O que você espera do novo prefeito em seu bairro?

segunda-feira, 01 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
O que você espera do novo prefeito em seu bairro?
O que você espera do novo prefeito em seu bairro?

Faltando uma semana para as eleições municipais, A VOZ DA SERRA publica esta matéria especial realizada em bairros e distritos de Nova Friburgo onde há maior concentração de eleitores. Os repórteres Amine Silvares, Eloir Perdigão, Flávia Namen, Juliana Scarini e Leonardo Lima estiveram no Cônego, Olaria, Centro, Conselheiro Paulino e São Geraldo para ouvir as principais reivindicações dos moradores ao futuro ocupante à cadeira número 1 do Poder Executivo Municipal.  Para isso fizeram a seguinte pergunta aos entrevistados: “O que você espera do novo prefeito em seu bairro?”. Os depoimentos refletem as expectativas dos friburguenses quanto à melhoria de setores essenciais como saúde, transporte e segurança e a solução de problemas de infraestrutura nos locais onde vivem.

Cônego

No Cônego, entrevistados reclamam dos serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto e de promessas antigas, como banheiro para os taxistas

“Eu acho que o maior problema do bairro é a falta de tratamento de água e esgoto. Nós somos roubados, e não tem um político que lute contra isso. Eu não vi. Eles falam que vão fazer, entram e saem e acabam prorrogando mais o contrato. Estamos pagando rede de esgoto que não temos.”
Gilberto Inácio da Silva, 66 anos, aposentado

“Eu acho que deveria haver mais respeito no trânsito, pois há várias escolas por aqui. A gente precisa de quebra-molas e faixas de pedestre próximos aos colégios. Eles deveriam dar mais atenção ao trânsito em frente à escola Miguel Bittencourt.”
Wallace Gomes da Silva, 67 anos, aposentado

“A questão da água e do esgoto são os grandes problemas do bairro. Não falta água, mas a gente paga muito caro e a rede de esgoto não funciona.”
Antônio Almeida, 73 anos, aposentado

“O que falta no Cônego é lazer pras crianças. Se você olhar o parquinho, dá pra ver que falta isso. Lá tem fezes de animais, ele está todo quebrado e só tem dois brinquedos. Está faltando lazer por aqui.”
Liliane Pinheiro Vieira, 32 anos, balconista 

“Pelo que vejo, a infraestrutura geral do bairro é ruim. As ruas não estão boas, não tem lazer, falta muito investimento. As ruas podiam ser asfaltadas, as calçadas podiam ser mais bem cuidadas, a praça também precisa ser reformada. Podia haver também um posto de saúde mais lá para cima, para que ninguém tenha que ir até o Centro pra ser atendido.”
Rafael Mendonça, 39 anos, comerciante

“Eu acho que as ruas deveriam ser prioridade. As ruas e o banheiro para os taxistas são problemas que têm que ser resolvidos rápido.”
Rafael Barbosa, 30 anos, taxista

“Aqui a gente está precisando de muitas coisas. Precisamos de um posto policial, de mais um colégio, pois ainda temos que crianças que moram aqui e que precisam ir estudar no Cascatinha.”
Jurema Monteiro, 60 anos, vendedora


Olaria

Em Olaria, entrevistados pedem melhorias em infraestrutura e nos serviços de saúde, transporte e abastecimento de água 

“Melhorar o comércio promovendo festas na Via Expressa para atrair os turistas. Se tem festa, tem gente, que consumiria no comércio local; deve implantar um posto de saúde 24 horas, porque o posto aqui é muito fraco; e melhorar as ruas, que estão esburacadas.”
Altamiro Soares, 43 anos, comerciante

“As prioridades são a pavimentação das ruas, a saúde, que hoje está bem precária, e o trânsito, que está difícil.”
Dalton Guimarães, 50, corretor de imóveis

