O que você achou da nova Praça Marcílio Dias?

quarta-feira, 03 de setembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Após a inauguração das obras de revitalização da Praça Marcílio Dias, no Paissandu, moradores, freqüentadores e comerciantes do local divergem quanto às mudanças realizadas no local. Alguns gostaram da reurbanização, outros nem tanto, mas o que a grande maioria questiona é se o tamanho da praça (cerca de seis mil metros quadrados) não deveria ser reduzido para dar lugar a outra pista de rolamento e desafogar o trânsito sempre crucial naquelas redondezas.

Na inauguração a secretária de Obras do município, Margareth Nacif, explicou por que não houve preocupação quanto à melhora do trânsito em torno da praça. “Chegou a ser cogitada a diminuição do diâmetro da praça, mas depois de estudos se percebeu que tal medida não ajudaria os freqüentes congestionamentos do Paissandu. A solução seria um viaduto ou mesmo uma passagem de nível, que são obras caras, mas temos que ter os pés no chão e fazer as obras que temos dinheiro para realizar. Este tipo de obra o orçamento da Prefeitura não cobriria, portanto, optamos por um projeto arquitetônico que desse segurança aos freqüentadores. A questão do trânsito não vimos como prioridade, já que existem outras possibilidades de melhoria”, disse ela.

Nas ruas da cidade populares lamentaram que as obras de remodelação demoraram para ser concluídas (quase um ano, sendo que parou algumas vezes) e questionaram os custos dos serviços (R$ 340 mil, numa parceria entre os governos municipal e federal). Além disso, o problema do confuso trânsito se mantém e a questão é exatamente a localização da praça, que não permite maior fluidez do tráfego. Pelo Paissandu passam diariamente milhares de carros, vindos de vários pontos da cidade. Trafegar nas redondezas em horários de grande movimento é tarefa que exige muita paciência. Os moradores dizem não querer promessas futuristas, mas, sim, medidas reais no presente, para garantir a segurança dos milhares de motoristas que circulam diariamente pelo local. No entorno da praça todos os dias são registrados pelo menos três acidentes de trânsito.

“Tinha que diminuir a extensão da praça e fazer mais uma faixa, para ajudar a desafogar um pouco o trânsito. Não tem um dia sequer que não presencio uma batida nessa área. Passar por aqui é um verdadeiro perigo, mas, se não for por aqui, vai se passar por onde? Penso que se diminuísse um trecho da praça, na região onde foi feito o canteiro, e se fizesse mais uma faixa de rolamento, diminuiriam os congestionamentos, principalmente das 7h às 9h e das 17h às 19h, que é quando se concentra maior fluxo de veículos.”

Sérgio Manoel dos Santos, 42 anos, balconista, Cordoeira

“Se pudessem mexer na praça para transformar o redor dela em mais uma faixa ajudaria a desafogar o caótico trânsito. Com três faixas de rolamento os veículos teriam mais espaço para circular e o elevado número de acidentes registrados diariamente provavelmente iria diminuir.”

Diego Malavazi, 22 anos, lutador, São Geraldo

“Gostei muito do trabalho de reurbanização, mas concordo que diminuir a praça para fazer mais uma faixa para os carros seria a melhor solução. Prejuízos a população friburguense teria, já que se trata de um local arborizado e de lazer da cidade, mas é o preço que se paga pelo desenvolvimento.”

Renato Souza, 38 anos, montador de fechaduras, Conselheiro Paulino

“Não acho que mais uma faixa resolveria o problema do Paissandu. Em Nova Friburgo se dirige muito mal, os motoristas não têm educação e falta atenção no trânsito. Eu moro próximo à Praça Marcílio Dias e para fazer tarefas simples, como levar meu filho à escola de carro, por exemplo, é um sufoco. Mesmo assim, sou de opinião que a praça deveria ficar do mesmo tamanho que sempre teve. Só não gostei do novo projeto paisagístico dessa reforma. Pelo tempo que demorou e pelo dinheiro que se gastou, esperava mais.”

