O resultado da batalha é pancadaria. E sobra pra todo mundo. Não queremos nem saber se você é luso-afro-tupiniquim, alemão, maconheiro de Lumiar, vendedor de pastel na esquina ou algum respeitável cidadão da sociedade. Pra vender a imagem da cidade vamos pintar os muros (mas sem reforçar), pintar sorrisos nas estátuas e dentes nas bocas murchas do mendigos.
A velha negra com blusa larga e peitos soltos e caídos, mamilos despontando através do tecido, inevitavelmente apontando para o chão, cata da bolsa um cigarro fedido de filtro amarelo. A bolsa, dessas grandes, quase não se aguenta, mas não estoura, contendo roupas, panos, manchas, uma sujeira que faz sentido, porque é mais honesta, menos rançosa lá com seu gosto de terra do que as pontas de bagulho, as bolinhas e papeis de bala caídos no fundo da bolsa de grife da mocinha loura que passa do lado e faz carinha de nojo.
Meio de mau tom
esta primeira
coluna do ano, não?
Vou tentar melhorar, então.
Vamos fazer uma campanha subterrânea, que pensam? Pendurar faixas nas linhas de esgoto na esperança de que ao menos as m... lá de baixo se conscientizem, passem a ser menos fedidas e até, quem sabe, mais toleráveis.
Ouçam bem, meus camaradas de gravata que pensam mandar no mundo, ouçam: se continuarem agindo assim, a vosso bel-prazer, sem se preocupar com os rumos de nossa sociedade, eis o que vamos fazer com vocês, vamos lhes dar descarga como fazemos todos os dias com seus irmãos menores! E só vamos parar quando vocês todos tiverem sido arrastados até a morte e o silêncio do fundo do oceano.
Esta é minha mensagem de ano-novo.
Fiquem bem e lembrem-se de que vocês não se bastam, sempre será preciso mais alguém...
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