Nutrição: Os perigos do consumo excessivo de gorduras

por Elisa Barbosa Loureiro
sexta-feira, 20 de junho de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Enquanto que em determinadas partes do mundo se morre por falta de alimentos, em outras se morre devido a excessos alimentares. Um desses excessos é o consumo exagerado de gorduras, associado ao aumento de colesterol no sangue e ao aparecimento de doenças cardiovasculares. No entanto, é necessário saber que as gorduras são indispensáveis para o nosso equilíbrio alimentar.

As gorduras são grandes fornecedoras de energia e um importante material de reserva do nosso organismo. Para a maioria das pessoas preocupadas em manter a forma, as gorduras são bastante calóricas e devem ser banidas do cardápio. Mas elas possuem características nutricionais interessantes e menos conhecidas: fornecem os ácidos graxos essenciais (assim designados porque o nosso organismo não consegue produzi-los sozinho) e servem de veículo às vitaminas A, D, E e K, as chamadas lipossolúveis. Assim, é importante, mesmo em dieta, não as banir inteiramente das refeições.

A gordura dá sabor aos alimentos, mas, em contrapartida, fornece mais que o dobro de calorias que os carboidratos e as proteínas e pode gerar um sobrepeso nada desejável nem recomendado às pessoas.

A gordura contida nos alimentos industrializados se acumula na circulação sanguínea e, com o passar do tempo, formam-se placas de gorduras chamadas de ateroma, que provocam o aparecimento de altas taxas de colesterol, hipertensão arterial, aterosclerose, entre diversas outras doenças. Já se verificam as conseqüências percebendo a quantidade de crianças e adolescentes que sofrem de hipertensão e/ou altas taxas de colesterol (chamado de hipercolesterolemia), doenças que, há alguns anos, eram típicas de idosos, mas agora são facilmente vistas na garotada.

É importante reforçar que nem todas as gorduras são prejudiciais. Vale lembrar do potencial beneficio das gorduras insaturadas, encontradas nos óleos vegetais, azeite de oliva, nozes, castanhas, sementes oleaginosas (linhaça) e peixes de água fria (salmão, atum, truta, arenque, cavala e sardinha). O consumo dessas gorduras, incluindo o azeite, não aumenta o HDL colesterol. Seu maior benefício refere-se ao papel de proteção cardiovascular que elas exercem, pela redução do LDL colesterol. Logo, reduzir simplesmente as gorduras da dieta, de uma maneira geral, não exerce efeito protetor ao coração, isso se consegue através do consumo preferencial das gorduras insaturadas, em detrimento das saturadas.

Então, vamos tomar cuidado no consumo exagerado de comidas muito gordurosas e incluir mais frutas e verduras na alimentação diária.

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