Max Wolosker Neto
Quarta feira, 16 de setembro de 2009, entra na história da minha vida como o mais feliz e significativo. Foi nessa data que minha batalha judicial contra o INSS, iniciada há quatro anos, chegou ao fim, com a sentença que julgou procedente a minha ação de aposentadoria integral, além de deferir também o meu pedido de tutela antecipada. Essa tutela se fez necessária porque apesar da orientação da Advocacia Geral da União no sentido do INSS não recorrer de sentenças tramitadas em julgado, o INSS insiste em fazê-lo. Que o faça.
Minha carta de alforria chegou no momento exato, pois já não aguentava mais ser perito de uma instituição que ainda não conseguiu entender o seu verdadeiro papel no contexto da sociedade. Tanto isso é verdade que suas diretrizes tem muito mais um cunho político do que profissional. Não é à toa que o perito sofre diuturnamente com ameaças que partem de segurados e pressões que surgem das várias ações judiciais contra ele, o que torna sua jornada de trabalho um verdadeiro inferno.
Tenho pena dos meus colegas peritos, pois o ano de 2010 será pleno de aborrecimentos já que o atual ocupante do planalto fará o possível e o impossível para eleger sua candidata, uma mala por sinal, e com toda a certeza isso terá repercussões na perícia médica. Não se deve esquecer que ela hoje é além de competente, muito profissional e isso contraria interesses de políticos que não entenderam ainda essa mudança de conduta e a atual postura dos peritos médicos da previdência social.
Isso não me pertence mais, graças a Deus, e tenho a plena consciência de que valeram a pena esses quatro anos de contenda, pois me deixaram a certeza, e isso faço questão de passar para os meus colegas, de que o bom cabrito berra e berra o mais alto que puder. Quem tem plena convicção dos seus direitos tem que brigar por eles, tem que ir até o fim porque não se estão pedindo favores e sim o cumprimento daquilo que é líquido e certo. Não se pode ficar nas mãos de funcionários do INSS que se negam a cumprir sentença tramitadas em julgado, pelo simples fato de não concordarem com elas, querendo ser mais realistas que o rei. Por isso berrei e quanto, mas não me arrependo, muito pelo contrário.
Vida que segue, com um fardo a menos, pois ser perito tornou-se algo abstrato cuja experiência não tenho a menor vontade de repetir. Foi bom enquanto durou, melhor daqui pra frente em que continuarei a ser médico, mas apenas preocupado com o bem-estar físico e mental do meu paciente, se é que em tempos de convênios ainda possamos falar em meu paciente. Sem falar no exercício da profissão de jornalista, que a partir de agora posso me dedicar com mais assiduidade.
Ficamm aqui registrados os meus agradecimentos aos advogados doutora Adriany Chaicoski Curty Velloso que deu o pontapé inicial nessa ação; à doutora Marcele Ignacio Bachini e ao doutor Jefferson Ignácio de Oliveira que tão brilhantemente a concluíram. E também à juíza doutora Mônica Lúcia do Nascimento da 1ª Vara Federal, pois na realidade, foi quem tornou o dia 16 de setembro de 2009 o mais feliz da minha vida. A mim só me resta correr para a galera.
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