Opiniões (A Nova Friburgo dos meus sonhos...) – 31/05/2015

Neste mês de aniversário da cidade, qual sua expectativa para o bicentenário em 2018?
domingo, 31 de maio de 2015
por Jornal A Voz da Serra
“Nova Friburgo + 200 anos” (Reprodução)
“Nova Friburgo + 200 anos” (Reprodução)

Encerrando a série de opiniões em comemoração aos 197 anos de fundação de Nova Friburgo, o jornal A VOZ DA SERRA publica mais uma enquete sobre as expectativas para o bicentenário da cidade. A equipe de reportagem ouviu a opinião de representantes de entidades e associações de classe, além de membros da sociedade civil organizada, sobre o que esperam para Nova Friburgo em seus 200 anos, a serem completados em 2018. Os depoimentos vêm ao encontro do projeto “Nova Friburgo +200 anos”, que começa a ser elaborado por friburguenses de nascimento e de coração para fomentar ideias e ações que contribuam para a construção de uma cidade mais próspera, bem cuidada, sustentável e com uma melhor qualidade de vida. Confira as opiniões.

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“Espero que Friburgo volte a ser uma referência na área de saúde pública como era no passado. Hoje o Hospital Municipal Raul Sertã não consegue atender a grande demanda porque recebe pacientes de toda a região, o que está sobrecarregando os serviços. Talvez a estadualização do hospital contribuiria para oferecer uma assistência de alto gabarito médico-cirúrgico e uma melhor remuneração às equipes de enfermeiros e técnicos. Também espero que o governo municipal fortaleça a rede de ambulatórios nos bairros e distritos de Friburgo. Isso traria muitos benefícios a população e reduziria o movimento no Raul Sertã. De concreto neste setor temos o Hospital de Oncologia, que já deverá estar funcionando no bicentenário da cidade. O governador e a atual administração estão de parabéns por essa iniciativa, que irá beneficiar não só os moradores de Nova Friburgo como de toda a Região Serrana e Centro-Norte. O hospital será, sem dúvida, uma conquista extraordinária para toda população. No âmbito cultural, gostaria que o Festival de Inverno voltasse a ser privilegiado com apresentações de música clássica e espetáculos de balé, no mesmo padrão do realizado em Campos do Jordão. Isso ajudaria Friburgo a recuperar o seu status turístico no estado.”

Carlos Pecci, presidente da Sociedade Médica de Nova Friburgo

‘Sonho com uma cidade controlando sua população. Quantos seremos em... 30 anos? Quinhentos mil?! Segundo o Ipea, em toda cidade com mais de 300 mil pessoas a violência extrapola e essa é uma Nova Friburgo que não quero; estamos (mal) acostumados à cidade com segurança. As pessoas se conhecem, e é maravilhoso. A cidade tem que ser isso: você se reconhecer nas pessoas, nos monumentos, praças... Prazer ao encontrar uma pessoa, conversar, ouvir o que tem para contar...

A cidade com que sonho é a que fazemos parte dela; integrados. Se comovendo ao morrer uma pessoa importante; se comove, por exemplo, num domingo de manhã, na banda Euterpe, ouvir a primeira audição de um grupo de crianças carentes, e nós intervindo, no futuro dessas crianças.

Uma cidade com a educação privilegiada, pois o ensino fundamental é assunto do município; a gente pode fazer diferente. Agora, a cidade com que eu sonho, só será possível com a participação de todos e o empenho de cada um. Não se pode ficar na sauna, num bar, reclamando, sem participar da mudança.

Os que lutam e amam a cidade colocam a cara a tapa e o peito na frente, são especiais e representam a cidade que quero e sonho. Onde se possa andar na rua tranquilo... diminuir o fluxo de veículos com ciclovia, calçadas melhores; que as pessoas aprendam a importância de curtir a paisagem, ver as cerejeiras no inverno...

Vivo e acompanho as transformações dessa cidade. Estamos numa vertente: de cidade maravilhosa a cidade problemática. Precisamos repensar isso... impedir o crescimento desordenado, formar lideranças políticas... E, para isso, a sociedade tem que estar organizada, nos seus mais diversos segmentos. A cidade com que sonho será fruto da luta de cada um.”

