Operação Roubo S/A - Saque Noturno: mais policiais e empresários são localizados pela Polícia Federal

sexta-feira, 11 de setembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Até o fechamento da edição do dia 10 de A VOZ DA SERRA, a polícia havia divulgado a prisão de 39 pessoas dos 58 procurados durante a megaoperação Roubo S/A – Saque Noturno, realizada em Nova Friburgo e em outros 11 municípios por agentes da Polícia Federal, do Grupo de Apoio às Promotorias do Ministério Público e das corregedorias das polícias Civil e Militar.

Policiais militares e civis que estavam foragidos e outros procurados pela Polícia Federal já foram localizados. Alguns se entregaram, mas ainda há foragidos sendo aguardados na sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, Rio de Janeiro. Nas diligências realizadas nas casas dos acusados de integrarem quadrilhas de roubos de carga, arrombamentos de cofres de agências bancárias e extorsões, os policiais revistaram alguns imóveis e, num dos endereços, chegaram a encontrar um depósito com mercadorias, provavelmente roubadas.

Na delegacia da Vila Amélia os policiais que participaram da operação realizaram revistas nas salas do chefe do setor de investigação de roubos e furtos e na sala de um inspetor onde funcionava parte do mesmo núcleo e trabalhava o falso policial preso num hotel da Avenida Alberto Braune, com carteira falsa da Polícia Civil e uma pistola. No 11º BPM, usado pelos agentes da Polícia Federal como base da operação, alguns armários dos policiais procurados também foram revistados.

O esquema, segundo agentes da operação, dividia-se em três partes. Os policiais militares estariam envolvidos diretamente nos casos de arrombamentos dos cofres nas agências bancárias e na escolta dos caminhões roubados até os locais onde as cargas eram entregues. Três PMs seriam da sala de operações do 11º BPM. Eles são acusados de não comunicarem as ocorrências ou demorar a enviar viaturas a locais onde estavam sendo praticados os crimes. Os três policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) atuariam no posto policial entre Nova Friburgo e Bom Jardim, por onde passava parte da carga roubada.

Contra os policiais civis pesa a acusação de extorsão a comerciantes da cidade. Eles são acusados de usar também um falso policial para a prática ilícita. Hospedado em um hotel da cidade, onde funcionários chegaram a dizer que ele se apresentava como subdelegado, o falso policial ajudava nas diligências realizadas em estabelecimentos comerciais da cidade. Contra os acusados há também a denúncia de favorecimento de criminosos envolvidos com roubos a agências bancárias, retardando as investigações e garantindo a impunidade.

Sobre os roubos a caminhões, a polícia revelou que o esquema acontecia principalmente na Dutra e Niterói-Manilha. Os motoristas também eram abordados em postos de gasolina durante a noite e levados para um matagal, onde aguardavam durante horas, até que o caminhão roubado chegasse a seu destino. Um técnico em informática, preso em um bar no centro de Nova Friburgo, alterava o sinal do comunicador via satélite, permitindo que o veículo mudasse sua rota, chegando às regiões Serrana e dos Lagos, onde estavam os receptadores e comerciantes que revendiam as mercadorias.

O esquema previa, principalmente, o roubo de cargas de carne, café e laticínios. Dois empresários do ramo de café de Nova Friburgo estão presos. Também há comerciantes e um ex-proprietário de um supermercado de Olaria acusado de ser um dos homens fortes do crime. Contra ele há denúncia de que em seu frigorífico, na vizinha cidade de São Sebastião do Alto, carnes roubadas eram transformadas em carne seca e embaladas, sendo distribuídas de forma legalizada no mercado, inclusive com nota fiscal.

Dois ex-policiais militares fazem parte do esquema e também estão presos. São acusados de participar dos roubos a cargas e furtos em caixas eletrônicos e cofres. A Polícia Federal ainda não confirmou a informação, mas há suspeita de que crimes de homicídios possam ser solucionados com a prisão de alguns dos policiais envolvidos.

Mais assaltos no Centro

O publicitário Samuel Gonçalves Ponciano, 23 anos, morador do Perissê, teve a carteira e uma mochila com roupas de ginástica e um aparelho Nextel roubados por dois homens, que o agrediram no centro da cidade.

Na Rua General Osório, Centro, uma criança de 12 anos foi assaltada por um jovem armado, de aproximadamente 20 anos, que roubou o celular do menor. O garoto saía de um curso de inglês e passava pelo Centro Médico.

FURTO

O Fiat Uno Mille KUZ-1710, da funcionária pública federal Maria Cristina Danetra, 51 anos, foi furtado na Rua Cristina Ziede, Centro. O carro foi estacionado durante a tarde de terça-feira, 8, e no dia seguinte, às 7h30, foi constatado o furto.

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