“Não deu tempo de pensar, na verdade. Quando vimos, já estávamos com elas em nossa casa e já sentíamos que eram nossas filhas”
Larissa, Vanderleia e Franciléia tinham 7 meses, 6 e 8 anos, respectivamente, quando foram morar com a nova família. As três irmãs, de uma família de sete filhos, estavam passando necessidades em uma casa muito simples, na localidade de Colonial 61, próximo a Vargem Alta. Margarida ficou sabendo da situação e resolveu ajudar, levando uma cesta básica para eles.
Quando chegou ao local, entretanto, a friburguense se deparou com um cenário ainda mais dramático do que imaginava. A mãe das crianças não aparecia há um mês e elas sofriam com fome e sujeira. Margarida então pediu ao pai delas para cuidar, pelo menos, da frágil Larissa, de apenas 7 meses, por uma semana. Ao voltar ao local para dar notícias, o homem não estava mais lá. Sem pensar duas vezes, a empresária levou os cinco menores de uma só vez para casa. Logo depois, se responsabilizou pelas três meninas, enquanto as outras duas crianças ficaram com parentes do casal.
Com tamanha dedicação e cuidado, a guarda permanente não demorou muito a chegar. Ou seja, o que era para ser um simples ato de generosidade de Margarida e Ricardo, representado por uma cesta com mantimentos, se transformou em um lindo caso de adoção.
“Graças a Deus, nunca passamos dificuldades. De qualquer forma, também nunca chegamos a pensar que poderíamos passar ao tomar essa atitude. Não deu tempo de pensar, na verdade. Quando vimos, já estávamos com elas em nossa casa e já sentíamos que eram nossas filhas”, conta Margarida.
Hoje Larissa, Vanderleia e Franciléia têm, respectivamente, 18, 22 e 25 anos. Com toda a prole unida, o casal só consegue sentir orgulho da grande família que construiu. Sobre a relação de todos, ela é rápida em afirmar: “Eles sempre se deram muito bem. Crianças têm ciúmes dos pais, mas os nossos filhos nunca agiram diferenciando os que são adotados dos de sangue. No nosso caso, pais, o afeto sempre foi imenso por todos, mas não tem jeito: quando crianças, acabávamos tratando as meninas (Larissa, Vanderleia e Franciléia) com mais cautela por ter medo de magoar, de elas não se sentirem amadas”, confessa.
E a gratidão das três irmãs é nítida. Para Vanderleia, não poderia haver família melhor. “Ter Margarida como mãe e Ricardo como pai foi uma das melhores coisas que aconteceram nas nossas vidas. Eles são anjos que Deus nos enviou. Não existem palavras para agradecer o tanto que eles fazem por mim e minhas irmãs. Nosso amor por eles é imenso, fomos muito abençoadas”, emociona-se a jovem.
“Os irmãos que Deus nos deu também são pessoas maravilhosas. É muito bom quando sabemos que temos pessoas com quem contar, que estarão ali para nos apoiar e, com eles, é assim. Temos um carinho enorme por cada um e, graças a Deus, somos bem unidos. Sem contar que eles me deram os maiores presentes da vida, que são meus sobrinhos”, acrescenta Vanderleia.
Para Sabrina Carriello, a irmã mais velha entre as seis meninas da família, o amor não vê genética. “Agradeço a Deus pelos pais maravilhosos e de coração enorme que tenho, e os irmãos de sangue e coração que Ele me deu. Não existe diferença entre nós. Assim como todas, não somos uma família perfeita, mas nossos pais sempre nos ensinaram a perdoar. Sem todo esse amor e ensinamento não seríamos tão unidos como somos hoje”, afirma Sabrina.
Dos sete irmãos Carriello, seis trabalham na confecção da família. E hoje, além dos filhos, as reuniões de família de Margarida e Ricardo também contam com a presença de nora, genros e os oito netos do casal.
Margarida Carriello
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