Paulo Benitez da Silva, presidente da Banda Euterpe Friburguense

“Para o bicentenário, Nova Friburgo necessita ser verdadeiramente acolhida por todos os friburguenses (de nascimento e de coração), ser admirada por suas belezas naturais, ser cuidada com desvelo pelos seus governantes e, sobretudo, ser valorizada, sobremaneira, em seus grandes diferenciais, sua beleza exuberante e seu movimento de trovadores. Os trovadores, que há tantos anos imprimem belas mensagens em quatro versos, merecem ser valorizados, afinal, Nova Friburgo é a cidade da trova. O maior slogan de turismo que Friburgo já teve partiu de um trovador, J. G. de Araújo Jorge, ‘Parada de um caminho, a caminho do céu’.”

Jane Ayrão, coordenadora cultural do Colégio Anchieta

“Espero que Friburgo esteja em uma visão mais clara com referência a sua qualidade vida. Para isso, é preciso que as pessoas se unam em prol da cidade, pensem, dialoguem e cravem no papel ideias e ações para que Friburgo seja digna dos seus 200 anos. Isso já começa a ser esboçado pelo Movimento Nova Friburgo +200 anos, que deverá ganhar mais força daqui pra frente. Gostaria de lembrar que a chegada ao bicentenário nos leva totalmente aos primórdios da relação teuto, suíço e luso-brasileira, que são a base da nossa história e da nossa fundação. Que os nossos 200 anos sejam repletos de boas ideias.”

Júlio Cezar Seabra Cavalcanti (Jaburu), fundador do Grupo de Arte Movimento e Ação (Gama)

“Minha expectativa é a melhor possível porque a Campesina tem laços muitos fortes com os suíços. Com certeza o bicentenário será um marco importante para a história de Nova Friburgo e a data deverá ser celebrada em alto estilo. Queremos participar desses festejos porque a história da banda Campesina se confunde com a do município. Um ano depois do bicentenário, em 2019, estaremos completando 150 anos e temos que começar a nos preparar para essas duas importantes comemorações. A diretoria da Campesina, inclusive, pretende se engajar no Movimento Nova Friburgo +200 anos para contribuir com ideias que ajudem a construir um futuro melhor para o município.”

Carlos Magno da Silva (Maguinho), presidente da Banda Campesina Friburguense

“Que a causa ambiental esteja mais em evidência e seja priorizada pelo poder público. O meio ambiente está ligado a outros setores como saúde, agricultura, turismo, esporte, lazer, sustentabilidade e mobilidade. Por isso merece mais engajamento das autoridades. O 3º setor já vem se mobilizando através de várias iniciativas, mas é preciso que haja mais apoio dos governantes à causa ambiental. O ideal é que essas ações comecem logo para chegarmos aos 200 anos com uma cidade que ofereça mais qualidade de vida a seus habitantes. Para isso, é preciso reunir formadores de opinião e especialistas interessados na questão ambiental, além de maior comprometimento deste e do próximo governante. Esse legado dos 200 anos precisa ter continuidade através de uma maior conscientização de todos.” 

Luiz Latour, coordenador do projeto Florestar & Cia

  • Carlos Pecci (esquerda), presidente da Sociedade Médica de Nova Friburgo

    Carlos Pecci (esquerda), presidente da Sociedade Médica de Nova Friburgo

  • Paulo Benitez da Silva (direita), presidente da Banda Euterpe Friburguense

    Paulo Benitez da Silva (direita), presidente da Banda Euterpe Friburguense

  • Jane Ayrão, coordenadora cultural do Colégio Anchieta

    Jane Ayrão, coordenadora cultural do Colégio Anchieta

  • Júlio Cezar Seabra Cavalcanti (Jaburu, à esquerda), fundador do Grupo de Arte Movimento e Ação (Gama)

    Júlio Cezar Seabra Cavalcanti (Jaburu, à esquerda), fundador do Grupo de Arte Movimento e Ação (Gama)

  • Carlos Magno da Silva (Maguinho), presidente da Banda Campesina Friburguense

    Carlos Magno da Silva (Maguinho), presidente da Banda Campesina Friburguense

  • Luiz Latour, coordenador do projeto Florestar & Cia

    Luiz Latour, coordenador do projeto Florestar & Cia

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