“Transformar Olaria num distrito. Venho falando isso desde uma campanha de 2004, que o lema era justamente transformar Olaria num distrito. Porque só com um distrito Olaria poderia ter um cartório, um serviço que a gente não tem aqui; transformar a Autran—que é um depósito de ferro-velho e dengue—numa subprefeitura, para evitar que a gente tenha de ir lá embaixo. Isto seria uma das coisas que ajudaria no trânsito. Por exemplo: qualquer coisa que a gente tem que fazer no cartório tem que pegar o carro ou o ônibus e ir lá embaixo, e como Olaria tem vida própria, um dos requisitos que inclusive está na Lei Orgânica, é que tenha escola, posto policial, indústria, comércio, posto de saúde... E Olaria já tem tudo isso. Olaria tendo um cartório e uma subprefeitura evitaria do pessoal ter que ir lá embaixo e aliviaria o trânsito. Claro, lógico. Sem contar que, quem tem uma empresa, se tiver que reconhecer uma assinatura, tem que largar a empresa ir lá embaixo para resolver uma coisa que poderia resolver aqui mesmo. É brincadeira; e uma área de lazer também. O Campo do Serrano, uma paixão que a gente tinha, está simplesmente jogado fora. Deveria ter um olhar especial para aquilo ali.”
Gilvan Marchon, 52, técnico em contabilidade

“Primeiro uma coisa muito útil para mim: trânsito. Está péssimo no Paissandu, refletindo em Olaria. A gente sai daqui, quando chega na saída da Via Expressa não passa mais; essas ruas também... Quando a gente sai de carro tem trocar o amortecedor por causa de uma buraqueira danada; e essa cobrança de esgoto, que não tem tratamento nenhum, isso aí é uma balela. É uma calamidade o que eles fazem. Tratamento não é canalizar, tem que ter tratamento da rede para o rio. O esgoto já deveria chegar ao rio tratado. Isso aí não é tratamento, isso é entrar no bolso da gente. A gente está pagando uma taxa de tratamento de esgoto e não vê tratamento nenhum. A gente chega perto do rio, no Colégio Nossa Senhora das Graças, e vê que o rio está uma sujeira imensa, aquela água está toda encardida, a gente não vê nem a pedra no fundo do rio.”
Paulo Assis Ferreira Louvise, 65, comerciante

“Posto de saúde bem equipado, que tem que ser 24 horas; mais segurança para as pessoas aqui em Olaria, que não tem. Tem um posto policial ali, mas não funciona. Se a gente chamar um policial ele não vem. Outro item importante é asfalto para arrumar essas ruas de Olaria, pois estão cheias de buracos. Até com carro novo tem que trocar o amortecedor. Digo isso com propriedade porque sou taxista há 40 anos e vou fazer 50 anos em Olaria.”
Geraldo Kropf, 73, taxista

“Primeiro a água. É um absurdo essa taxa que eles estão cobrando de esgoto. Deus me livre, isso não existe! Muito cara! Transporte, que é precário, não tem ônibus suficiente, inclusive eu morava em Conselheiro e mudei para Olaria. Eu não tinha mais condições de morar em Conselheiro porque não tinha horário de ônibus; e a saúde em Friburgo, na cidade inteira, no posto não tem remédio, não tem médico. Fiquei com minha mãe 12 dias no Raul Sertã e está tudo muito precário.”
Ivanise Garcia de Almeida, 44, recepcionista


Centro

Trânsito é o setor que merece mais atenção para a maioria dos entrevistados no centro da cidade

“Me mudei há pouco tempo para o Centro e acho que é preciso organizar o trânsito, principalmente na Avenida Alberto Braune. O ponto de ônibus localizado no início da avenida deveria ser transferido para a praça para acabar com aquele tumulto na calçada no final da tarde. É impossível caminhar ali entre 5h e 6h da tarde. 
Os demais pontos poderiam ser na Avenida Galdino do Valle, o que muito o trânsito no Centro. Também é preciso melhorar o serviço de transporte público, oferecendo mais linhas ligando os distritos como de São Geraldo a Mury e de Conselheiro a Mury. Acho que o Centro não tem tantos problemas e é preciso mais atenção para bairros como Stucky, Cardinot e Califórnia, que necessitam de muitas melhorias em infraestrutura como calçamento e limpeza.”
Carlos Alberto Monteiro de Souza, 49, professor

