Texto: Karine Knust / Fotos: Amanda Tinoco
Fim de ano é sinônimo de festa, comunhão com amigos e familiares e muita troca de presentes. No entanto, apesar do ato de presentear ser uma tradição da época, os friburguenses têm se tornado mais contidos quando o assunto é gastar dinheiro. Pelo menos é o que indica os dados divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
De acordo com matéria publicada na edição de A VOZ DA SERRA deste fim de semana, os índices do SPC mostram que este ano as vendas de Natal na cidade registraram crescimento de apenas 2% em relação a 2013. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) — entidade que administra o SPC — este foi o pior movimento dos últimos anos. A reportagem de A VOZ DA SERRA foi às ruas para saber dos friburguenses por que os gastos neste fim de ano foram menores. Apesar das contas comuns a janeiro já serem um bom motivo para economizar, a maioria da população também admite que a alta nos preços de alguns produtos também motivou a retenção de despesas.
"Comprei algumas coisinhas pra mim, mas foi muito pouco, nem meu marido ganhou presente nesse Natal. Além de não ter condições para esbanjar, deixei o dinheiro extra do décimo terceiro salário para pagar contas.”
Diana Miranda, 19 anos, costureira, Lumiar
"Não gastei com presentes nesse fim de ano porque, realmente, não procuro festejar dessa forma. Não vejo o Natal como uma época onde se deva praticar o capitalismo. Prefiro presentear em outras datas, também festivas, ao longo do ano. Fim de ano deve ser um tempo de comunhão e reflexão.”
Paulo Guimarães, 26 anos, assessor de imprensa, Cônego
"Não deixei de comprar presentes, mas também me preocupei em dar apenas o essencial. Janeiro tem muitos gastos, e aí é sempre importante economizar. Até porque nunca se sabe como será o futuro econômico pessoal e do país como um todo.”
Simone Teixeira, 42 anos, professora, Centro
"As coisas estão cada vez mais caras, não tem como presentear a todos sabendo que em janeiro as contas são ainda maiores. Nesse fim de ano ninguém ganhou presente lá em casa, a não ser meu filho, que ainda é uma criança.”
Alciania Heringer, 39 anos, lavradora, Lumiar
"Neste fim de ano sobrou um dinheiro extra e por isso consegui comprar um pouco mais do que no ano passado. Confesso que não pensei muito nas dívidas comuns ao começo do ano”.
Iara Gomes, 28 anos, costureira, Rui Sanglard
"Meus gastos no fim do ano foram bem moderados. Além de tudo ter aumentado consideravelmente, para mim, é lei dar mais atenção aos encargos de início de ano”.
Maria Rita Faria, 60 anos, aposentada, Jardim Ouro Preto
"Em relação ao ano passado, gastei um pouco mais em presentes, apesar das coisas estarem mais caras. Mas, mesmo assim, me preocupo em sempre guardar um pouco do décimo terceiro para imprevistos e contas de janeiro.”
Luzia Fagundes, 53 anos, professora, Jardim Califórnia
"Nesse fim de ano foi contenção total. Só com os gastos de material escolar já vou morrer, e muito, na praia. Além de IPTU e outras contas de janeiro, é claro. Sem contar ainda que esse ano minha filha terá a sua formatura e vai completar seus quinze anos. Não é fácil administrar tantas coisas, mas é por isso que a gente tenta gastar o mínimo possível para dar tudo certo.”
Rosângela Ribeiro, 50 anos, artesã, Jardim Ouro Preto
"Gastei bem menos do que nos últimos anos. Preferi me preocupar com outras prioridades, já que, só com o IPVA, por exemplo, vou gastar boa parte do meu salário.”
Leonardo Vieira, 29 anos, professor, São Geraldo
"As coisas estão bem caras. Mesmo me preocupando em presentear só as crianças, acabei gastando bastante. Mas foram apenas elas que ganharam presentes. Estou mais preocupada com os gastos na obra da minha casa e com o carro. O décimo terceiro, por exemplo, foi destinado ao IPVA.”
Flávia Frez, 32 anos, do lar, São Geraldo
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