OPINIÕES - Greves: você é contra ou a favor?

segunda-feira, 30 de setembro de 2013
por Jornal A Voz da Serra

A Constituição Federal, em seu artigo 9º e na Lei nº 7.783/89, assegura o direito de greve a todo trabalhador, sob condições bem determinadas. A conquista deste direito é considerada um marco para a democracia e as relações de trabalho, por mais que todos concordem se tratar de um último recurso de negociação.

Num momento em que bancários e professores municipais exercem seu direito de paralisação, A VOZ DA SERRA foi às ruas ouvir o que as pessoas pensam a respeito dessas greves.


"A greve dos professores eu acho justa. Porque a gente vê professor, ainda mais em escola pública, lutando ano a ano sem receber o reajuste necessário. Agora, a greve dos bancários eu já desaprovo, porque a população depende muito desses serviços, e eu acho que os funcionários de bancos às vezes pedem mais reajustes do que é necessário. Todo ano existe essa ameaça de greve pedindo sempre reajustes, e eu acho que não é tão necessário.”

Carlos Henrique, entregador, morador do Debossan

 

 

 

 


"A minha opinião é a de que todas as reivindicações são válidas. Sem agressões, sem quebra-quebra. Professores, bancários... Claro que no final das contas quem sempre paga é o povão, sempre fica no prejuízo. Mas toda reivindicação é válida.”

Ney Sampaio, aposentado, morador da Vila Nova

 

 

 

 

 

 

 

 


"Em minha opinião greve é um mal necessário. Porque se existe uma negociação e essa negociação não consegue evoluir, como foi o caso dos bancários, que tentaram durante dois meses e não receberam nenhuma proposta até dois dias antes do dissídio, então eu acho que todo o patronato está querendo a greve. Não é o funcionário. O funcionário a vê como única saída. É difícil porque, além de ser a única opção, o funcionário sofre assédio por parte dos chefes, continua tendo que cumprir metas, no caso dos bancários. No caso dos professores eles continuam sendo maltratados, mal pagos, mal remunerados... A solução é greve? É. A população sofre? Sofre, com a greve de qualquer setor. Mas eu acho inclusive que as greves são brandas demais. Penso que os bancários, assim como os professores, deveriam fazer movimentos mais fortes e serem mais unidos para poderem realmente mostrar a força que têm. Infelizmente não é assim, e as greves geralmente terminam com um aumento irrisório.”

Tiago Morcerf, empresário e ex-bancário, morador do Prado


"A greve infelizmente é o último recurso que os trabalhadores têm para conseguir pelo menos o índice da inflação. Nesses últimos anos, nós, bancários, temos relutado muito para entrar em greve, mas infelizmente a tolerância dos banqueiros é zero. Tanto que quinze dias atrás eles fizeram uma proposta global que na opinião da maioria dos bancários é ridícula, porque a inflação foi superior a 6,6% e eles ofereceram 6,1%. Por isso nós fomos obrigados a entrar em greve. E a gente sabe que existem outras possibilidades à população, como o autoatendimento e o bank line. Nós tentamos prejudicar o mínimo possível correntistas e usuários, mas sabemos que algumas pessoas, num universo de milhões serão prejudicadas, infelizmente. Há quinze dias nós apontamos as alternativas, não houve negociação por parte dos banqueiros, e assim nós entramos em greve. Agora estamos aguardando que seja feita uma proposta decente. Sobre a greve dos professores, eles deveriam ser referência para todas as classes de trabalhadores. Eu sou bancário, mas na minha opinião os professores devem ser colocados em 1º lugar. Sem educação não há um país, nem condições do país evoluir. Os governantes brasileiros infelizmente não dão a importância que é dada em outros países, onde professores são super respeitados. Se o quadro não mudar, infelizmente essa será uma classe em extinção no futuro.”

Ricardo Lontra, bancário, morador das Braunes


"As greves que estão acontecendo são válidas, com certeza. Tanto professores quanto bancários deveriam ser mais valorizados. São reivindicações justas sim.”

Geralda Lemos, aposentada, moradora da Chácara do Paraíso

 

 

 

 

 

 

 

 

 


"Eu sou completamente a favor de movimentos grevistas e de paralisações. O trabalhador tem que se organizar e fazer isso de uma forma consciente. Ainda mais a classe dos bancários, que lida com uma demanda de trabalho muito grande e é uma categoria explorada. As reivindicações são sempre atendidas pela metade, então a única forma que o trabalhador tem de fazer valer seus direitos é essa, é paralisando. Claro que isso gera um dano aos consumidores, que não têm qualquer culpa na situação, mas essa é a única forma de se atingir os empregadores de maneira efetiva, e conseguir para a categoria melhorias de salário, de estrutura, enfim, todas as demandas que eles têm. Os professores acho que formam a classe mais desprestigiada desse país. É um absurdo o que acontece com a classe dos professores, mas em relação à greve eu já vejo de forma diferente por ser um serviço essencial. O prejuízo que essa paralisação traz aos alunos, principalmente da rede pública, é muito grande. A educação já é de baixa qualidade no Brasil, especialmente no ensino básico, então isso traz um dano muito grande para a população. Então, a pressão sobre os poderes públicos tem que ser feita de modo diferente. Tem que ser na escolha dos representantes. Então eu vejo a greve no sistema de educação com certas reservas. Mas enfim, se não tem outro caminho para a melhoria, então é preciso parar mesmo.”

Renato Pinheiro, advogado, morador do Centro


"A greve é ilegal, não é? Mas a reivindicação é justa. A greve prejudica todo mundo, e eu acho que não deveria existir necessidade de fazer paralisação, mas aparentemente o pessoal só escuta quando existe esse tipo de protesto. Eu a considero ilegal, por mais que seja justa.”

Marcos Mello, comerciante, morador do Centro

 

 

 

 

 

 

 

 


"Eu acho que é correto, porque a greve é o jeito de chamar atenção para o que os trabalhadores almejam, reduzindo distorções entre o salário e o trabalho feito. Bom seria se não fosse preciso fazer a greve, mas infelizmente ela é necessária em nosso país.

Adir Barbosa, fresador, morador da Vargem Grande


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