Convivemos numa fase da existência humana em que alguns princípios decresceram na graduação de importância. Pessoalmente, penso que a fraternidade foi um desses princípios humanos deixados de lado. Devemos estar atentos e lembrarmos que somos filhos do mesmo Pai. Compomos o todo e este nos compõe. Somos a imagem e semelhança do divino. Respeitemos esta verdade!
A fraternidade transcende a união, a convivência em paz e a concórdia entre irmãos carnais. Esta definição parte da premissa de que existe entre nós um laço natural que nos une. No caso de irmãos biológicos, o laço de sangue, que tão profundamente vincula os familiares. A fraternidade é irmã gêmea da tolerância, pois sem esta seria impossível a existência da primeira.
A tolerância, outro princípio que deixamos de exercitar nos tempos atuais, constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um. Neste contexto, ouso concluir ser a tolerância uma virtude, e a intolerância um vício. Exaltemos, pois, a virtude e enclausuremos os vícios.
É humanamente impossível querer que pessoas das mais variadas índoles, dos mais variados níveis de cultura, ou das mais variadas tradições culturais, ou dos mais variados níveis sociais, vindos das mais diversas religiões, vivam em permanente harmonia, mas nunca poderão ignorar a fraternidade no sentido transcendental. A fraternidade é conseguida através de um laço que se poderia chamar de cumplicidade. Essa cumplicidade nasceu em tempos imemoriais e se funda essencialmente em nossa ascendência divina. Ela se ratifica no compartilhamento de boas ações. A fraternidade se fortalece nos bons pensamentos. Ela nos faz reconhecer os irmãos e zelar por eles.
É essa gama de atos e fatos ligados à estrutura básica da vida que faz nascer essa ligação de cumplicidade, que gera a fraternidade divina. Os laços imateriais unidos àqueles que podemos ver e tocar são reforçados com a prática da fé, compreensão e caridade, com a solidariedade e ações. Uma das coisas mais importantes no convívio da sociedade humana é a mútua compreensão. Se não houver compreensão entre as pessoas que frequentemente têm de se cruzar nos caminhos da vida, então o convívio se tornará difícil, o espírito de solidariedade não existirá e a caridade fraterna será despedida. É preciso que cada um vença as naturais dificuldades. Faça um esforço maior e consiga ter a superioridade necessária para não só suportar, mas compreender as diferenças alheias e conviver com elas.
Ser fraterno é viver pleno de alegria, de amor, de abundância e poder espiritual, buscando aprender a viver em harmonia com as leis do universo e percebendo que somos parte da natureza. Pessoas que vivem juntas em total e mútuo apoio abrem caminho para que as energias divinas fluam em suas vidas, gerando grande satisfação. A fraternidade se verifica exatamente pelo fato de não buscarmos culpas, e tampouco culpados por divergências existentes na sociedade, mas sim, procurar com todas as forças intelectuais, divinas e humanitárias, contando sempre com a mais elevada compreensão, discernimento e, principalmente, inteligência, encontrar meios de unir os seres humanos, com o propósito de nos tornar repletos de fraternidade harmônica.
A fraternidade nos faz fortes e unidos. Faz com que os véus da enganação e do ressentimento caiam por terra. Estimula que ações positivas, que a humildade e a tolerância sejam diuturnamente praticadas, trazendo para o nosso meio o nobre sentimento do amor. Sejamos fraternos!
Fiquem em paz!
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