Obra parada em escola de Campo do Coelho preocupa pais de alunos

Demolição de um muro não foi concluída e põe em risco os estudantes
quinta-feira, 02 de fevereiro de 2017
por Alerrandre Barros
Obra parada em escola de Campo do Coelho preocupa pais de alunos

A demolição de um muro da Escola Municipal Hermínia da Silva Condack, no distrito de Campo do Coelho, está preocupando pais de alunos às vésperas do início do ano letivo, previsto para a próxima segunda-feira, 6. A obra realizada pela Secretaria de Obras está parada, e, no local, há entulho, pisos soltos e foi instalada uma cerca enferrujada com pontas que podem causar acidentes.

“As crianças podem subir na cerca ou passar por baixo dela. Correm o risco de se machucar nos buracos e no entulho. Não temos condições de receber os estudantes nestas condições”, reclamou a merendeira da escola, Norma de Oliveira Lima, mãe de uma criança de 4 anos que estuda na unidade.

A escola funciona na Avenida Antonio Mario de Azevedo, ao lado do antigo posto de saúde do distrito. O colégio atende pouco mais de 400 alunos do 1º ano da educação infantil (antigo pré-escolar) ao 5º ano do ensino fundamental, nos turnos da manhã e da tarde. À noite, estudam na unidade alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).

Em dezembro do ano passado, em meio às férias escolares, o governo Rogério Cabral deu início a obra e causou a insatisfação da comunidade acadêmica, que não teria sido consultada sobre a demolição do muro. Na ocasião, o vereador e professor Pierre de Moraes (Psol), da oposição, chegou a afirmar que o objetivo da demolição era abrir espaço para a construção de um estacionamento público para beneficiar os comerciantes locais.

“Essa obra está subtraindo parte do terreno que pertence a escola e, portanto, é ilegal. A comunidade escolar de Campo do Coelho não aprova essa situação, a qual agride o espaço de recreação de um colégio e de suas crianças. Qual será a finalidade? Que interesse público pode ser superior ao direito de crianças e da Educação? Mesmo que se amplie por outro lado, não se pode subtrair espaço público desta forma”, disse Pierre na época.

O governo anterior rebateu a acusação do vereador. Informou que estava sendo feito um recuo para o ônibus escolar e, consequentemente, o embarque e desembarque dos estudantes de forma segura. “Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde cedeu para a Secretaria de Educação o terreno onde funcionava o antigo posto de saúde de Campo do Coelho, ao lado do colégio. Desta forma, a escola passará por reformas para expansão e os atendimentos de saúde à comunidade serão realizados no posto Paulo Pereira da Silva, recentemente inaugurado, também em Campo do Coelho”, diz a nota enviada à redação em dezembro.

A VOZ DA SERRA procurou o governo atual nesta quarta-feira, 1º, para saber se a obra vai atrasar o início do período letivo na escola. ​A Secretaria de Educação informou que já solicitou a planta do terreno para averiguar se a cerca instalada no ano passado está no local certo, para ser construído outro muro no local. “As aulas serão reiniciadas na escola, porém, a direção já recebeu a orientação que o espaço próximo à cerca não será utilizado no momento”.

 

Foto da galeria
Há buracos, pisos soltos e entulho ao redor da obra (Foto: Norma Lima)
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