A Prefeitura de Nova Friburgo deve firmar neste mês contrato com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para a produção de um relatório técnico com diagnóstico fitossanitário dos eucaliptos da Praça Getúlio Vargas. O laudo, que aponta o estado de saúde das árvores centenárias, é fundamental para as corretas ações de manejo do espaço, tombado como patrimônio histórico. A contratação da instituição está na fase final.
“Estamos na fase de conclusão dos trâmites legais para contratação da Universidade Rural”, disse o presidente da Fundação Dom João VI, Luís Fernando Folly, coordenador do grupo de trabalho encarregado de revisar o projeto de revitalização da praça. “Técnicos da universidade virão à cidade para uma vistoria. Eles farão uma análise detalhada das árvores, usando métodos e técnicas modernas para isso. O relatório técnico vai conter orientações quanto ao manejo adequado de cada uma delas”, explicou.
O relatório técnico é crucial para que a prefeitura dê continuidade aos planos de reforma da principal praça da cidade, cujas ações foram interrompidas em janeiro de 2015, quando uma operação de poda e cortes dos eucaliptos, realizada pela prefeitura, alterou características originais do espaço, causando uma comoção na cidade. Na ocasião, árvores foram cortadas sem necessidade e o caso foi parar na Justiça.
Folly acredita que o novo laudo sobre as árvores deverá ser concluído no início do próximo ano. “Nesse período, vamos realizar audiências públicas para apresentar à população o que vem sendo feito”, disse ele, que junto com um grupo de trabalho, composto por especialistas nas áreas de arqueologia, engenharia florestal, agronomia e paisagismo, vêm revisando o projeto executivo de recuperação da Praça Getúlio Vargas para saber o que pode ser aproveitado dele.
Produzido em 2014 pela empresa Technische, a pedido Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o projeto balizou, junto com outro realizado pela universidade Estácio de Sá, a operação de poda e corte os eucaliptos realizada pela prefeitura. Integrantes do movimento social Abraço às Árvores - SOS Praça Getúlio Vargas, que denunciou a operação ao MPF em 2015, criticam o reaproveitamento do projeto da Technische. Para eles, um novo deveria ser feito. MPF, governo e Iphan discordam.
O Iphan está analisando o projeto de arqueologia baseado na proposta prevista no projeto Technische. O estudo arqueológico pretende documentar a localização de itens de valor histórico, como os tanques projetados por Auguste Glaziou. O projeto original do renomado paisagista francês dividia a praça em três segmentos. Em cada segmento existia um espelho d’água. Hoje sabe-se que dois dos tanques que formavam esses espelhos permanecem no espaço.
O projeto de arqueologia deve ser apresentado à população em breve, em audiência pública, conforme determina o MPF. Em junho passado, o grupo de trabalho encarregado de revisar o projeto de revitalização da praça apresentou as ações realizadas até então em dois encontros realizados na sede da Procuradoria da República no município e também na Câmara de Vereadores.
Metade dos R$ 4 milhões a serem aplicados nas atividades iniciais de revitalização da praça já foram reservados pela prefeitura, conforme determinou o MPF. O restante dos recursos devem ser liberados pelo governo no próximo ano. O dinheiro deve ser aplicado na compra de um caminhão com plataforma para a realização correta das podas das árvores, no laudo fitossanitário e outras ações futuras, como nova iluminação da praça, aquisição de mobiliário etc.
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