O bicentenário de Nova Friburgo será comemorado no dia 16 de maio. No entanto, há pouco menos de cinco meses das celebrações do aniversário da cidade as obras em um dos pontos turísticos mais importantes do município, a Praça das Colônias, -- situada no complexo do Corredor Cultural, entre o Teatro Municipal e a Capela de Santo Antônio -- no Suspiro, seguem paralisadas. E pior: sem prazo para serem retomadas.
Interrompidos várias vezes por falta de repasses do governo federal, os trabalhos de revitalização e ampliação do espaço haviam sido retomados em agosto do ano passado. Entretanto, há semanas o canteiro de obras está vazio. Embora o governo municipal tenha afirmado que a revitalização do espaço seria entregue antes da celebração dos 200 anos, conforme divulgado em A VOZ DA SERRA em fevereiro do ano passado, há riscos da obra não ser finalizada a tempo.
O projeto prevê, além da construção de um novo telhado, a reforma da cozinha, do restaurante e reparos nos banheiros, que terão adaptações para portadores de necessidades especiais. Será construído também um depósito para uso do restaurante e instalado um sistema de captação de águas das chuvas nos telhados, inclusive na nova cobertura central.
A reforma faz parte de um convênio firmado entre o município e o Ministério do Turismo, intermediado pela Caixa Econômica Federal. As obras de reparo do local, realizadas pela Caledônia Construtora Ltda, empresa vencedora da licitação, começaram no início de junho de 2015, mas sofreram a primeira interrupção três meses depois. O ponto turístico deveria ter sido reaberto no início de 2016.
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a prefeitura a fim de saber quando os trabalhos serão reiniciados, se os recursos atrasados já foram repassados à empresa responsável e qual a expectativa do governo municipal para a entrega da obra. Em nota, a prefeitura informou: “Em agosto do último ano foi feita a medição da obra, ou seja, verificada a compatibilidade entre o que foi executado e o que está previsto no projeto e nos quantitativos do orçamento. A medida é um protocolo exigido pelo banco responsável pelo repasse do recurso do governo federal para a empresa responsável pela obra.”
Apesar de ter afirmado no último dia 12 que o problema dos repasses já havia sido solucionado, desta vez o município explicou que “a vistoria que deveria ser feita pela Caixa Econômica Federal só foi realizada em dezembro do último ano e até o momento o repasse ainda não foi feito. Em tempo, a Prefeitura reforça que está em contato permanente com a instituição financeira a fim de sanar a questão o mais breve possível e por conta dessa pendência com a mesma, não é possível estimar um prazo para retorno das obras”.
Também procurada pela reportagem, a Caixa Econômica Federal voltou a declarar que o contrato assinado com o Ministério do Turismo, de R$ 540 mil prevê R$ 496,8 mil de repasse, dos quais R$ 248,4 mil foram creditados até o momento. Ainda segundo a instituição, do valor creditado, já foram desbloqueados R$ 189 mil para pagamento de execução das obras.
“O contrato encontra-se em andamento, sendo que no dia 27 de dezembro de 2017 houve vistoria pela Caixa, atestando o percentual de 53,53% executado até aquela data. O saldo remanescente de R$ 43,2 mil é contrapartida da Prefeitura de Nova Friburgo”, afirmou a nota.
A Caixa explicou ainda que a liberação de recursos pelo ministério gestor é feita em três parcelas: 50% para o início da obra, 30% quando o percentual de execução ultrapassa 50% e a terceira parcela quando o percentual de execução ultrapassa 80%.
“O valor bloqueado e não pago fica bloqueado na conta corrente do Contrato. O desbloqueio é sempre limitado ao percentual de obras executadas e limitado aos valores liberados pelo ministério gestor”, mesma resposta enviada no início deste mês.
Sobre o ponto turístico
A Praça das Colônias foi um dos pontos de Nova Friburgo duramente afetados pela tragédia climática de janeiro de 2011. Na ocasião, um deslizamento de uma encosta do morro do teleférico atingiu o espaço.
Com uma forte referência cultural, a Praça foi criada para a divulgação da cultura das nações que participaram da formação da sociedade de Nova Friburgo e já foi palco de diversas celebrações típicas dos povos colonizadores, destacando costumes e tradições valorizados pelas colônias alemã, espanhola, portuguesa, suíça, húngara, austríaca, italiana, japonesa, libanesa e pan-africana.
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