Obras às margens do Rio Bengalas recomeçam e devem ficar prontas no próximo ano

Após liberação de recursos do governo estadual e federal, operários voltam a ser vistos trabalhando no trecho do rio em Conselheiro Paulino
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
por Alerrandre Barros
Aos poucos, operários do consórcio estão voltando a trabalhar às margens do rio (Foto: Henrique Pinheiro)
Aos poucos, operários do consórcio estão voltando a trabalhar às margens do rio (Foto: Henrique Pinheiro)

Após mais de seis meses praticamente paradas, as obras às margens do Rio Bengalas devem retomar o ritmo normal no início deste mês, informa a Prefeitura de Nova Friburgo e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Na última semana, o prefeito Rogério Cabral conseguiu com o governo do estado a liberação de mais R$ 4,5 milhões para os serviços de preparação da base do pavimento para asfaltamento de acostamentos da Avenida Governador Roberto Silveira, trecho da RJ-116 que margeia o rio. A previsão para conclusão destas intervenções é em fevereiro de 2017.

Desde o fim do ano passado, o ritmo das obras no Rio Bengalas é lento e poucos operários eram vistos trabalhando no trecho do bairro Duas Pedras e que atravessa o distrito de Conselheiro Paulino. Em fevereiro, o Inea havia informado que a obra não estava parada, mas atrasada por causa da demora no pagamento de indenizações pelo governo do estado às famílias que tiveram que desocupar suas casas construídas às margens do rio.

“Em torno de 70% dos serviços já foi concluído no rio. A complexidade do processo de negociação para desocupação das casas e realocação das famílias ribeirinhas interferiu no avanço físico das obras, impactando assim o prazo de conclusão das intervenções. O ritmo normal das obras será retomado até o final de março deste ano”, informou o Inea em fevereiro. Isto, no entanto, não ocorreu por falta de recursos na ocasião.

A demolição de 147 imóveis no trecho de Duas Pedras até Conselheiro Paulino já foram negociados com os proprietários. Deste total, 83 foram indenizados, 40 demolidos, 17 estão desocupados e liberados para demolição e 26 ainda estão ocupados pelas famílias. Outros 57 também tiveram seus cheques solicitados e aguardam liberação do recurso pelo governo, enquanto sete ainda estão em processo de negociação.

No início deste ano, representantes do executivo municipal estiveram em Brasília onde conseguiram a liberação de R$ 55 milhões para que as obras no parque pluvial sejam concluídas por funcionários do consórcio Rio Bengalas, formado pela EIT Engenharia e a Ferreira Guedes, empresas vencedoras da licitação.

A obra começou em março de 2013. Os governos estadual, por meio da Secretaria de Estado de Ambiente e do Inea, e federal, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), estão investindo R$ 195 milhões no projeto. De lá pra cá, foram executados serviços de aumento da calha do rio junto com dragagem e desassoreamento para ampliar o escoamento das águas e acabar com as históricas inundações no principal eixo rodoviário de Nova Friburgo.

O consórcio também construiu grandes muros de concreto, chamadas de cortinas atirantadas, para garantir a estabilidade das margens do rio. Segundo o projeto, a ocupação desordenada das margens de alguns trechos do Bengalas causou o estrangulamento da calha, além disso, a erosão das margens provocaram degradação e obstruções devido ao grande volume de assoreamento do rio.

No último ano, calçadas adaptadas para portadores de necessidades especiais foram construídas e grades de proteção foram instaladas no trecho de Duas Pedras até a altura do bairro Prado, mas ainda faltam calçada e proteção lateral às margens do rio, do Colégio Municipal Rui Barbosa até a ponte de acesso ao centro de Conselheiro Paulino. Em alguns trechos, foram instalados alguns pontos de ônibus no percurso da Avenida Governador Roberto Silveira.

De acordo com o Inea, no total, 250 árvores serão cortadas até o fim da execução do projeto, mas o órgão informou que para cada árvore retirada serão plantadas cinco como forma de compensação, em uma área de 20 mil metros quadrados no Jardim Califórnia, próximo ao Córrego Dantas. O Inea não falou sobre o reflorestamento do local, conforme prevê o projeto inicial. Mas confirmou que a construção de ciclovias no entorno do rio não foi totalmente abandonada pelo consórcio. “O Inea e a Prefeitura de Nova Friburgo estão estudando a viabilidade da implantação de uma ciclofaixa para o uso dos moradores locais”, informou em nota.

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TAGS: Obras | Consórcio Rio Bengalas
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