Fim do mistério. O ônibus da Friburgo Auto Ônibus Ltda (Faol) exibido às margens de uma rodovia em Brasília, conforme mostra vídeo que circula nas redes sociais desde o fim de semana, está à venda por R$ 60 mil. O veículo, com sete anos de uso, foi comprado há um mês da empresa Real, antiga administradora da Faol, segundo explicou o negociante, Rogério Freitas. "Esse ônibus estava velho demais para circular na cidade onde estava", disse Rogério, que atendeu no número, DDD 061, mostrado na faixa pendurada no veículo.
Segundo Rogério, que desconhecia a repercussão que o vídeo atingiu, o ônibus azul não pertencia à frota da Faol, e sim de uma empresa chamada Taguatur.
As imagens mostram um ônibus amarelo com o nome Nova Friburgo grafado na lataria e a placa coberta com um papel branco. O outro coletivo, parecido com os ônibus azuis que circulam em Nova Friburgo, mas que segundo Rogério pertencia à Taguatur, tem placa do Rio de Janeiro. Uma faixa afixada no amarelo informa os números de telefone celular para a compra dos dois veículos.
A nova gestão da Faol informou que não vendeu nenhum ônibus recentemente, mas que os coletivos em questão podem ter sido vendidos na gestão passada. A Prefeitura de Nova Friburgo foi procurada, mas não comentou o assunto.
No fim do mês passado, o novo consórcio que administra a Faol retirou dez ônibus da frota. Na ocasião, o prefeito Renato Bravo divulgou nota em que considerou a medida da nova gestão “descabida”, porque contrariaria o contrato de concessão. Ele determinou que os ônibus voltassem para a cidade em 24 horas, a partir da notificação da empresa, mas a Faol não cumpriu a decisão do chefe do Executivo.
Em 31 de maio, depois de uma reunião com a nova diretoria da concessionária, o prefeito disse que a Faol assumiu o compromisso de comprar 30 novos ônibus para a cidade. Quinze devem ser entregues em 45 dias e o restante, em 60 dias. Os coletivos virão com sistema de climatização (aquecedor para o inverno e ar-condicionado para o verão).
A Faol é administrada pelo novo consórcio, formado pelas empresas Coesa, Pavunense e Expresso Recreio, desde 15 de maio. A mudança no controle da empresa pegou o governo de surpresa. Em nota, a concessionária justificou que aguardava o fim das negociações para fazer a notificação, como previsto em lei.
Uma fonte da empresa disse que a mudança no comando aconteceu porque a Real, que também atua no Rio e em São Paulo, vinha tendo prejuízos com a Faol. A venda teria passado dos R$ 50 milhões. Os novos donos assumiram dívidas da empresa e o risco de renovação do contrato de concessão, que vence em setembro de 2018.
Fumaça
Na última sexta-feira, 16, um ônibus foi flagrado expelindo uma fumaça densa ao passar pela Praça Getúlio Vargas, no sentido da Estação Livre (antiga rodoviária urbana). O vídeo com a cena também foi compartilhado nas redes sociais, em tom de pilhéria: "Ônibus movido a lenha", diz um post. Usuários reclamaram de atrasos e afirmaram que há coletivos sucateados na empresa. A Faol informou que houve um problema mecânico e que o veículo foi recolhido para reparos.
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