O Andarilho - Ah, a vida! - 26 a 18 de novembro 2011

Por Leonardo Penna
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Vida, esse incansavelmente surpreendente caminho. Uma estrada que a cada curva nos presenteia com novidades. Que diante de suas encruzilhadas nos proporciona escolhas. Vida, o trecho singelo transcorrido entre o nascimento e a morte, embora muitos façam dela algo que transcende uma pequena existência.

A vida é o entusiasmo, o fundamento e a essência do percurso, confundindo-se com ele próprio. Nada de igual, mesmo que imaginem a rotina, não existe. A vida, por excelência, é uma exaltação ao diferente, ao ser especial!

A vida sempre nos causa sensações distintas e nos permite perguntas novas. Traz consigo, de modo inseparável, a expressividade dos atos e a vitalidade das palavras. Quem nunca ouviu dizer que alguém está sem vida? Pois então: falta expressividade em seus atos e vitalidade em suas palavras. A vida não é certinha, mas, mesmo assim, ela é deliciosa.

As etapas da vida para cada um é diferente, mesmo que sejamos tomos humanamente iguais. Por isso a vida é única, mesmo sendo vivida por mais de sete bilhões de pessoas. Quão boa é a vida por essa qualidade!

A vida é feita de sentimentos antagônicos. A vida se mostra dual, mas, em verdade, é tridimensional. Os antagônicos coexistem, todavia não se encontram. A lua depende do sol, entretanto ele se retira para que ela fique soberana. A estrada da vida, mesmo com seus percalços, é instigante, estimula que sigamos e esperemos o melhor. A vida é a certeza incerta, o sabor agridoce. A vida nos apavora e nos mostra o quanto somos corajosos. A vida é como se fosse um vento que voa por todo lugar e volta ao seu ponto de origem. Ela é um bumerangue lançado, portanto, atenção: nada de hostilidade, pois poderá receber o mesmo.

A vida nunca será chata! É como sempre será—única—e o desconhecido nos gera temor e nos deixa desconfortáveis, o que é uma bênção. A vida é insensível aos desavisados e aos soberbos. A vida cuida dos sensíveis e puros de coração. A estrada deve ser percorrida acompanhada de si mesmo. A vida deve ser vivida com inteligência e liberdade de pensamento.

A vida desconhece a raiva, o egoísmo, mesmo ambos estando perdidos pelo seu caminho. A vida eleva os que desejam a liberdade e a prática dos bons costumes. Pela estrada sempre haverá um guia para esses. Durante o percurso de nossas vidas encontraremos aqueles que nos farão rir de tudo e ter força quando formos chorar. Ao longo desse passeio da vida vamos alterar muitas coisas e também nós mudaremos, mas a essência será a mesma, sempre!

Nessa caminhada precisaremos do nosso melhor sempre disponível. Seremos provocadores da alegria. Construtores de pontes. Semeadores da ética. Profetas do amor. Nós seremos os combatentes da inveja e os apaziguadores da ira. Pois a cólera nunca tem fundamento. Durante esse caminho seremos inocentes ao ponto de crermos em paz, amor, amizade, carinho entre os humanos. Os andarilhos da estrada da vida suportarão a indiferença e buscarão entender a sua causa. Estarão os andarilhos em comunhão com o divino e por isso suportarão o ódio dos medíocres sentados ao longo do caminho.

Os andarilhos da vida carregarão fardos pesadas e sentirão o gosto amargo do suor e compartilharão todos, tornando-os mais leves e adocicados. Os andarilhos da vida são desde cedo reconhecidos pelos perdidos do caminho e esses tentam de maneira dissimulada a impedir que eles iniciem sua trilha rumo à estrada da vida. Essa postura mostra que os perdidos embora saibam o caminho preferem não trilhá-lo. Exercem a escolha e devem ser responsáveis por sua liberdade de escolha. Os andarilhos da vida enxergam mais longe, mesmo que isso os coloque numa posição além da maioria. Isso é o bom!

Os andarilhos da vida são todos os tolos que perguntam quando não entendem, são os que escolhem o amor como companheiro, são esses que não se sentem envergonhados em ser honestos.

Os andarilhos da vida são os que mesmo feridos pelos perdidos do caminho sorriem e oferecem a chance de serem seus parceiros na trilha. Esses são os nossos sonhos e os nossos pensamentos mais secretos. Os andarilhos da vida somos todos nós. Desde o muito obrigado ao ser atendido na banca de jornal até parar o seu veículo para alguém atravessar na faixa de pedestres. Esses andarilhos são você sua mãe seu pai irmãos eu e nossos amigos.

Fiquem em paz!

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