Em meados de julho a Prefeitura de Nova Friburgo deu início às obras de construção da ciclovia, orçada em R$ 999 mil, que vai ligar o trevo de Duas Pedras ao Paissandu. Inicialmente, as calçadas que medem cerca de um metro e meio de largura vão dar lugar a uma via compartilhada, em que ciclistas e pedestres dividirão espaço. Mal as obras começaram e as primeiras críticas já surgiram. Os questionamentos são sobre a “disputa de espaço” entre ciclistas e pedestres, a largura da calçada, a falta de uma grade de proteção, além das condições da própria calçada.
Por um lado, a satisfação de andar em segurança, do outro a preocupação com os pedestres. “Vai resolver o problema principalmente do pessoal que caminha pela rua. O problema é pedestres e ciclistas no mesmo espaço”, reclamou Marcos Vieira. “Me preocupo na hora de saída das escolas. Imagine crianças em meio às bikes? Se tiver uma divisão, o projeto será bem sucedido. O certo seria refazer a calçada e alargá-la, igual em Conselheiro Paulino”, sugeriu Jhonathan dos Santos.
Ele também observa a falta de segurança com relação à falta de grades de proteção e a estrutura do piso. “Espero que tenha sido feita sondagem do solo para saber o trecho vai aguentar o peso do concreto além de fazer uma mureta de contenção”, questionou. Ao longo da via por onde vai passar a ciclovia, é comum carros serem estacionados sobre a calçada. Segundo o secretário de Ordem e Mobilidade Urbana, Marques Henrique, o próprio projeto da via compartilhada já prevê um aumento na altura da via, em relação a pista de rolamento, “o que vai trazer segurança aos ciclistas e inibir que motoristas subam com seus veículos sobre a calçada. Ainda assim, se veículos forem flagrados estacionados na calçada serão fiscalizados, cabendo penalidades como multa e remoção”, disse o secretário.
Entrevista com o subsecretário de Projetos, Sérgio Abi-Ramia:
AVS: Em quanto tempo o projeto deve ser finalizado?
Sérgio Abi-Ramia: O prazo contratual para conclusão das obras é de 120 dias.
Muitos estão desconfiados que a via compartilhada não seja a melhor solução. O que dizer para tranquilizar a população? Como garantir a segurança de pedestres e ciclistas?
Entendemos que a via compartilhada seja a mais viável para a cidade, dados os desafios que enfrentaríamos para fazer uma ciclovia exclusiva. O Termo de Referência do edital da licitação, além dos benefícios com a introdução do modal cicloviário, proporciona a criação da cultura de respeito, inclusão e integração da população, funcionando como vetor estruturante de ordenamento da cidade. O ciclista estará protegido do trânsito em todo o trecho de quatro quilômetros.
Algumas pessoas que já passaram pela calçada ainda em obras afirmam que ela está desnivelada, com ondulações, rachaduras e postes no meio. Isso será corrigido? Como?
Existem três postes na Avenida Costa e Silva e eles não foram diagnosticados como factíveis de remoção por dois motivos: primeiro porque são de alta tensão e o terreno para onde poderiam ser removidos (margem do rio) é instável. As questões de nivelamento e rachadura são referentes à execução da obra. A empresa contratada terá que assumir integralmente o projeto, conforme detalhamentos oferecidos à época da licitação e os próprios documentos constantes no edital, sob as penalidades legais.
Haverá uma grade de proteção ao longo da via? Quando ela deve ser instalada?
As grades serão instaladas de acordo com a cronologia da obra, lembrando que ela é muito extensa já que compreende o percurso total desde o Paissandu até Duas Pedras. É fundamental que as pessoas tenham um pouco de paciência. Acreditamos que, ao final da obra, teremos um compartilhamento semelhante ao que vem sendo adotado em muitas cidades. Nesta altura, nem 20% do total do percurso está concluído.
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