Vinicius Gastin
“Sete, oito, nove, Yetis!”. A paixão pelo futebol americano começa no aquecimento, com a substituição do número dez pelo nome do time. Desde 2006, dezenas de jovens friburguenses se reúnem para praticar o esporte ainda pouco conhecido no Brasil. Eles lutam com as próprias forças para manter as atividades, movidos pelo amor e pelo sonho de serem reconhecidos.
A ideia surgiu através de três amigos de colégio, na época em que o futebol americano passou a ser transmitido pela televisão brasileira. Após a formatura na escola, alguns jogadores mudaram-se para o Rio de Janeiro e um outro grupo assumiu o projeto. A princípio, a equipe treinava em Mury e encontrava dificuldades para encontrar adversários. “Não jogávamos porque não existiam outros times na região. Esse era um grande problema e ficamos só treinando até 2008. Com isso o time não evolui. Quanto mais jogos, mais a galera se anima. Fomos à praia para jogar essa modalidade, que é mais difundida no Rio de Janeiro e cidades litorâneas. Dois anos depois passamos a jogar na grama”, contou Bernardo Scofano, um dos fundadores do Yetis.
E foi na grama que o time de Nova Friburgo conquistou espaço. A equipe participa da Liga Fluminense de Futebol Americano, fundada pelo Yetis em parceira com outros quatro times do interior do estado. “Esse ano jogamos a nossa primeira temporada. Tivemos as nossas casualidades, mas considero que foi um grande passo para o nosso time. Ficamos em 4º lugar com cinco times. Essa colocação surpreendeu muita gente, pois somos o time mais antigo do interior. Tivemos problemas com a arbitragem e transporte. Certa vez, estávamos prontos para ir ao jogo e o ônibus não apareceu, ocasionando a nossa derrota por W.O.”, contou Scofano.
A vontade de crescer junto com o esporte é grande e aumenta a movimentação dentro da batalha por dias melhores. O resultado é observado pelo aumento da procura pelo futebol americano. “Nosso projeto é expandir a Liga em 2013 e talvez o torneio tenha mais três times, totalizando oito. Foram mais de dez propostas de times querendo entrar. Mas sempre prezamos pelo parâmetro da competição e queremos o alto nível. Não podemos colocar equipes que não honrem os compromissos e, por isso, estamos analisando antes de tomar qualquer atitude”, revelou Bernardo Scofano.
Quanto ao Nova Friburgo Yetis, a expectativa é brigar pelo título na próxima temporada. “Ano que vem estamos nos preparando para virmos mais fortes. Temos alguns novatos que entraram no time e acho que vamos vir bem cotados.”
Destaque no Yetis, Bernardo Scofano ganha chance no Botafogo
Bernardo Scofano Rodrigues descobriu o Nova Friburgo Yetis dois anos depois de sua fundação. À época, o futuro do time era incerto pela saída de atletas e o “Flash”, como é chamado pelos amigos, resolveu abraçar o projeto. “Estou no Yetis desde 2008 e o futebol americano sempre foi a minha paixão. Desde que vi pela primeira vez me encantei. Quem assiste pela televisão acha que é um esporte bruto, sem regras, mas é como se fosse um xadrez. Tive a sorte de existir um time na minha cidade e os meus melhores amigos começaram a jogar comigo. Nunca faltamos aos treinos.”
A história de Bernardo é semelhante à dos pioneiros do Yetis. O atleta foi para o Rio de Janeiro cursar a faculdade e chamou a atenção do Botafogo. Otimista quanto ao futuro, Scofano revela o sonho de jogar em uma grande liga. “Todo mundo que joga tem o sonho de ir pra Liga Americana. Não desistimos e crescemos juntos com o desenvolvimento do futebol americano. Em 2009, o Fluminense foi campeão brasileiro da modalidade. Nesse último ano, fui convidado para o Botafogo. Eles me acompanharam e resolveram dar uma chance. É um ambiente maravilhoso, estou muito feliz. Foi o meu primeiro ano e temos um americano como técnico, o que tem ajudado muito o nosso time.”
