Daniel Cunta
Localizado a cerca de oito quilômetros do centro de Nova Friburgo, Nova Suíça é um bairro crescente e vem sendo procurado por muitas pessoas em busca de um lugar tranquilo e que ofereça uma estrutura mínima para se viver bem. Mesmo após ter sido marcado por alguns episódios de violência impostos quase sempre pelo tráfico de drogas e alguns pequenos furtos em estabelecimentos comerciais, os moradores ainda se dizem seguros e afirmam que gostam da localidade.
Andando pelas ruas do bairro, dá para perceber o quanto o Nova Suíça se desenvolveu nas últimas décadas. Hoje compra-se de quase tudo sem sair do bairro, que tem bons mercados, açougues, lojas de conveniência, roupas e materiais de construção, padarias, pizzaria, uma escola particular, salões de beleza, sem contar o grande número de bares, o que é comum em toda periferia.
O bairro ainda é marcado pela existência de muitas congregações e igrejas evangélicas, há uma igreja católica sendo construída, tem centro espírita e praticantes de outros tipos de religião. Possui a Escola Municipal São Judas Tadeu (para crianças do pré-escolar ao 5º ano), um posto de saúde, localizado no Loteamento Jardim dos Reis, e uma caixa postal comunitária. Os serviços de coleta de lixo, luz e abastecimento de água são bem vistos no bairro.
Mas nem tudo são flores. Há necessidades, e não são poucas. Há ruas sem asfalto e que apresentam sérios problemas aos moradores. Durante a seca, muita poeira e, nos períodos de chuvas, muita lama. Esta situação pode ser vista em pequenos trechos de algumas ruas como Reinaldo Braga da Silva, Hélio Maia, Antonio Novas (onde fica a caixa d´água do bairro), Waldir Britos, Filisbina Pereira da Silva, Menezes Vertulli, Amélia Wermelinger Duarte, Verly e Warol, parte delas no Loteamento Arco-Íris, que também integra o Nova Suíça.
O problema do asfalto, segundo os moradores, revela outra situação que incomoda: falta saneamento. Segundo o morador Carlos Alberto Ferreira Santos, residente na Rua Reginaldo Braga da Silva, a falta de calçamento das ruas revela a ausência de esgoto. “Saneamento é a palavra urgente para o bairro. As galerias por onde passam o esgoto não comportam o volume despejado nelas e em tempo de chuva chegam a transbordar, alagando as ruas. Há a necessidade urgente de se resolver o problema, pois a situação das ruas esbarra na falta do esgoto, pois não se pode asfaltar e depois ter que quebrar para colocar a rede de esgoto”, opina. Em relação ao esgoto, o mesmo é despejado a céu aberto em alguns trechos do bairro, como na Rua Romana Villas-Boas Schuenck, onde um córrego recebe todos os dejetos sem tratamento.
O bairro ainda tem outras carências. O posto de saúde, por exemplo, é muito bem montado, as agentes de saúde se esforçam para marcar as consultas e o médico faz visitas nas casas dos enfermos impossibilitados de irem ao posto. Mas, no momento, segundo o morador Carlos Alberto, não há médicos. “Estou precisando de atendimento, mas o médico está de férias e não há substituto”, reclama.
Outras situações apontadas pelos moradores e que precisam ser vistas pelas autoridades foram: a falta de policiamento, a ausência de uma creche municipal e de uma área de lazer. Também a falta de consciência de alguns motoristas que passam pelo cruzamento das ruas Romana Villas-Boas Schuenck e Theophilo Zarife, sem observar a sinalização, fazendo do local um ponto de constantes colisões. O serviço de correspondência também é precário. “O correio não entrega correspondências nas casas. Os moradores são obrigados a fazer um cadastro na agência dos Correios e pegam suas correspondências na Caixa Postal comunitária, atualmente na escola municipal”, explicou o morador Carlos Alberto.
Os horários dos ônibus que servem ao bairro também são apontados como algo a ser melhorado. “Nunca sei quando devo pegar o ônibus na Rua Augusto Cardoso e quando devo ir ao ponto da Rua Duque de Caxias”, citou uma moradora. Os atrasos dos ônibus se explicam pela lentidão do trânsito em alguns pontos da cidade. Já o uso das ruas Augusto Cardoso e Duque de Caxias acontece quando o coletivo serve à comunidade do Jardim dos Reis. Os ônibus da linha Centro-Nova Suíça (via Jardim dos Reis e Praça da Furunfa) fazem o retorno no Centro pela Rua Augusto Cardoso. Já os demais tem o itinerário prorrogado no Centro até a Rua Duque de Caxias.
Respostas às queixas da comunidade
Quanto ao problema das entregas de correspondências, sabe-se que a maior parte das ruas do Nova Suíça não são registradas, por isso não possuem o Código de Endereçamento Postal (CEP). Isto impede a atuação de carteiros no bairro. A saída para os moradores foi a criação da Caixa Postal, segundo um ex-integrante da Associação de Moradores. Sobre a ausência do médico, funcionários do posto explicaram que na próxima semana o atendimento será regularizado. Quanto a questão do esgoto no bairro, a concessionária Águas de Nova Friburgo, por meio de sua assessoria, explicou que está cumprindo um cronograma que prevê, antes de Nova Suíça, a coleta de esgoto nos bairros de Olaria, Centro, Ponte da Saudade, Cônego, Córrego Dantas e Conselheiro Paulino, estando prevista a construção de novas estações de tratamento de esgoto, incluindo Nova Suíça, somente em 2013.
Deixe o seu comentário