O filósofo canadense Herbert Marshall McLuhan (1911 — 1980), mestre e doutor pela Universidade de Cambridge, autor de aproximadamente 15 obras, dentre as quais, O meio é a mensagem, Guerra e Paz na Aldeia Global e Os meios de comunicação como extensões do homem (1964), previu o que ocorre hoje no mundo da comunicação, há mais de meio século.
Em uma tentativa de analisar e explicar os fenômenos dos meios de comunicação, McLuhan criou a expressão "o meio é a mensagem", como metáfora para a sociedade contemporânea. Ele defendia que "a mensagem é o próprio meio", e o conteúdo que ela carrega são as mudanças comportamentais e sociais que provocam nos indivíduos.
“O seu foco de estudo eram os veículos de comunicação, qual o meio utilizado para difundir determinada mensagem, qual a capacidade de disseminação desses meios e qual o efeito causado na vida das pessoas. A ideia defendida por ele nunca fez tanto sentido e esteve tão atual. Ele, simplesmente, vislumbrou a internet e a cibercultura quase 30 anos antes de seu boom.
O legado teórico de McLuhan nos ajuda a entender o processo atual de mudança da comunicação, que vai muito além da migração do analógico para o digital. Para ele “os meios são extensões dos sentidos dos homens, funcionando como uma espécie de ‘prótese técnica’. Nessa lógica, smartphones ou qualquer outro dispositivo ou central convergente podem ser as extensões dos dedos ou das mãos. E mais: a extensão da mente de cada um de nós, configurando uma relação simbiótica entre a tecnologia e o homem.” (Rodrigo Padron).
McLuhan também cunhou a expressão aldeia global, para dizer que as ‘novas tecnologias eletrônicas tendem a encurtar distâncias e o progresso tecnológico tende a reduzir todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, um mundo em que todos estariam interligados.
Ele foi o primeiro filósofo a tratar das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. “Enquanto a imprensa nos destribalizou, os meios eletrônicos estão nos retribalizando”, decretou.
O Facebook fez 15 anos na segunda-feira passada, 4, e apesar de sua relativa e curta existência, a história da rede social mais popular do mundo já é contada em livros, documentários e filmes. Não para de se reinventar, introduzir novidades e alimentar o noticiário global. Fundada em 2004 por um grupo de jovens universitários — Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Chris Hughes, Andrew McCollum e o brasileiro Eduardo Saverin —, a rede permitia que estudantes de Harvard criassem perfis com informações pessoais e fotos. Esse era o objetivo: configurar um espaço no qual as pessoas pudessem se conhecer, encontrar, trocar opiniões e fotos, fazer contatos.
Ao alcançar as universidades Stanford, Columbia e Yale, em dezembro do mesmo ano já havia um milhão de usuários cadastrados. Em 2007, Mark Zuckerberg registrou o facebook.com.br, abrindo as portas de sua rede social para os brasileiros, com a versão em português. Hoje, o Facebook tem mais 2 bilhões de usuários, e conta entre seus aplicativos, com dois gigantes: Instagram (desde 2012) e WhatsApp (2014).
Com capacidade de expansão e velocidade incomuns, só quem está conectado dia e noite é capaz de acompanhar, assimilar e dominar todas as ferramentas que vão surgindo. Desse universo em contínua expansão revelamos nesta edição os primeiros passos do que viria a se transformar numa poderosa tecnologia da informação. A maioria de seus bilhões de usuários considera o Facebook viciante, fascinante, irresistível, e, muitas vezes, indigesto.
Vamos nos ater aqui a um ou outro aspecto desta invenção que, como tudo na vida, tem dois lados: o bom e o ruim. Fato é que o FB modificou para sempre a forma como as pessoas se comunicam, sua capacidade de juntar e separar, seu poder de interferir na vida de terceiros, construir ou destruir reputações, de entreter também. Mas, acima de tudo, de informar ou contrainformar, já que se tornou o nosso maior veículo de comunicação. Agora, a forma como e com que intenção usamos o Facebook, é escolha pessoal e intransferível.
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