“O trânsito está muito confuso no centro da cidade e precisa de mais atenção, inclusive para o problema da falta de vagas para estacionar. Outra prioridade é a criação de mais áreas de lazer e a reforma do parquinho infantil. As crianças estão sem um espaço seguro para brincar. A Praça Getúlio Vargas também precisa de mais cuidados de manutenção porque está muito largada. A segurança é outro item que está deixando a desejar e não vejo mais a guarda municipal fazendo ronda nas ruas.”
Andreza Catarcione Araújo, 36, dentista

“Modificar o trânsito e parar de roubar. É preciso realizar obras em pontos críticos, como na Avenida Brasil, em Conselheiro Paulino, e no Paissandu. A rodoviária urbana também deveria sair do centro da cidade para acabar com aquela confusão de ônibus parados em fila no entorno da praça.” 
Antônio Cézar Ribeiro, 65, militar aposentado

“Acho que o trânsito está péssimo e tem que melhorar. O atendimento na saúde também merece mais atenção. Esses são os maiores problemas do Centro, mas tem muita coisa que precisa melhorar no resto da cidade.”
Jamil Gastim, 87, aposentado 

“Olhar com mais atenção para a questão dos moradores de rua. Há um tempo atrás eles ficavam no coreto e nas imediações do antigo fórum, fazendo muita sujeira, confusão e perturbando as pessoas. Agora eles ficam na pracinha próximo ao Cavalo Preto, incomodando os aposentados que ficam ali jogando. A cidade já deveria ter um abrigo municipal para essas pessoas.”
Carlos Vasconcelos, 78, militar aposentado 

“Em primeiro lugar, revitalizar a Avenida Alberto Braune, tapar os buracos na pista e mudar o calçamento. A gente que desfila no Carnaval sofre para não torcer o pé e se machucar. Também é preciso acabar com o desrespeito ao horário de coleta do lixo, que está sendo jogado a qualquer hora nas calçadas do centro. Outra medida importante seria a criação de um projeto para colocar os fios e cabos na rede subterrânea. A cidade está muito feia com tantos postes e fios pendurados e precisa ser modernizada. Friburgo merece voltar a ser o que era, uma cidade bonita, organizada e florida”.
Marly Pinel, 76, aposentada, Centro


Conselheiro Paulino

Em Conselheiro, saúde, segurança e educação estão entre as prioridades

“Eu acho que a prioridade é a área de saúde, porque a UPA não funciona. Agora mesmo estou indo lá no posto para marcar um médico que atende uma vez por mês e tem que chegar 4h da manhã pra marcar uma consulta. São apenas 20 fichas, uma vez por mês. A área da saúde está deixando a desejar demais. A segurança também deve melhorar. De vez em quando, escutamos casos de pessoas que foram assaltadas durante o dia, principalmente por causa dos morros que ficam próximos a Conselheiro. Está muito perigoso. Há alguns dias atrás, uma menina quase foi assaltada em frente à academia. A polícia fica rondando, mas tem hora que não vemos policiamento aqui no bairro.”
Fernanda da Silva, 24 anos, balconista

“Tem que fazer muita coisa que está precisando. Falta melhorar muito. A saúde está ruim, tem a UPA, mas não está boa. O hospital está com falta de médicos, tem que resolver. Quem ganhar tem que fazer as melhorias.”
Jadir de Andrade, 83 anos, aposentado

