Max Wolosker
Mais um ano chega ao fim, menos um ano na vida de todos nós, vida que segue seu curso; hora de avaliação do que fizemos de bom, do que deixamos de realizar, dos nossos planos para 2010, dos nossos erros, dos nossos acertos.
Antes teremos as festas de fim de ano, principalmente o Natal, dia maior da cristandade, para aqueles cuja data está associada ao nascimento de Cristo, mas na realidade um momento em que as famílias se reúnem para estreitar os laços de amor e amizade e comungar os anseios de paz e realizações para todos.
Aliás, é assim que sempre encarei o 25 de dezembro, ainda mais quando se sabe não ser essa a verdadeira data do nascimento de Jesus, pois o dia correto permanece um mistério. Na realidade, nem a igreja católica comemorava o Natal, cabendo ao Papa Júlio I, em meados do século IV, a fixação deste dia como aquele no qual Cristo nasceu. Já para a Igreja Ortodoxa, a data escolhida foi o sete de janeiro.
Na realidade, naqueles tempos existiam duas festas pagãs comemoradas com muita alegria, uma era a Saturnália dos romanos, que durava uma semana de 17 a 24 de dezembro, dedicada ao deus Saturno, onde era feriado, os amigos trocavam presentes e, pasmem, os escravos tinham direito a fazer o que quisessem inclusive serem servidos por seus donos. A outra era o Solstício de Inverno, de origem germânica e celta, em que se comemorava o nascimento do novo ciclo do Sol sob a Terra.
Se muitos comparam o nascimento de Jesus, ao momento em que a humanidade saiu das trevas e viu a luz, nada mais inteligente que cristianizar a data e colocar num segundo plano a sua conotação pagã. É bom lembrar também que o 25 de dezembro era atribuído ao nascimento do misterioso deus persa Mitra, considerado o Sol da Virtude.
Por outro lado, a história da arvore de natal é mais antiga que o próprio natal, datando de dois a três mil anos AC. Os povos indo-europeus que se expandiam pela Europa e Ásia consideravam as arvores uma expressão de fertilidade da mãe natureza, e por isso eram veneradas. Assim o carvalho, visto por muitos como a rainha das árvores, era adornado com diferentes enfeites, quando suas folhas caíam no inverno. Agindo assim, os povos antigos pensavam em atrair o espírito da natureza, que acreditavam ter fugido.
Foi somente a partir do século XVI, no ano de 1521, na região da Alsácia, nessa época pertencente à Prússia, atual Alemanha, que o pinheiro passa a ser mencionado como arvore de natal. Na realidade, no início ele simbolizava a arvore do paraíso e era decorado com maçãs vermelhas. No século 19 elas chegaram à Inglaterra, França, Estados Unidos e, já no século XX tornam-se tradição na Espanha e América Latina.
Ao nos despedirmos de 2009, não podemos esquecer nunca que somos os herdeiros e os continuadores das tradições de nossos ancestrais. Não vem ao caso quais as nossas crenças, que religião professamos, o importante é trabalharmos juntos pela paz, pela preservação da natureza, pelo amor ao próximo. Essa é a verdadeira essência do Natal, o presente maior que o homem pode dar e certamente quer receber.
Um feliz Natal para todos nós.
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