela, as universidades não têm os meios de comercializar o produto de suas pesquisas, que geralmente tem um custo final alto em razão dos investimentos e dos anos de trabalho e dedicação dos cientistas.
“Por outro lado, quem poderia fazer isso, ou seja, disponibilizar essa tecnologia no mercado, tem dificuldades de acesso a elas. É aí que entra o papel das incubadoras. Elas apoiam o surgimento de novas empresas e empreendimentos inovadores não apenas com serviços, consultorias e capacitação gerencial, mas também fazendo essa intermediação, essa aproximação das empresas com o conhecimento que existe dentro das universidades e suas possibilidades de aplicação prática”, continuou.
“No caso da Origem, somos uma incubadora multissetorial, o que significa que atuamos em outras áreas além daquelas de competência do IPRJ, com foco no desenvolvimento de Nova Friburgo e região, e por estarmos vinculados à Uerj temos, de certo modo, mais facilidade de acesso ao conhecimento acadêmico e científico produzido pela universidade”, afirmou Lanice Fagundes, lembrando que a Origem já tem mais de 15 anos de atividade.
Vale destacar que, nesse período, a Origem se tornou um dos principais vetores na condução das competências regionais e da universidade na criação de novos empreendimentos. Além da atualização e capacitação constantes, a incubadora organiza eventos e encontros de negócios, e ainda vem buscando recursos junto às agências de fomento, atraindo parceiros e se aproximando de importantes instituições para atender a sua crescente demanda interna e das empresas.
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