“Para mim falta tudo. Não tem nem como falar uma coisa só. Educação e, principalmente, saúde que está horrível. O atendimento das creches também está horrível. As ruas não estão boas, até aqui [na praça] está uma maravilha, mas ali em cima onde eu moro não tem calçada, é horrível para andar. Tem que fazer muito mais pelo bairro. Infelizmente não tem como elogiar nada aqui, porque está tudo péssimo.”
Patrícia Pinheiro da Silva, 33 anos, costureira

“Tinha que ter um semáforo aqui na praça. Porque uma vez quase atropelaram eu e meu neto. O trânsito aqui é muito perigoso. Acho que devem consertar a rua onde eu moro também [Rua São João, Morro Santa Terezinha]. Muita gente caiu ali na subida da rua.”
Maria de Fátima Guimarães, 50 anos, dona de casa

“Tem que fazer muita coisa pelo bairro. Aqui em Conselheiro não tem médico, deveria ter mais nos postos de saúde. Mais escolas também é preciso. O trânsito tem dia que está muito ruim e outros dias está mais ou menos.”
Neuza Varol, 59 anos, doméstica

“Hoje eu acho que falta limpeza, educação e o posto de saúde, que está muito ruim. Também falta mais segurança. À noite só fica uma viatura da polícia aqui e os jovens de hoje, infelizmente, aprontam muito. Então, eu acho que deveria ter um posto policial aqui como existe, por exemplo, em Olaria. Um dos maiores bairros de Nova Friburgo é Conselheiro. No momento as prioridades deveriam ser essas. Quando não tem a UPA, tem que ir pro Raul Sertã e aí tem que chegar de madrugada e ficar na fila.”
Fábio Henrique Flor Vial, 37 anos, cobrador de ônibus


São Geraldo

Em São Geraldo, enquete aponta a ampliação do número de médicos no posto de saúde e a melhoria da pavimentação das ruas como fundamentais

“Em primeiro lugar, o próximo prefeito tem que melhorar a escola de São Geraldo e, depois, consertar o posto de saúde. Hoje, para conseguirmos uma consulta temos que ir para a fila às 3h da manhã. Em relação à escola, é uma pena que as crianças do bairro tenham que estudar em outro lugar, pois aqui não tem vagas suficientes. É preciso ampliá-la.”
Maria Aparecida Frossard, 62, aposentada

“As ruas que estão cheias de buraco têm que ser prioridade. Quando chove, as pontes ficam nesse cai não cai. A gente fica com medo. O posto de saúde também merece um pouco mais de atenção. Tem poucos médicos disponíveis à comunidade.”
Wanderson Vieira Silva, 25, autônomo

“O posto de saúde não está legal, precisa de maiores cuidados. A situação das ruas também está bem tensa. Nas escolas e creches sempre faltam professores e funcionários. Muita gente tem que ir estudar em outro lugar porque aqui não tem vaga. Não dá para apontar um problema só como prioridade.”
Júlia Angel, 16, balconista

“Aqui precisa melhorar tudo, mas a primeira coisa que tem que ser vista são as ruas. Estão todas em péssimo estado. Os carros vivem quebrados, é buraco por todos os lados. A energia elétrica também é um problema. Vira e mexe falta luz.”
José Cláudio da Silva, 47, representante comercial

“É importante que o próximo prefeito amplie o atendimento do posto de saúde, para que a população de São Geraldo não precise se deslocar para conseguir atendimento médico. Isso também desafogaria o Hospital Raul Sertã e a UPA. Acho que isso não deve ser prioridade só aqui, mas nos principais bairros e nos distritos de Nova Friburgo.”
André Sancho, 44, militar

“O posto de saúde tem que ser a prioridade, ele precisa contar com mais médicos e especialidades. Para marcar uma consulta, às vezes nem é tão difícil, mas é comum precisarmos de um médico e, no dia que vamos até lá, não conseguirmos atendimento. Aí vamos para o Raul Sertã e também não tem médico. Temos que nos deslocar até a UPA. Se aqui em São Geraldo tivesse médico não teríamos esse problema. A saúde deve ser prioridade.”
Dilza Fernandes Ribeiro, 38, costureira

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