Michelle Moraes, 27 anos, professora, Paissandu

“Seria muito bom se os motoristas tivessem a opção de mais uma faixa em torno da praça. Isso representaria mais espaço para dirigir. Com mais espaço, acredito que a quantidade de acidentes que vejo acontecer aqui todos os dias iria diminuir, pois não haveria necessidade dos veículos trafegarem tão juntos como ocorre atualmente. Se cortassem esta praça para fazer uma nova pista seria ideal, mas acho que o problema são as árvores que existem nela. Para fazer outra faixa, árvores teriam que ser derrubadas e os ambientalistas arrumariam confusão. Só queria que eles e outras pessoas responsáveis pelo poder público presenciassem o que eu, como comerciante do local, presencio todos os dias. São duas a três batidas diárias e não dá para fugir do Paissandu. Em Nova Friburgo, onde quer que você vá, tem que passar por aqui.”

Mário Amêndola, 50 anos, dono de banca de jornal e revistas, Centro

“Acho que um viaduto seria a solução para resolver o problema do trânsito no Paissandu. Não creio que se diminuir a praça o trânsito vá melhorar. Essa praça está tão bonita depois do novo paisagismo! Seria uma pena ter que mexer em seu tamanho. Todo mundo que vem do Rio precisa passar dentro da cidade, isso é que é errado. Deveriam ter pensado nisso antes, o problema é que a cidade não foi projetada pensando no futuro. Isso já era para ter sido previsto. Agora, culpar a praça é que não dá.”

Blínio Ferreira, 45 anos, pedreiro, Cônego

“O problema de Friburgo é o excesso de carros. Não creio que a praça seja a culpada pela loucura que é o trânsito no Paissandu. Mas minha opinião sobre as obras na Marcílio Dias é que os gastos foram exagerados. A cidade tem muitos bairros com outras necessidades mais urgentes do que a revitalização dessa praça. Apesar de trabalhar numa loja no Paissandu, moro no Jardim Califórnia e lá falta até saneamento básico em algumas ruas. Parte do dinheiro gasto aqui poderia ser usado para resolver esses outros problemas que, a meu ver, são mais essenciais.”

Maria Madalena Oliveira de Souza, 45 anos, atendente, J. Califórnia

“Penso que a praça deve ficar exatamente onde e do tamanho que está. Ela é antiga e já virou referência na cidade. A revitalização que foi feita deixou a praça ainda mais bonita. Gostei do resultado. Não acho que deveria ser cortada para fazer mais uma pista, foi assim que aconteceu em São Paulo, por exemplo. As áreas arborizadas da cidade foram dando lugar ao asfalto e, se deixar, o mesmo acontece aqui. O que tem que acontecer é menos carros indo para as ruas. A praça está no lugar dela, quem está sobrando são os veículos.”

Reinaldo Pedro de Souza, 60 anos, aposentado, São Jorge

“Acredito que diminuir a extensão da praça seja complicado, devido às árvores que ela possui. Mas não acredito que aumentar a quantidade de pistas seja a solução ideal. O problema é que todo tipo de caminhão passa por aqui. A praça ocupa um espaço considerável, mas está no lugar dela e assim deve permanecer. Acho até que deveria ter mais árvores, pois é pouco arborizada. Mas quem está sobrando nessa história toda são os caminhões e demais veículos que para irem ao Rio de Janeiro ou vir do Rio para as cidades da Região Centro-Norte precisam passar dentro da cidade, o que não acontece em outros municípios.”

Jorge Antônio Rodrigues Pereira, 42 anos, taxista, São Geraldo

“Quando vi que essa praça havia entrado em obra achei que fossem melhorar o problema do trânsito no Paissandu, mas me enganei. Essa praça é muito grande, portanto, mesmo se diminuísse um pouco, ainda ficaria de bom tamanho. E construir mais uma faixa em seu entorno seria o ideal para tentar desafogar o caótico trânsito que tem essa cidade.”

Francisco de Assis Pinheiro, 26 anos, estudante, Catarcione

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