Algo estava errado quando entramos no navio, ou melhor, barco de transporte que nos levaria a Manaus, naquela tarde de primeiro de setembro. Chamava-se Golfinho do Mar e estávamos em pleno rio Amazonas.
Na realidade nosso golfinho era mais um dos navios mistos de carga e passageiros que servem à população ribeirinha e que dependem do transporte hidroviário. Dispunha de 6 minúsculos camarotes, com ar refrigerado e 350 redes distribuídas pelo primeiro e segundo pavimentos, com ar renovado. O terceiro andar era reservado à área de lazer onde um som ensurdecedor impedia as pessoas de conversarem além de transformar o lazer em verdadeiro suplício.
Banheiros coletivos para a galera e um com chuveiro para cada três camarotes, mas sabonete e toalha era apenas um detalhe, a menos. Sabonete comprei no bar do terceiro pavimento, a toalha foi emprestada por uma das tripulantes, que por acaso levava uma sobressalente em suas viagens.
Já devidamente instalados soubemos que a viagem que nos fora informado ser de 28 horas, na realidade duraria 40 horas, pois para Manaus estaríamos subindo o rio, ou seja, navegando contra a correnteza. Não pensem que fizemos uma escolha inconsequente, pois nossa viagem do Rio até Belém, para o 3º Cebaem (Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia), com uma esticada a Alter do Chão e a Manaus foi organizada pela empresa de turismo Colombo, com sede em Belém do Pará, que inclusive era a agência oficial do evento. “Turismo Colombo, cada viagem um tombo”.
O problema é que o turismo no Brasil ainda é tratado de modo artesanal, amadorístico mesmo, enquanto que nos países sérios que o encaram como uma fonte importante de receita, ele é uma indústria e como tal é administrado. Mas, contratempos à parte, a viagem valeu e é muito agradável para aqueles que gostam e curtem o turismo ecológico. Tanto Belém, Alter do Chão e Manaus oferecem uma diversidade de coisas a serem visitadas, que compensa os percalços que possam surgir
Os próximos artigos serão dedicados aos inúmeros passeios que fizemos, verdadeiro colírio para os olhos e imperdível para os que curtem o contato com a natureza, com fotos ilustrativas, se o espaço permitir.
Deixo, para terminar, o endereço de Ildefonso Taketomi, um nipo-brasileiro com um senso profissional muito desenvolvido. Ele tem o dom de cativar o turista no primeiro contato e é dono de uma agência de turismo receptivo, a M.Turismo, sediada em Alter do Chão, distrito de Santarém, joia encravada no rio Tapajós.
Se você tem vontade de conhecer o norte do país, entre em contato com Ildefonso Taketomi, da M. Turismo, pelo email: ventoempopa@ne4tsan.com.br (da agência) ou daiichii.taketomi@gmail.com, o particular. Vale a pena.
Por Max Wolosker Neto
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