Afinados dentro e fora dos palcos, os cantores João Noronha e Letícia Andrade, desde cedo, despontaram para a música e fazem a alegria das noites friburguenses. Ele é friburguense e canta profissionalmente há oito anos e em suas palavras, sempre tenta renovar e trazer coisas novas para o público. Ela canta desde os 14 anos e começou com uma banda de baile, em Sumidouro, sua cidade natal. Em Friburgo começou a cantar em barzinhos e há dois anos está 100% focada no gênero sertanejo universitário. Confira a entrevista com o casal de cantores mais querido da cidade, que mistura no palco o sertanejo de raiz com o gênero modão. João está prestes a lançar uma nova música, e Letícia, apesar da timidez, mostra que em cima do palco tem o poder de comandar uma multidão.
Como assim você fica nervosa para dar entrevista e no palco você comanda milhares de pessoas, sem pensar duas vezes?
Letícia: Não sei explicar. Quando estou no palco é uma transformação, como se fosse uma atriz. Sempre que vejo a multidão à espera do show, sinto um frio na barriga, mas quando entro no placo é algo tão natural. Na primeira música geralmente eu fico “desconfiada” tentando sentir o público. Tocar em Friburgo dá uma segurança grande porque as pessoas que estão na plateia já acompanham o nosso trabalho. Quando tocamos fora, a partir da terceira música já fico mais tranquila.
Tem que ter que frio na barriga antes do show, não é, João?
João: Com certeza. Frio na barriga faz parte do nosso trabalho. E isso é bom demais!
O público do sertanejo é um público que não para de crescer e é o público que mais cresceu na cidade?
João: A crescente do sertanejo já foi há algum tempo, acho até que recentemente deu uma caída, mas agora as pessoas têm trazido coisas diferentes para agregar à música. O mais importante é você juntar vários estilos e trazer uma coisa nova pra galera. Da maneira que chegou o sertanejo aqui em Friburgo, foi muito forte. Por ser interior e ter muita exposição agropecuária.
Falando da sua apresentação no carnaval, você estava incrível, comandando a galera, deu pra ver que você era dona do palco.
Letícia: Foi muito bom. Agradeço a prefeitura por me dar essa oportunidade de tocar nos eventos. Nós sempre somos bem recebidos pela galera, temos um público muito bom, aqui. O carnaval foi ótimo, o pessoal vibrando junto e cantando com você, motiva mais. Músico vive de fases, às vezes a fase está ótima outras estamos um pouco pra baixo. E carnaval a energia é ótima a galera chega junto.
E falando de motivação, João, você mais do que nunca está super motivado por conta do lançamento do seu novo clipe?
João: Motivação lá em cima, por conta do lançamento dessa música e do clipe. O nome da música é “Agora Chora” e em breve vai estar disponível em todas as plataformas digitais. As pessoas vão poder ouvir em tudo que é lugar, no carro, no churrasco, no celular.
A afinação de vocês dois vai além dos palcos já que vocês são namorados. Essa relação ajuda?
João: Às vezes a relação da uma desafinada, igual ao violão, mas você dá uma apertadinha, corrige e depois tá tudo certo.
Letícia: Trabalhar com o namorado é bom porque um ajuda o outro, um levanta o outro, mas existem situações em que a gente discorda e aí dá uma desandada, mas, nada demais. A gente se acerta depois.
Vocês costumam se apresentar juntos?
João: Nós fazemos shows separados no mesmo evento, mas um faz participação especial na apresentação do outro. Quando ela canta, eu participo do show dela e ela no meu show.
Fique de olho nos talentos da terrinha: conheça alguns deles
Assim como Letícia e João, outras carinhas marcantes na noitada friburguense merecem reconhecimento. Muitos desses talentos já estiveram no estúdio do jornal A VOZ DA SERRA, entrevistados no programa Agenda Cultural. Ainda no começo de suas carreiras já possuem agendas lotadas, se apresentando, inclusive, fora da cidade.
Jhéssica Barrozo:
A cantora, de 20 anos, é uma carinha conhecida das noitadas friburguense. Com apenas um ano de carreira, ela é presença garantida em diversas casas noturnas e bares da cidade. Jhéssica afirma que “tudo começou com uma brincadeira de amigos” que ganhou forma e agora tem ares profissionais. “O foco do sertanejo é na mulherada. Os principais pedidos são de sucessos de Marília Mendonça, Maiara & Maraísa, Simone & Simaria. E pedem sempre para repetir as músicas. O público pede muito Evidências, do Chitãozinho e Xororó, mas sempre tem que ter um “modão”. Recebo muitos pedidos para cantar Boate Azul (Joaquim e Manoel) e Rumo a Goiânia (Leandro e Leonardo). As festas que acontecem na cidade estão muito voltadas para esse setor. Pode reparar, em qualquer evento você tem no mínimo um DJ para tocar outros estilos e um artista para cantar sertanejo.”
Milla Pereira:
Com cerca de três anos de carreira, Milla Pereira, de 25 anos, que costuma se apresentar pelos palcos friburguenses cantando sertanejo universitário, carrega na bagagem um clipe lançado com música autoral e agenda cheia. Com pouco tempo de carreira, A Solução é a primeira música de trabalho da cantora, que tem participação especial do também cantor friburguense, Vitor Ferraz, com quem possui grande amizade e costuma fazer parcerias. A música ainda busca cair nas graças do público e é uma aposta da cantora. “Eu sei que nem toda música vira sucesso, mas essa é uma aposta porque considero muito boa”. Milla é um dos talentos da terrinha e foi a primeira entrevistada do nosso programa “Agenda Cultural”, que estreou em novembro de 2017. Curiosamente, também era a primeira entrevista de Milla. Tímida, meio sem jeito diante das câmeras, nem parecia a mulher com desenvoltura e empoderada em cima dos palcos que tem a difícil missão (não pra ela, claro) de não deixar ninguém parado e com a animação lá no alto.
Israel Lacerda:
Desde os 16 anos na ativa, o mineiro “naturalizado” friburguense Israel Lacerda vem agitando as noites da cidade. A carreira começou no pagode, mas os bons ventos o levaram ao seu grande amor: o sertanejo. Quando adolescente, confessou que matava aula para ficar pelos corredores da escola tocando violão e cavaquinho. Dedicado, o cantor abdicou de muitas coisas para seguir no seu sonho e a agenda lotada de compromissos mostra que a escolha foi acertada. “Hoje em dia, viver do próprio sonho é bem complicado. Desde criança eu tinha esse sonho, de cantar e viver da música e hoje eu consigo. É um ritmo que está em constante evolução e que se mistura com outros ritmos como o funk. Os meus ex-professores vão muito aos meus shows e alguns costumam brincar dizendo que se eles soubessem que o resultado de matar aula seria o que eu sou hoje, eles até incentivariam (risos). A música sempre foi a minha grande paixão. Eu tive um grande professor que me disse: “A música tem que fazer o papel dela. Se ela tiver que te fazer chorar, que te faça chorar, se é para te fazer sorrir, que te faça sorrir”. E nos shows toco músicas de 40 anos atrás e que a galera, que é bem mais jovem, sabe de cor”.
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