Neste sábado, 5, a partir das 16h, será inaugurado um novo espaço para exposição, voltado para a arte atual. É a galeria KM7, ou instituto, localizada em Campo do Coelho (Estrada Tere-Fri, km 60, Rua Margarida Brantes 265), com o objetivo de abrigar exposições periódicas de artes plásticas com visitações previamente agendadas e promover residências artísticas. Contatos: (22) 3016 1944 e galeriakm7@gmail.com.
Segundo um de seus integrantes, o artista Carlos Eduardo Borges, a galeria se propõe trazer para Nova Friburgo o trabalho de artistas que geralmente expõem em grandes centros urbanos do país e do exterior. Para ele, a iniciativa se insere em um quadro mais amplo de iniciativas “para recuperar a economia e a natureza de uma das estradas mais bonitas do país, a Teresópolis-Friburgo, duramente atingida pela tragédia de 2011. Muito do que se recompôs nesses cinco anos, ao longo e no entorno dessa estrada, se deve ao próprio curso da natureza. E deve, também, à capacidade que tantas pessoas demonstraram, de reconstruir, a partir de outros planos, de outras plantas”, ressaltou.
Do início da era digital, para além de seus limites
“Os trabalhos selecionados para essa mostra correspondem àqueles que motivaram um artigo que escrevi para a revista Croma 3, da Universidade de Lisboa. Nele, considero que o módulo utilizado para a formação de imagens, ocorre desde a consolidação do trabalho de Marcos Cardozo, Jarbas Lopes, Edmilson Nunes, Sérgio Torres, Marcelo Brantes, Chang Chai e do meu próprio, até a produção de artistas que apareceram mais tarde, como Felipe Barbosa, Rosana Ricaldi, Lin Lima, e outros. Deixando, porém, de ser tão significativo no trabalho de gerações posteriores, já habituadas à digitalização. Para essa geração, a internet exerceu o papel preponderante na problematização de suas imagens e na formação de suas imagéticas.
Com o objetivo de estabelecer o período no qual o papel do módulo se tornou crucial, considero ainda que artistas com formação já completamente consolidada entre os anos 1994 e 2000 não apresentam sinais evidentes de sua influência. Jorge Duarte me parece o exemplo paradigmático aqui, pois sofreu praticamente as mesmas influências que os artistas citados, todos com formação ligada à EBA-UFRJ, campo-limite dessa pesquisa até o momento.
Dessa forma, procuro descartar a influência neoconcreta, via Lygia Pape, como explicação para a utilização de pequenos fragmentos nos trabalhos considerados, pois ela não se manifesta em artistas anteriores ou posteriores, embora essa influência possa estar presente de outras formas. E também, que esse envolvimento do módulo nas diversas problematizações das pesquisas, que relaciono com a transição ocorrida nas imagens e nas fotos do início da era digital, possa ser estendido para muito além desses limites e se tornar um instrumento útil para outras reflexões e estudos futuros” (Carlos Eduardo Borges).
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