Opiniões: Populares e sambistas falam das mudanças no carnaval deste ano

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Um desejo antigo dos sambistas começará a se tornar realidade pelas mãos do secretário municipal de Turismo, Sergio Madureira, já no próximo carnaval. Os desfiles das escolas de samba e blocos de enredo serão realizados, respectivamente, na terça-feira e no domingo de carnaval. A ideia é valorizar o desfile friburguense e fugir da concorrência da transmissão de televisão no Rio de Janeiro.

Outra novidade será a inversão no sentido dos desfiles: começarão todos na Avenida Ariosto Bento de Mello e terminarão em frente ao terceiro portão da Prefeitura de Nova Friburgo. Uma redução de tempo e tamanho do desfile que, a princípio, agradou a todos, principalmente aos sambistas da cidade. No que se refere às arquibancadas, outra novidade: serão camarotes, vendidos sob rígida fiscalização, para que ninguém monte acampamento de madrugada e impeça outras pessoas de tomarem assento.

Outras providências estão sendo tomadas por Sergio Madureira, como a escolha do Gay do Carnaval, que sai da Avenida Alberto Braune e passa para o salão social da Sociedade Esportiva Friburguense (SEF). Haverá prévias na SEF, organizadas por Willian Ferro, e somente cinco escolhidos participarão da finalíssima. Existem outras novidades nos planos de Madureira, mas ele não definiu se serão colocadas em prática já no próximo carnaval.

A maioria dos populares ouvidos por A VOZ DA SERRA também gostaram das mudanças na festa de Momo. Confira a seguir.

“O espaço será muito pequeno para a evolução no caso da escola de samba. Acho que deveria haver um espaço bem maior, a própria Alberto Braune acho que é pequena, imagina se diminuir. Acho que o desfile teria que ser na Euterpe, teve um ano que foi lá.”

Joaquim da Silva Canastra, 64 anos, aposentado, Conselheiro Paulino

“O importante é trazer visitantes para Friburgo, incentivar o turismo. Onde vai começar o desfile ou terminar importa pouco. O que importa é uma cidade limpa, um espaço ordeiro, com policiamento, segurança para que o turista possa brincar sossegadamente, gastar o dinheiro aqui, porque precisamos de grana na cidade. Queremos um carnaval animado, alegre, com bastante mulher bonita, seja na Alberto Braune ou em outro lugar.”

João Luiz Caetano (China), 73 anos, aposentado, Duas Pedras

“Acho muito boa essa proposta, porque pelo menos poderia vir o trânsito até o meio da avenida, ela não ficaria toda impedida.”

José Carlos Pereira, 76 anos, aposentado, Cônego

“Acho que do jeito que era com relação ao desfile, mas em relação ao trânsito seria bem melhor da nova forma.”

Juliana Mury Flor, 22 anos, vendedora, Catarcione

“Se reduzir o espaço do desfile algum problema acontecerá na dispersão ou na concentração, não vai dar para sair, não tem muito espaço. Acho que o trecho é pequeno para a evolução das escolas de samba. Considero que tem que ser no mínimo toda a avenida. E se possível arrumar outro lugar, seria melhor do que no centro da cidade.”

Geraldo Balbi, 56 anos, engenheiro civil, Centro

“Acho que será muito pequeno o desfile, não vai ter desfile nenhum. Não vai ser escola de samba, vão ser só blocos. Então não precisa ter desfile, só um pedaço da avenida não é uma boa. E essa inversão? Por que não como sempre é todos os anos? Acho horrível a mudança. Não vai ser carnaval, não vai ter desfile, não vai ter escola de samba, vai ser uma bagunça total.”

Patrícia Silva Pereira, 37 anos, do lar, Mury

“Isso é ridículo, ninguém quer isso, não é unânime. É um absurdo, acho que o carnaval aqui no Centro não tem que ser mexido, tem que ser do jeito que sempre foi, já é tradicional, é o costume, é o lugar que todo mundo quer.”

Antônio Manoel da Silva de Brito, 45 anos, advogado, Cordoeira

“Seria uma boa, seria muito interessante, evitaria o problema de trânsito, evitaria muita coisa.”

Ivan Gambini, 65 anos, cirurgião-dentista, Centro

“É bom, porque acho que vai desafogar até um pouco mais da Ariosto até as praças Getúlio Vargas e Dermeval. Seria melhor também até para os próprios transeuntes. É um experimento que tem tudo para dar certo.”

Ronaldo Vanzillotta, 46 anos, assessor parlamentar, Centro

“Desde que tenha o carnaval, que haja turismo na cidade, já importa. Mas isso depende muito do jeito que será feito, deve ter aprovação do povo. Estou de acordo, porque favorecerá escolas como Vilage e Alunos do Samba, em contrapartida, desfavorece a Imperatriz e a Saudade. Isto vai dar uma certa polêmica, mas acho legal, aprovo.”

Zelmir Lopes Fonseca, 55 anos, aposentado, Chácara do Paraíso

“Acho a ideia ótima, vai valorizar o sambista friburguense. O nosso carnaval precisava de uma mexida há muito tempo. As ideias do novo governo são muito bem aceitas por mim. Poderemos ter mais espaço para desfilar.”

Luzia do Espírito Santo, sambista, escola de samba Alunos do Samba

“Já estava na hora de uma modificação bastante ampla. O desfile ficou chato, a Alberto Braune muito apertada, o espaço era muito curto e Nova Friburgo perdia muitos turistas com aquela bagunça organizada que acontecia. Está de parabéns o secretário Sergio Madureira.”

Daniel Lage, sambista da Vilage no Samba, Cônego

“Como sambista, aprovo integralmente as mudanças. Como vice-presidente da Liga das Escolas de Samba, muito mais, porque só quem está dentro da organização sabe das dificuldades que temos para organizar uma escola de samba. Toda novidade é polêmica, mas tenho certeza de que tudo isso dará certo.”

Peter Fillot, sambista da Unidos da Saudade e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba

“Gostei da ideia. É uma mudança radical, reclamada por todos os sambistas há muito tempo. Agora, sim, o nosso carnaval terá mais valor. O turista que aqui vier verá um carnaval digno de primeiro mundo.”

Betão, mestre-sala da Vilage no Samba

“Adorei as mudanças. Tem muita gente reclamando, mas nesta cidade tudo que se faz tem sempre alguém para ser contra. O importante é que alguém lembrou dos sambistas, daqueles que desfilam, que trabalham no barracão, que pegam no batente o ano inteiro. Essas mudanças com certeza só beneficiarão a todos.”

Ana Clara Mariano, sambista, Imperatriz de Olaria“Até que enfim alguém voltou os olhos para a organização do carnaval. A cidade teve uma enormidade de secretários de Turismo e nenhum fez nada! Nos últimos sete anos o desfile de carnaval foi uma vergonha, porque o governo que saiu não gostava de carnaval, fazia por obrigação. Essas alterações são ousadas, mas na hora certa.”

João Luiz Dias Alves, sambista, Unidos da Saudade

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