Após perder três filhos, todos vítimas de meningite, um médico americano obstinado passou a estudar incansavelmente a natureza da saúde e das doenças. Seu nome era Andrew Taylor Still, a época era o fim do século 19 e sua crença era que, se havia um Deus de verdade, toda a sua obra, a sua criação, seria harmoniosa, estando a cura no mesmo local do espírito da vida, ou seja, no próprio indivíduo.
Nessa busca, Still combinou conceitos filosóficos, teorias científicas, descobertas pessoais e estudos de anatomia, física, química e biologia. O resultado foi a criação, em 1874, da osteopatia - uma especialidade da fisioterapia que consiste na utilização de técnicas de manipulação e estímulo de articulações e tecidos moles que atuam no equilíbrio sistêmico e ajudam o corpo a se curar sozinho. Para os osteopatas, todos os órgãos estão relacionados entre si, e qualquer disfunção de um afeta os demais.
Em Nova Friburgo, um jovem fisioterapeuta, de 39 anos, trocou as bolas e elásticos do pilates pelas técnicas da osteopatia e ganhou apelidos como “desempenador de colunas” e “martelinho de ouro”. Pedro Vidinha, pós-graduado pela Escuela de Osteopatia de Madrid, diz que o maior erro que uma pessoa pode cometer na vida, na busca por mais saúde e qualidade de vida, é o medo de se movimentar, de se exercitar.
A “cinesiofobia”, segundo ele, não deve ser confundida com a famosa preguiça. É, na verdade, um estado mental, muitas vezes ocasionado por alguma experiência real ou imaginária, um trauma ou uma memória de dor, que leva a pessoa a se desencorajar e a optar pela inércia, a não se desafiar, a não se arriscar.
“A pessoa entra num modo de evitação, que os especialistas chamam de Fear Avoidance Model. E a cura às vezes passa justamente pelo movimento, pelo estímulo. Alguns médicos mandam, ao contrário, o paciente parar, o que acaba agravando o quadro de diversas doenças”, afirma.
Para quem quer adotar um novo estilo de vida, com mais atividade física, Vidinha defende que a pessoa faça antes uma detalhada avaliação física com profissionais, a fim de obter um programa individualizado. Dessa forma, a pessoa evita lesões que disparariam o indesejado processo de evitação da dor. “Nem todo exercício funciona para todas as pessoas, sobretudo as que estão descondicionadas”, lembra.
Problemas e dores de coluna, sobretudo lombar e cervical, são a grande maioria das queixas de seus pacientes, desde jovens adultos até jovens idosos. Segundo Vidinha, são três as principais causas dos problemas e dores, sendo que as duas primeiras não dependem da vontade da pessoa: a idade e a genética. Mas a terceira delas pode - e deve - ser modificada: o sedentarismo.
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