O Andarilho - O quanto és especial - 5 a 7 de novembro 2011

Por Leonardo Penna
sexta-feira, 04 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Sabe quando paramos durante uma caminhada, seja para beber água, fotografar ou mesmo para refletir sobre nossa existência? Pois bem, proponho aqui que possamos compartilhar uma reflexão. Para tanto vou expor alguns pontos que servirão como parâmetros. Utilizarei a conversa que tive com uma figura muito especial, caminhando por sua estrada e buscando se manter no caminho conhecido e reconhecido como o correto. Caminhando na estrada da liberdade e dos bons costumes. Aprender a constatar que é necessário se ocupar, crescer e evoluir por meio do trabalho constante. Rompendo a inércia. Buscando vencer o pecado natural do ser humano, qual seja, a preguiça.

Caminhava ele pela estrada, vencendo o medo e convivendo consigo mesmo da maneira mais suave possível. Durante essa caminhada ele consegue um tempo para rever sua trajetória. As conquistas, amigos, família, trabalho, amor, paixões, encontros, desencontros, palavras proferidas e aquelas guardadas para o momento certo, que nunca chegou. Em relação às conquistas, ele percebe que foram importantes para torná-lo capaz de continuar a buscá-las diuturnamente. As conquistas demonstram sua missão. Suas qualidades. Seus potenciais. As conquistas demonstram para ele que as quedas, fraquezas e os seus defeitos devem ser reconhecidos e aprisionados em masmorras.

Os amigos são os que com ele caminham e o estimulam a continuar. Cada um a seu modo e com suas habilidades. Os amigos são os que dizem a verdade na hora da verdade. São os que chegam na hora que ele mais precisa. São os que o reconhecem tal como ele é. Os amigos são aqueles que estarão com ele, mesmo que as dores sejam profundas. São os amigos que o escutarão no meio de qualquer tumulto. Os amigos envelhecerão com ele e, apesar dos pesares, serão os seus verdadeiros amigos. A família é seu porto seguro. A família é para ele o grande laboratório. Conviver com pessoas que conscientemente ele não escolheu, mas, mesmo assim, é muito bom conviver com elas. Ele reconhece sua família em vários momentos da sua caminhada. Ele percebe que há nele mais dos seus familiares que poderia imaginar.

O trabalho é uma ferramenta de contribuição ao todo. Ele promove, através de suas atividades, pequenas mudanças e assim revoluciona, sem uso de força letal. Ele, por meio de seu trabalho, exercita o bem, gerando energia positiva. O trabalho é a grande engrenagem de sua existência. Pelo seu trabalho consegue se aproximar da igualdade entre os homens; pelo exercício das suas atividades reconhece sua liberdade e também a responsabilidade oriunda desta. Por seu trabalho ele entende que a fraternidade não depende da sua vontade, em verdade, a fraternidade é naturalmente o resultado. Em relação ao amor ele entende que é o único caminho. Pois o amor alimenta o ser humano e sem este sentimento nada é capaz de fazer alguém se mover e produzir algo de concreto. O amor se manifesta de formas e maneiras distintas, mas sempre conserva sua essência. Por meio do amor se tem a certeza de que não usa sua força em vão, tampouco seu tempo. O amor é o caminho para encontrar a paz interior.

As paixões intensas, vorazes e curtas o consumiram até conseguir compreender que combatê-las e vencê-las torna-se útil para sua existência terrena. Assim, escolheu livremente permanecer vigilante. As paixões, durante alguns instantes, possuem um sabor delicioso, entretanto, logo após transmutam-se para o amargo. Os encontros ao longo da estrada provocam uma mistura intensa, saudável e complexa. Os encontros fazem do momento eterno e terno. Os encontros não precisam de rimas. Os encontros promovem um renovar de energia. Quando ele encontra alguém a energia do outro o invade e vice-versa, e fica impossível saber quem é quem. Já em relação aos desencontros ele sente-se desconfortável, principalmente quando se perdeu de si mesmo e isso trouxe enormes reflexos para sua vida. O desencontro o manteve nas trevas da ignorância. Fez com que ele ficasse sem vontade de reencontrar-se, mantendo-o inflexível, desequilibrado e sem condições de perdoar. Esse desencontro o matou, mas por força do amor reencontrou a estrada e a si mesmo. Por fim, durante a reflexão de sua caminhada ele se recorda do que disse e percebe que o silêncio pode ser a melhor conversa em algumas ocasiões. Percebe também que aguardar o momento certo do outro para lhe dizer algo é o mesmo que colocar uma coleira num peixe para passear pela praça.

Por isso, pense bem antes de dizer, mas não se prive de dizer a si mesmo o quanto és especial!

Fiquem em paz!

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