O futebol americano ainda dá os seus primeiros passos no Brasil. Quase nenhum campo possui as dimensões oficiais de 120 jardas. Em Nova Friburgo, apenas o estádio do Nova Friburgo Futebol Clube cumpriria essa exigência, mas teve a estrutura prejudicada com a tragédia de 2011. Apesar de tudo, a esperança mantém vivos os sonhos de Bernardo e de todo o time do Nova Friburgo Yetis. “Não somos nós apenas que passamos por isso. O Fluminense, o Botafogo, o Vasco tem times e todos disputam campeonatos nacionais, televisionados. Eles passam por problemas estruturais e precisam adaptar muitas coisas. No Botafogo, ainda não temos uma estrutura profissional. Alguns times estão se profissionalizando e conseguindo patrocínios, como o Corinthians, onde alguns jogadores recebem. Eles saíram do amadorismo e acredito que esse é o rumo a ser seguido. Por enquanto é só um sonho. Fazemos por amor e perdemos dinheiro, mas a gente gasta por pensar que vale a pena.”
Hoje em dia, Scofano comanda o time fora dos gramados e faz questão de acompanhar o desenvolvimento do trabalho. Presente aos treinos e jogos sempre que é possível, o “Flash” carrega consigo o sentimento de gratidão. “Um dos princípios na vida é a gratidão, temos que prezar por isso. O Yetis é como se fosse o trabalho da minha vida. O time que ajudei a fundar, o lugar onde fiz muitos amigos, que me ajudou a crescer como ser humano. Sempre terei um débito com o time. Minha família é de Friburgo e sempre que posso venho, ajudo e tento repassar o conhecimento adquirido em um clube carioca.”
Yetis encerra o ano com vitória em casa
Logo nas primeiras horas do último domingo, 9, alguns integrantes do Nova Friburgo Yetis trabalhavam no campo do Pastão, em Conselheiro Paulino. Cuidadosamente, demarcavam as linhas e adaptavam o gramado para o futebol americano. Entretanto, uma chuva intensa, momentos antes do duelo contra o Rio das Ostras Warriors, destruiu o trabalho. Por questão de segurança, o início da partida foi adiado em 30 minutos.
Por volta das 14h30, Yetis e Warriors foram a campo sob sol forte. O time de Rio das Ostras começou atacando, mas teve sua campanha interrompida. A bola retornou por algumas jardas e o Nova Friburgo Yetis pontuou após passe de Hiago Marinho e Henri Araújo. Conversão de dois pontos não sucedida e 6 a 0 no placar. A equipe friburguense voltou a pontuar com a dupla e abriu 12 a 0. O ritmo foi mantido e no quarto período e o time friburguense apenas administrou a vantagem. O resultado final de 19 a 0 coroou uma atuação impecável, o esforço para a realização da partida e a luta diária em busca do reconhecimento.
Gol de Placa e Botafogo conquistam Copa da Amizade
Duas equipes soltaram o grito de campeão da 8ª Copa da Amizade, no último sábado, dia 9. As decisões foram disputadas no campo do Botafogo, na Chácara do Paraíso, e o time da casa faturou o título no sub17, ao bater o Grêmio por 1x0. Alberto, do Botafogo, foi o artilheiro da competição com 15 gols e Lucas, do Grêmio, o goleiro menos vazado.
No sub15, o Gol de Placa conquistou a taça nos pênaltis ao vencer o Grêmio por 5x4, após o 1x1 no tempo normal. Guilherme, jogador da equipe campeã, balançou as redes 15 vezes e foi o artilheiro da categoria. Vinicius, do Grêmio, o goleiro que menos sofreu gols. Participaram da Copa da Amizade 2012: Botafogo, Grêmio, Gol de Placa, Banquete, Amigos do Esporte e SEF.
Jogos PetroFri: integração entre os alunos do Cefet
Evento vai reunir estudantes de Nova Friburgo e Petrópolis
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