Opiniões - A polícia deve continuar a reprimir o jogo do bicho?

quarta-feira, 24 de abril de 2013
por Jornal A Voz da Serra

É ilegal, mas quem é que já não fez ou pelo menos conhece alguém ou alguns que têm por hábito fazer uma “fezinha” vez ou outra, ou até mesmo já faturou algum dinheiro extra com o jogo do bicho? A aposta é contravenção proibida por lei, mas está aí, a olhos vistos. E, diga-se de passagem, há muito tempo. Recentemente a Polícia Militar tem apertado o cerco a esta prática ilícita. Só na semana passada A VOZ DA SERRA noticiou inúmeras apreensões de material do bicho em diversos bairros de Nova Friburgo. Numa das ocorrências, em um estabelecimento comercial da Avenida Nossa Senhora do Amparo, um comerciante foi flagrado com a prática ilícita pela segunda vez em uma semana. Assim como todos os demais responsáveis pelo jogo do bicho surpreendidos pela polícia, foi conduzido à delegacia, mas não ficou preso. Os flagrantes rendem apenas encaminhamento ao Juizado Especial Criminal. Nossa equipe foi às ruas da cidade saber o que a população acha da repressão ao bicho. Deve continuar ou liberam-se as apostas de uma vez por todas, permitindo que a polícia possa se dedicar mais à segurança da população e à repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas? 

“Não só o jogo do bicho, mas tudo o que é contravenção, que é ilegal, tem que ser reprimida. Se o jogo do bicho é ilícito e tem implicações negativas, prejudicando a população de alguma forma, não pode deixar de ser proibido e a polícia está fazendo a parte dela. Por outro lado, há tantas coisas imorais que são lícitas! Enquanto o jogo do bicho continuar sendo proibido por lei, o combate deve ser obrigatório.”
Felipe Almeida, fotógrafo, Bairro Ypu

“Se o jogo do bicho é proibido por lei, tem que ser combatido sim. A Polícia Militar está correta em fazer essas operações que vêm sendo realizadas ultimamente. Eu apoio essas operações.”
Adriano Nilton Santos, despachante da empresa de ônibus 1001, Cordoeira 

“As operações da PM estão certas e devem continuar sendo realizadas. Acredito que o jogo do bicho no Brasil dificilmente vai acabar algum dia. É um jogo de azar que existe há tanto tempo. Enquanto continuar sendo proibido por lei, a fiscalização não pode parar e a polícia deve agir. Se algum dia o governo legalizar esse jogo, aí sim, a polícia poderá focar somente na segurança da população.”
Romário da Costa Brum, fotógrafo, Olaria 

“Vejo as operações recentes da Polícia Militar em repressão ao jogo do bicho como uma ação totalmente válida. Se o jogo é uma contravenção, o combate por parte das autoridades tem que acontecer, desde que não atrapalhe a polícia em suas muitas outras missões, como a de garantir a segurança da população e combater o crime.”
Marcelo Gripp, locutor, Lagoinha 

“O jogo do bicho existe há muitos e muitos anos e todo mundo sabe disso. A polícia está fazendo a parte dela. O que é proibido tem que ser reprimido, mas não condeno aqueles que apostam no jogo do bicho. Existem tantos jogos de azar por aí. Cabe ao governo avaliar se deveria ou não legalizar o bicho. Enquanto for uma contravenção, a polêmica vai existir e a polícia terá que fazer a parte dela.”
Germano Daflon, chefe de segurança, Perissê

“Acho que reprimir o jogo do bicho é uma grande farsa. O próprio governo federal possui as suas loterias, raspadinhas e muitos outros jogos de azar. Por que só dar em cima do jogo do bicho? É melhor então legalizar logo e deixar a polícia agir no que é realmente preciso: combater a bandidagem e o tráfico de drogas. Este sim, destrutivo. O que importa se determinada pessoa joga ou não no bicho? O dinheiro é dela.”
Irene Pinheiro de Alencar, aposentada, Vargem Grande, Cônego 

“É impressionante. O mesmo governo que faz vista grossa para o jogo do bicho, faz jogo de cena exigindo que a polícia reprima as apostas e os jogadores. Mas não adianta de nada. A polícia estoura o ponto de apostas e no dia seguinte o jogo é retomado, e pela mesma pessoa. Ninguém nunca é preso. Se é para reprimir, que seja então uma repressão pra valer, com a prisão não dos anotadores de apostas, mas dos bicheiros. Esses são os que realmente ficam com o dinheiro.”
Antônio Franco de Almeida, autônomo, Alto de Olaria 
            
“O jogo do bicho sempre existiu e continuará existindo. Por isso sou a favor da liberação. Joga quem quer. Fala-se muito em reprimir o bicho porque é um jogo que não rende impostos para o governo. O que acontece de verdade é que, por ser ilegal, a polícia tem que combater e a PM acaba perdendo um tempo precioso se dedicando a operações para apreender materiais de apostas enquanto poderia estar mais nas ruas combatendo o crime e o tráfico de drogas. No fim das contas, só se enxuga gelo. A polícia dá o flagrante, prende, leva tudo para delegacia e ninguém fica preso. Só o material de apostas é que é recolhido. E no dia seguinte os pontos do bicho estão funcionando de novo.”
Fernando Carvalho Pereira, profissional liberal, Conselheiro Paulino

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