Felipe Basílio
A Copa no Brasil trouxe novidades para o mundo da bola. Além das novas e modernas arenas, a tecnologia entrou de maneira ativa na história dos mundiais. Além disso, uma invenção brasileira agora faz parte do equipamento utilizado pelos árbitros.
A dúvida se a tecnologia no futebol funcionaria ou não foi respondida no jogo França e Honduras, em Porto Alegre. Aos três minutos do segundo tempo, o francês Benzema finalizou de perna esquerda e a bola bateu na trave. Na sequência, o goleiro hondurenho Valladares resvalou na bola, que ultrapassou a linha fatal. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci recebeu um sinal no relógio e validou o gol. Foi o primeiro tento na história das copas confirmado através da tecnologia. A olho nu ficou difícil afirmar que a bola realmente entrou, mas o auxílio das 14 câmeras de alta resolução devidamente posicionadas deu mais respaldo à atuação do árbitro. Duvidas à parte, a França venceu o jogo por 3 a 0.
Outra novidade desta Copa é a implantação do spray para a marcação de faltas e do posicionamento das barreiras. O método, chamado de Spuni, foi criado pelo brasileiro Heine Allemagne e, gradativamente, foi conquistando espaço no futebol. Começou nos estaduais, ascendeu para o Brasileirão, chegou à Libertadores e foi testado, em 2013, no Mundial de Clubes. A partida entre Brasil e Croácia, no Itaquerão, foi a primeira na qual o spray foi utilizado desde o início dos mundiais, em 1930. O idealizador acredita que, com o Spuni, o tempo para a cobrança de uma falta caia de 48 para 20 segundos. Ganha o amante do futebol, que tem mais tempo de bola rolando, e o bom cobrador de faltas, que tem a barreira devidamente delimitada.
Curiosidades da primeira semana:
— Nas últimas quatro Copas do Mundo, tivemos duas campeãs que nunca tinham conquistado o mundial: França, em 1998, e Espanha, em 2010. Com isso, se juntaram a Uruguai, Itália, Alemanha, Inglaterra, Brasil e Argentina. Pela primeira vez, em 2014, tivemos um mundial com três campeões do mundo no mesmo grupo. Uruguai, Inglaterra e Italia, o chamado do grupo da morte. Curiosamente, hoje liderado pela Costa Rica.
— Por falar em Costa Rica, a vitória surpreendente contra o Uruguai foi histórica, pois foi a primeira vez, nos 11 jogos disputados pelo time em Copas do Mundo desde a primeira participação, em 1990, que o time marcou três gols. Também foi a primeira vitória da seleção costarriquenha sobre um time campeão do mundo.
— Quem esperava um jogo difícil para a Argentina contra a Bósnia viu o caminho para os hermanos ser facilitado pelo gol contra mais rápido da história das Copas. Aos dois minutos, Kolasinac desviou para o próprio gol e abriu o placar para os argentinos. A marca anterior era do paraguaio Gamarra que, em 2006, marcou contra o próprio patrimônio aos dois minutos e 45 segundos.
— Gol contra não é um bom assunto para o Brasil. Logo no primeiro jogo, o lateral esquerdo Marcelo desviou contra o gol de Julio Cesar e abriu o placar para os croatas. Em 84 anos e 20 copas depois, foi o primeiro gol contra da história do Brasil em Mundiais. Pelo menos, o primeiro gol da Copa foi nosso, né?
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