Foram cinco anos de pesquisas em diferentes épocas, nas diversas salinas da Região dos Lagos, com a intenção de registrar imagens das inúmeras peculiaridades da extração do sal. O fotógrafo Alex Sandro Santos aproveitou a empreitada e obteve variadas informações e curiosidades sobre uma das maiores produções salineiras do país diretamente com os próprios trabalhadores que labutam nas salinas de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Figueira, São Pedro da Aldeia e Araruama. A pesquisa resultou num vasto material que Alex pretende editar agora num livro sobre o tema. A intenção é permitir que seus registros sejam conhecidos por todos e também por aqueles que ainda nascerão e ouvirão falar sobre a bela e potente região salineira do interior fluminense. Falta ainda o patrocínio para a obra se tornar realidade.
Alex Sandro Santos conta que para desenvolver o trabalho conviveu com os trabalhadores que extraem o sal, geralmente sob o sol escaldante do litoral, em muitas vezes portando sobre a cabeça um velho e típico chapéu de palha e no pé uma sandália de dedo desgastada. “São pessoas simples que me receberam com estranheza no início, mas que ao final tornaram-se companheiros de longas prosas a cada ensaio fotográfico”, observa ele, que atentou para a tendência desse enorme potencial salineiro se perder com o passar dos anos. Isso porque muitas salinas estão desaparecendo para ceder espaço a loteamentos e casas de veraneio.
“Com este trabalho ficará registrada a importância das salineiras para sempre. Talvez este seja um dos principais papéis de nós fotógrafos: paralisar o tempo e fazer com que o passado caiba dentro de um bom enquadramento cujos olhos consigam transmitir bem mais que um simples clique”, destaca Alex Sandro.
Cuidados especiais com a companheira de trabalho: a máquina fotográfica
Durante o ‘mergulho’ nas salineiras da Região dos Lagos e pensando em conservar ao máximo seu equipamento, Alex Sandro utilizou uma pequena caixa de isopor para proteger a câmera. Assim evitava que o vento soprado junto ao sal das salinas e o forte sol atingissem a lente. Sempre que chegava em casa Alex utilizava uma flanela com um produto de limpeza próprio e minuciosamente retirava a poeira da câmera. Continuamente pela manhã, o fotógrafo saía em campo, às vezes na companhia da esposa Adriana, munido de sua máquina, tripé e filtros, enfrentando desgastantes caminhadas à procura sempre dos melhores ângulos, aproveitando ao máximo a iluminação natural.
Curiosidades sobre o sal
Presente em quase todos os alimentos, o sal é essencial à vida humana e junto com o potássio é responsável pelo equilíbrio hídrico do organismo. A origem da palavra sal vem dos romanos que, ao perceberem que os cristais curavam feridas, acreditavam que o mineral era uma dádiva da deusa da saúde. Caravanas, então, tomavam o rumo das salinas e o caminho que cortava a Europa passou a ser conhecido como via salaria. Os trabalhadores da época recebiam como pagamento parte dos preciosos cristais que eram considerados como moeda. Daí o nome salário, dado ao pagamento dos operários.
No Brasil, a região do entorno da Lagoa de Araruama é a mais propícia à produção de sal. É considerada a segunda maior do mundo em hipersalinidade e desde 1823 é explorada por propriedades salineiras, principal atividade econômica desta região até 1980. Funcionando a todo vapor desde 1949, a indústria Sal Cisne, de Cabo Frio, é o grande expoente do ramo a nível nacional e internacional.
O sal pode ser utilizado também para manter o leite fresco por mais tempo. Cozinhar ovos em água salgada faz com que eles sejam melhor descascados. Serve também para aliviar pés e olhos cansados, tratar picadas de mosquito, melhorar dores de garganta, manter flores frescas e pátios e jardins livres de ervas daninhas. O sal também pode ser um bom aliado na limpeza de teclados de piano e para tirar manchas de ferrugem de roupas, além de ser recomendado também no combate a dengue. Basta adicionar uma pitada a água parada em vasos de plantas, evitando desenvolvimento de larvas.
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