O projeto “Saudade sim, Tristeza não”, organizado pela Associação Friburguense de Imprensa no carnaval, alcançou o objetivo esperado pelos diretores da AFI que, em parceria com a Academia Friburguense de Letras (AFL), projetaram quatro momentos de oração diferentes durante os quatro dias de carnaval: terço no sábado, missa no domingo e cultos evangélicos na segunda e terça-feira. A chuva atrapalhou um pouco os planos dos organizadores, mas, mesmo assim, houve bom comparecimento de público. Os coordenadores agradecem ao secretário de Turismo, José Motta, a todos os funcionários da secretaria, equipe de servidores do Centro de Turismo, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, onde foram realizados os atos religiosos, ao radialista Rogério Lima, responsável pelo som, Arautos do Evangelho, padre Marcus Vinícius Brito de Macedo (vigário da Catedral São João Batista e que representou o bispo d. Edney Gouvêa Mattoso), pastores Renato Gonçalves (Igreja Maranata), Adelino (Igreja Presbiteriana de Olaria), Sergio Paim (Igreja Ceifa), Trina (natural da Inglaterra e que faz um trabalho denominado Casa Esperança, com a Igreja Ceifa), Jackson (Igreja Batista do Catarcione) e Samuel (Igreja Batista Betel), além do Coral Jetsêmani.
A intenção da AFI e AFL foi justamente rezar pelos mortos da tragédia de 12 de janeiro, pelos que ficaram e, acima de tudo, pelo fortalecimento da fé no Deus que é amor, ao mesmo tempo que implorando as bençãos do Senhor para afastar o clima triste e obscuro que ainda se encontra na cidade. “Saudade sim, tristeza não. Evidentemente que jamais esqueceremos as pessoas que se foram, os entes queridos das mais de 430 famílias atingidas, mas, temos que estar conscientes de que existe um Deus que é amor e que nos convida diuturnamente para fazermos parte do seu Reino”, afirmou o presidente da AFI, jornalista José Duarte.
A cidade hoje possui 40 frentes de trabalho, quatro equipes do Corpo de Bombeiros, trabalhando em 121 encostas; cinco mil pessoas que terão de ser retiradas de suas casas, 428 mortos, 85% da população morando em áreas de encostas e uma ocupação desordenada muito grande. Por isso a ideia do projeto religioso no carnaval foi desenvolvida. “Precisamos repensar nossa vida, renovar a nossa fé, repensar o procedimento atual, valorizando o ser, e não o ter, e somente através de muita oração podemos chegar a este plano”, afirmou o presidente da Academia Friburguense de Letras, Aécio Alves da Costa.
Para os organizadores, o importante não era a quantidade de pessoas, mas a qualidade de quem participou do projeto, pois os desfiles de blocos de enredo e escolas de samba foram substituídos por um carnaval de orações nos quatro dias, e quem não compareceu perdeu uma grande oportunidade de participar de momentos de alegria, congraçamento e oração. “É hora de dizer sim a Deus. Saudade sempre vai existir, mas tristeza não, pois Deus nos escolheu para a reconstrução da cidade”, destacou o padre Marcus Vinícius, que presidiu a missa no domingo.
Nova Friburgo será reconstruída, mas não se pode mensurar o prazo. O trabalho já começou. “Recomeçar, reinventar, renovar a esperança, fortalecer o sentimento de união que está dentro de todos nós, porque sem ele nada conseguiremos. Não importa o credo praticado, mas a vontade de fazer viver, renascer uma Nova Friburgo bonita, principalmente através da fé”, destacou o pastor Renato Gonçalves.
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