O amor? Ah, o amor! Ele existe desde que o mundo é mundo. Atravessou épocas, unindo homens e mulheres naquela sensação absurda do tudo e o nada. Do querer estar junto e de sentir o calor, o aconchego, o cheiro. Ouvir a voz baixinho, com a sonoridade dos pássaros. Mas, sobretudo, existir como a força dos furacões que não conhece obstáculos já que, verdadeiramente, nada os detêm.
O embrião surge naquele inocente beijo dado nos passos iniciais da escola. Fortalece no furtivo beijo na adolescência. Alça voo quando se sentem maduros e tão próximos, transformados em fortalezas que se fundem na jura do amor eterno.
Mas, esses passos, todos eles, às vezes se perdem no caminhar da vida e ganham eco no encontro de corações maduros. Cada qual com seus desencantos, seus traumas, suas pesadas dores. Aí, mais do que o bater deles, o sorriso é a grande porta que se abre e a alma se desnuda para o viver compartilhado; para o calor de abraços e apoio de ombros; para a doçura do beijo jamais experimentado.
Ordilei é escritor e membro da Academia Friburguense de Letras
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