Subiu para 252 o número de casos de pessoas com dengue e para 15 o número de gestantes com suspeita de zika vírus em Nova Friburgo. Os dados são do Boletim Epidemiológico do município, divulgados pela Secretaria de Saúde na quarta-feira, 3, e correspondem ao período de 3 a 30 de janeiro. No último boletim, divulgado semana passada, a quantidade de infectados com dengue era 135 pessoas, ou seja, Nova Friburgo apresentou um crescimento de 117 novos casos da doença em apenas uma semana, quase o dobro do apresentado sete dias atrás.
De acordo com a Secretaria de Saúde, os pacientes com dengue estão recebendo medicação e fazem o tratamento em casa. Já as grávidas são acompanhadas por pediatras e aguardam resultados do material que foi enviado para análise em um laboratório de referência do estado. Além disso, o município faz a ação de bloqueio da área onde os pacientes residem. Ainda não foram registrados casos de chikungunya em Nova Friburgo.
Na semana passada, o município instituiu estado de alerta contra as doenças causadas pelo Aedes Aegypti. O decreto foi publicado no Diário Oficial da prefeitura, no último dia 28 de janeiro. Dentre as considerações do documento está a afirmação de que aproximadamente 82% dos criadouros do mosquito estão em residências. Por isso, é tão importante que haja conscientização de toda a população para extinguir possíveis focos e permitir vistorias da vigilância sanitária em seus imóveis.
Já no dia 28, agentes de cinco secretarias municipais iniciaram mais uma operação de combate ao Aedes aegypti em Olaria - o bairro com a maior incidência de infecção pelo mosquito no município. Durante a força-tarefa foram realizadas vistorias na Rua Presidente Vargas e em outras vias do bairro. A Prefeitura de Nova Friburgo segue o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, do Ministério da Saúde, e a campanha “Dez minutos salvam vidas”, instituída pelo governo estadual.
O objetivo é mobilizar a população para intensificar o combate aos focos do mosquito no período com maior incidência, que ocorre nos meses de março, abril e maio.
Estado divulga balanço de casos de microcefalia e gestantes com síndrome exantemática
A Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde divulgou um levantamento esta semana informando que de 1º de janeiro de 2015 ao último dia 30 de janeiro foram registrados 208 casos de microcefalia no estado do Rio de Janeiro. Os números são consolidados após cruzamento de informações extraídas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e do Relatório de Emergência em Saúde Pública (Resp), ambos do Ministério da Saúde.
Em 2014, foram registrados dez casos da má formação em todo Rio, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Dos 208 casos, 167 são de bebês já nascidos e os outros 41 referentes ao período intra-uterino. Deste total, 70 mulheres relataram histórico de manchas vermelhas pelo corpo ao longo da gravidez.
Por causa do novo protocolo de vigilância estabelecido pelo Ministério da Saúde, que considera a microcefalia em bebês com perímetro cefálico menor ou igual a 32 centímetros, a Superintendência de Vigilância Epidemiológica realizou uma revisão de todos os casos registrados no Relatório de Emergência em Saúde Pública para verificar as notificações que se enquadravam na nova definição de caso.
Desde 18 de novembro de 2015, quando se tornou obrigatório no estado a notificação de gestantes com manchas vermelhas na pele (exantema), já foram notificados 3.449 casos de grávidas com exantema. Até o momento, 159 tiveram a confirmação de zika vírus, mas ainda não há confirmação se os fetos apresentam microcefalia. Importante ressaltar que o resultado positivo para zika vírus não configura a existência de microcefalia e que essas gestantes serão monitoradas até o final da gestação.
O que é o zika vírus
O zika vírus foi descoberto na década de 1940 em Uganda e identificado nas Américas apenas no ano passado. A doença é transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, e causa febre, manchas pelo corpo, coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas articulações.
O tratamento é hidratação, medicamentos para os sintomas e geralmente o paciente fica curado entre quatro e cinco dias. No entanto, por ser uma doença nova, sem muitos registros na literatura médica, não há até o momento evidências científicas que comprovem a relação entre o vírus em gestantes e o nascimento de crianças com microcefalia.
Por isso, é fundamental, por precaução, que mulheres grávidas reforcem medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e evitar exposição em locais e períodos de maior atividade do mosquito.
Deixe o seu comentário