Olney e Rogério Cabral votam pela cassação de Álvaro Lins

quinta-feira, 14 de agosto de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou, em votação secreta, por 36 votos a 24, na noite de terça-feira, 12, o projeto de resolução decretando a cassação do mandato do deputado Álvaro Lins (PMDB), acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção passiva e facilitação ao contrabando. Três deputados se abstiveram e sete faltaram à sessão. O projeto, número 663/08, foi criado a partir da aprovação, na última semana, do relatório do Conselho de Ética, que confirmava a quebra de decoro parlamentar e indicava a punição máxima ao deputado, alvo de investigação da Polícia Federal.

Apesar da votação ter sido secreta, os dois deputados estaduais eleitos por Nova Friburgo, Olney Botelho (PDT) e Rogério Cabral (PSB), indagados pela reportagem de A VOZ DA SERRA na manhã de ontem, quarta-feira, admitiram publicamente terem votado a favor da cassação de Álvaro Lins. Membro da comissão de Ética, Olney já havia votado anteriormente pela abertura do processo contra Lins.

Segundo o corregedor da Casa, deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) – autor da representação por quebra de decoro que deu início às investigações pelo Conselho – a decisão do plenário referendou sua indicação. “Houve tempo suficiente para analisarmos o relatório da PF. Neste caso, não existem satisfações pessoais, mas a certeza de que as instâncias da Assembléia cumpriram o seu papel. A Casa votou a favor do Parlamento”, afirmou.

 

Fim da linha para o deputado policial

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As investigações sobre a conduta do parlamentar cassado Álvaro Lins (PMDB) começaram no dia 2 de junho, quando a mesa diretora da Alerj entregou à Corregedoria os autos da investigação policial que citava o parlamentar. A decisão já havia sido comunicada no dia 30 de maio, logo após o plenário ter considerado ilegal a prisão em flagrante do deputado, feita um dia antes. “Naquele momento, o que se avaliou foi a legalidade da prisão, não seu mérito. Mas, logo em seguida, a Casa deu início à análise do decoro”, lembrou Luiz Paulo.

Dois dias depois, o órgão iniciou a sindicância, ouvindo o parlamentar em reunião fechada. Na época Luiz Paulo e o corregedor substituto, Comte Bittencourt (PPS), anteciparam a constatação de quebra de decoro, confirmada pelo plenário esta noite. “O deputado Álvaro Lins teve o pleno direito de defesa durante todo o processo. O relatório que foi feito e que embasou a cassação do deputado foi mais do que substancial, tanto que foi confirmado pela maioria absoluta no plenário”, assegurou Bittencourt.

No dia 10 de junho, a mesa diretora encaminhou a representação por quebra de decoro feita pela Corregedoria ao Conselho de Ética, cujos trabalhos de investigação dos dados se encerraram na última semana, com a aprovação do relatório recomendando a cassação. Nesta terça-feira, 12, o mandato do acusado teve um ponto final.

TAGS: Olney Botelho | Rogerio Cabral | cassação
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