Nova Friburgo também aderiu à onda de protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff neste domingo, 12. Cerca de 50 pessoas, segundo os organizadores, ou 30, de acordo com a Polícia Militar (PM), se concentraram na Praça Dermeval Barbosa Moreira, no Centro, a partir das 16h30, em frente ao Centro de Turismo.
Trajando verde e amarelo e erguendo bandeiras do Brasil e cartazes exigindo o impeachment da presidente e o fim da corrupção, o grupo bradou palavras como "Fora Dilma", "Fora PT e leva a Dilma com você" e "Vem pra rua". Dentre as exigências também estavam o voto distrital e o controle da inflação.
A inflação brasileira já é a sexta maior do mundo, tendo atingido 7,7% no mês passado, maior índice em 20 anos. Para se livrar do crime de responsabilidade fiscal previsto na Constituição, Dilma fez passar no Congresso em dezembro a chamada 'Lei do Calote', em troca de 444 milhões de reais em emendas aos parlamentares. A presidente também vem descumprindo sistematicamente promessas de campanha.
Conforme revelado pela Operação Lava-jato da Polícia Federal, a Petrobras tem desviado vultosos montantes para partidos políticos durante as gestões petistas. Na semana passada, uma manobra liderada pelo vice-presidente e novo articulador político do governo, Michel Temer, arquivou a criação de duas CPIs, a dos Fundos de Pensão e a do BNDES, que pretendiam investigar fraudes bilionárias e financiamentos internacionais sigilosos.
O protesto se deu de forma pacífica e terminou por volta das 17h45. Comparado com o anterior, de 15 de março, quando 500 pessoas protestaram no mesmo local segundo os organizadores ou 150 de acordo com a PM, o deste domingo teve menor adesão.
Menor adesão que em março
Em todo o país, 700 mil brasileiros protestaram ontem em 218 cidades em 24 estados e no Distrito Federal segundo a PM (1,5 milhão de acordo com os organizadores), menos que as 2,4 milhões que marcharam em 254 municípios mês passado. O maior número de pessoas foi novamente registrado na Avenida Paulista, 275 mil, segundo a polícia.
Na manhã deste domingo, Michel Temer disse à imprensa que as manifestações refletem uma democracia forte. "O governo precisa identificar quais são as reivindicações e atender as reivindicações. É isso que o governo está fazendo." O governo avaliou que "as manifestações foram tranquilas, pafícias, próprias do ambiente democrático."
Uma mensagem postada este domingo na página da presidente Dilma no Facebook afirmou que "a guerra contra a corrupção" deve ser "uma ação permanente do governo e também um momento de reflexão da sociedade de afirmação de valores éticos".
Após as jornadas de março em todo o país, o governo enviou um 'pacote anticorrupção' ao Congresso Nacional, uma série de propostas do governo federal para desencorajar e punir irregularidades na gestão pública. Mesma reação verificada no ano passado depois das manifestações de junho.
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