Nova série da Globo, A Cura, traz Selton Mello como personagem principal

Por Alessandro Lo-Bianco
sexta-feira, 23 de julho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Muitos segredos e um grande mistério em um ambiente místico no interior de Minas Gerais. É na cidade de Diamantina, impregnada por costumes mineiros, que se passa A Cura, série de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, com direção de núcleo de Ricardo Waddington. “A série traz o que há de místico em nós, o imaginário brasileiro”, pontua o diretor. Durante pouco mais de três semanas, o elenco do programa gravou na cidade em que a obra é ambientada, com uma equipe de mais de 150 pessoas. “Mais de 80% do elenco é mineiro. Queremos este interior do Brasil na série”, completa Waddington.

Com previsão para agosto, a história de A Cura começa com o retorno de um antigo morador de Dimantina, Dimas Bevilláqua (Selton Mello). Ele, ainda criança, teve que deixar a sua cidade natal depois de um episódio mal esclarecido. Muitos o acusam de ter causado a morte de um colega de infância. Por conta dessa má fama, Dimas foi embora de Diamantina e educou-se em colégio interno em São Paulo. A vida não foi fácil para ele. Depois de passagens por instituições psiquiátricas, finalmente conseguiu se formar em medicina. Vinte anos depois, ele retorna a Diamantina para fazer as pazes com seu passado e encarar de frente seu destino. 

Dimas é um cirurgião considerado rei dos diagnósticos difíceis. E, mais do que isso, na volta para Diamantina, vai descobrir em si uma capacidade curativa que foge à ciência. Para muitos dos moradores locais, Dimas logo será considerado uma espécie de ‘curandeiro’. Para outros, um assassino, repetindo um episódio dramático da vida da cidade décadas atrás, quando um antigo médico, Otto (Juca de Oliveira),  também uma figura polêmica, era chamado por uns de santo e por outros de criminoso. “A semente da história é essa dúvida quanto à índole do nosso protagonista. Quero criar um universo com sua mitologia própria”, adianta João Emanuel.

De volta à cidade, Dimas vai trabalhar no hospital mais importante dela, dirigido há mais de 30 anos pelo dr. Turíbio Guedes (Ary Fontoura). No emprego, ele reencontra a dra. Rosângela (Andréia Horta), amiga de infância e filha de Turíbio, que é noiva do dr. Luis Camillo (Caco Ciocler). Em pouco tempo, o dom que ele tanto luta para não ter vem à tona. Dimas é capaz de curar pacientes como não conseguiria mesmo com a medicina mais moderna. Mas esses mesmos pacientes aparecem mortos logo depois. Afinal, estaria Dimas salvando ou matando essas pessoas? 

A saga deste mineiro tem origem longínqua. No século XVIII, Silvério (Carmo Dalla Vechia), antepassado de Dimas e de sua família, chega na região atrás de ouro e diamantes. E, para conquistar seus objetivos, é de uma crueldade sem limites. Maltrata escravos, engana oficiais da coroa, mas também acaba sofrendo as consequências de seus atos. É protagonista de uma jornada de dor e desespero até encontrar um menino, Ezequiel (Dyjhan Henrique), conhecido na região como um pequeno curandeiro. Em uma espécie de trajetória cármica, ao longo dos nove episódios da série, Dimas se verá envolvido em situações sombrias e enigmáticas em que será posto à prova até por ele próprio. “É um ajuste de contas através dos séculos”, finaliza o autor.

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