Muito tem sido comentado, principalmente pela imprensa, sobre preços, inflação, custo de vida. De acordo com a coluna Cesta Básica, publicada semanalmente em A VOZ DA SERRA, edição do dia 4 passado, os preços de setembro ficaram estáveis em relação ao mês anterior. Porém, fez ressalvas. Citou, por exemplo, o tomate, que chegou a divergir 223% entre os estabelecimentos pesquisados. Outros produtos também apresentaram variações, como a banana prata, farinha de mandioca e a batata.
Ainda de acordo com a coluna do último dia 4, a carne bovina, por ser o item que financeiramente mais pesa na cesta, merece atenção redobrada, pois chega a variar 93% de um estabelecimento para outro. Isto só para citar alguns produtos. E significa também a necessidade da pesquisa de preços. Confira a opinião de alguns entrevistados sobre o tema.
"Caro. Muito caro. Um absurdo. Os produtos estão cada dia mais caros e de pior qualidade. Porque as coisas de boa qualidade a gente quase não acha mais e quando acha é um preço absurdo. Eu tiro pelo arroz que eu uso, que só acho em dois supermercados. Agora não se encontra o pacote de cinco quilos por menos de R$ 16, R$ 17. Está demais! Eles falam que a inflação está em 7%, 8%, mas vai fazer as contas para ver: está mais de 20%!”
Sônia Teixeira, 57 anos, dona de casa, Lagoinha
"A minha mãe e todo mundo estão reclamando do aumento em geral. Comida principalmente. Está tudo caro, com certeza. A inflação está bem alta.”
Fernando Corrêa França, 50, técnico em contabilidade, Centro
"De uns tempos para cá o preço das coisas está aumentando muito. A gente que tem o hábito de fazer compras mensais vê que de um mês para o outro os preços estão se alterando muito, principalmente os da cesta básica. Isto está onerando muito o custo de vida. Os produtos estão ficando mais caros a cada compra. O que dificulta é o seguinte: a gente se baseia num orçamento de acordo com o que ganha, o salário não sobe e acaba virando um cobertor de pobre, tira de um lado, falta do outro. A coisa está apertando.”
Ailter Bastos de Melo Filho (Maguila), 42, motorista, Tiradentes/Amparo
"Os preços aumentam um pouquinho e a gente não nota, quando vai comprar é que vê. Está horrível. Remédio, tudo está muito caro, um absurdo. E também tem a diferença de preços - a gente vai num lugar é um preço, vai ao outro, é outro. A gente tem que procurar bastante antes de comprar.”
Guilhermina Gonçalves Bom, 75, dona de casa, Centro
"Os gêneros de primeira necessidade eu não vejo que estejam tão caros. Mas os supérfluos estão encarecendo. E estão diminuindo o peso das embalagens. O sorvete, que tinha dois litros, agora tem um litro e meio. As barras de chocolate eram de 200 gramas, agora têm 180, 160 e já estão aparecendo até de 140. E a gente vai pagar o mesmo preço da de 200 gramas de algum tempo atrás. Eles não alteram o preço, mas diminuem a embalagem. Está ficando difícil. Arroz, feijão, macarrão, produtos de primeira necessidade até que acho que não estão alterando muito o preço, agora para outras coisas está aumentando muito.”
Paulo Cesar da Silva, 65, aposentado, Centro
"Um absurdo. E o salário continua o mesmo. São quatro netos que moram comigo e os produtos para as crianças estão bem caros. A gente fazia compra com R$ 800, agora custa R$ 1 mil, R$ 1,4 mil, R$ 1,5 mil. Está ficando difícil.”
Maria Helena Bernardo, 60, doméstica, Cordoeira
"Se a pessoa souber consumir, dá para sobreviver. Por enquanto não está tão puxado, não. A gente tem que fazer as compras de acordo com o orçamento. Tem muita gente aí que está extrapolando, compra coisas excessivas, não se controla. Só se compra o que precisa. Eu compro num bom açougue que tem o chã com um bom preço. Procurando bem dá para sobreviver tranquilo.”
Jorge Luiz dos Santos, 48, jardineiro, Amparo
"Eu estou achando um absurdo. Está tudo muito caro. Eu estou dividindo as compras, nem faço mais compra por mês, se não o dinheiro não dá. Então, de acordo com o que a gente vai precisando, vai comprando, essas coisas que a gente precisa todo dia. E subiram bastante. Está muito difícil mesmo.”
Lene Monteiro Longo, 60, contadora, Centro
"Está ficando difícil porque a gente compra cada vez menos. Só que o povo se endivida porque é consumista. A mulher, se vê um sapato novo, quer comprar. E bota tudo no cartão. Quanto mais ganha, mais gasta. Temos que evitar o supérfluo.”
Ana Paula Fonseca, 35, empresária, Prado
"Eu acho que agora, com o cartão de crédito, o povo tem mais acesso às compras. Eu não fico endividada porque me controlo muito. Eu sei quanto eu ganho e quanto posso gastar. Se eu ganho R$ 1 mil por que vou gastar R$ 2 mil?”
Ana Lúcia de Souza, 47, funcionária pública, Bairro Novo/Conselheiro Paulino
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