Henrique Amorim
O jovem Thierry Gomes da Silva, 17 anos, era o exemplo da alegria. Tinha muitas amizades na escola onde cursava o ensino médio—o Colégio Estadual Canadá—, era bem visto onde chegava, estudioso e destaque nas competições de downhill, seu esporte predileto. Todo o vigor e a beleza da adolescência, infelizmente, deram lugar à tristeza e ao sofrimento desde um passeio de férias em janeiro. Thierry acidentou-se gravemente ao saltar de uma pedra na Praia da Tartaruga, em Rio das Ostras, junto com um grupo de amigos também adolescentes e acompanhados dos pais. Ele chocou-se sobre um banco de areia e fraturou três vértebras, o que o deixou tetraplégico (sem movimentos do pescoço aos pés). Após 57 dias de internação no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Geral de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, e mais internações no CTI e no isolamento do Hospital Municipal Raul Sertã, o rapaz teve o estado de saúde agravado por sucessivas infecções nos pulmões, intestinos e coração, que o obrigaram a contar até com a ajuda de aparelhos para respirar.
Liberado recentemente pelos médicos para voltar para casa e continuar o árduo tratamento em busca da recuperação lenta e gradativa dos movimentos, teve início outro drama tanto para Thierry, como para sua família. De acordo com a irmã do jovem, Gabriela da Silva, que procurou a redação de A VOZ DA SERRA para apelar por ajuda, Thierry luta para poder voltar à vida normal, mas sua família tem poucos recursos financeiros. Além das despesas contínuas com a compra de fraldas, gazes, ataduras, óleos especiais, diversos medicamentos e diárias de enfermeiras, o rapaz necessita agora de deslocamentos contínuos ao Rio de Janeiro para prosseguir o tratamento e, além do transporte especial, retirá-lo da casa da mãe Eva, no distrito de Conselheiro Paulino, tornou-se uma missão complicadíssima.
O acesso ao imóvel se dá por uma escadaria bastante estreita e os familiares de Thierry têm muitas dificuldades em removê-lo, pois ele não pode sofrer movimentos mais bruscos para não comprometer ainda mais sua paralisia. Para chegar ao térreo, ele tem que ser carregado. A família chegou até a fazer um orçamento para instalar um elevador na casa para livrá-lo da escadaria, mas o valor da adaptação do equipamento é inviável ante ao orçamento doméstico da família do adolescente. “Se não fosse a boa vontade da equipe da Casa dos Pobres de São Vicente de Paulo, que doou uma cama hospitalar, e do Hospital de Bonsucesso, que cedeu uma cadeira de rodas reclinável, não sei como faríamos para manter o Thierry em casa junto da gente”, disse Gabriela emocionada ao comentar a triste situação do irmão caçula.
“É o nosso anjo que está preso sobre uma cama sem poder sequer se movimentar e dependendo da ajuda de alguém para tudo, até para beber água ou simplesmente coçar a cabeça. É um herói que precisa voltar a curtir sua juventude”, lamenta a irmã que, inclusive, já fez apelos por cartas a programas de TV na esperança que surja uma doação que ajude seus parentes a custear as muitas despesas com o tratamento do rapaz tido como “um guerreiro e um milagre de Deus” para a família.
“Até um iogurte cicatrizante que ele [Thierry] precisa tomar é um amigo que, quando pode, compra e traz para o meu irmão”, complementa Gabriela, que lançou uma campanha de sensibilização para conseguir ajuda para Thierry, ou com doações em dinheiro ou alguma outra forma que permita a família deslocá-lo de Nova Friburgo ao Rio de Janeiro para o tratamento em busca de sua reabilitação motora. Quem puder ajudar de alguma maneira pode telefonar para a mãe do jovem, Eva—9932-1941 e 2519-0851—ou ainda para a irmã Gabriela, 9806-6610.
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