Nutrição e a doença de Alzheimer
A pesar de afetar mais de 13 milhões de pessoas em todo o mundo, os mecanismos que dão origem à doença de Alzheimer não estão ainda totalmente explicados. É por isso que a notícia de que alguns alimentos podem prevenir o seu aparecimento foi tão bem recebida.
A progressão da doença de Alzheimer caracteriza-se pela perda gradual da memória, da capacidade de comunicar e, eventualmente, das capacidades físicas. O apetite e a ingestão de alimentos oscilam com as alterações de humor e o aumento da confusão e/ou depressão. Devido à deterioração física e cognitiva, a capacidade de comer e de se alimentar vai diminuindo, levando a que a perda de peso seja praticamente inevitável nas fases mais avançadas da doença, independentemente da qualidade dos cuidados prestados.
A perda de peso é o problema nutricional mais comum nos doentes de Alzheimer. As causas não são conhecidas, mas estão provavelmente relacionadas com manifestações neuropsiquiátricas, tais como perda de memória, confusão, depressão, ansiedade e inquietação próprias da doença. Por sua vez, estes problemas afetam a ingestão de alimentos.
Numa fase avançada da doença, a alimentação compulsiva, a ingestão de objetos não comestíveis ou a recusa em comer são frequentes. Muitas vezes ignoram ou brincam com a comida em vez de a comer. Na última fase, são incapazes de se alimentar sozinhos e não sabem o que fazer com os alimentos quando estes são colocados na sua boca. Os primeiros sinais de regressão nos hábitos alimentares verificam-se quando o doente deixa de saber como comer. Não se lembra como usar os talheres, nem sabe mastigar bem. Mais tarde surgirão os problemas de deglutição devido à perda de capacidade dos músculos implicados nesse movimento. Se este problema não for tratado, o paciente pode ficar desidratado devido à sua incapacidade de engolir líquidos. Pode também perder peso e ficar desnutrido, devido à dificuldade em engolir alimentos que exijam muita mastigação.
Não utilize utensílios de plástico por serem leves demais para manipular e podem partir-se na boca. Sirva alimentos que se possam comer com as mãos tais como pedacinhos de batata cozida, queijo, sanduíches, pedacinhos de frango, fruta ou vegetais, pois muitas vezes os doentes recusam sentar-se para comer.
Se necessário, dar instruções verbais como “mastigue agora”, “engula agora”, espaçadamente. Umedeça os alimentos com molho ou água. Sirva alimentos macios e finamente cortados e ofereça alimentos pequenos, um de cada vez, pacientemente.
Até a próxima semana!
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