Depois da tempestade do último dia 12, é hora de reconstrução e de rever conceitos. A dica é do babalorixá Pai Amaro de Xangô, que previu tragédias climáticas como a que devastou inúmeras localidades da Região Serrana. Seu alerta foi publicado no último dia 31 de dezembro de 2010, no caderno especial de A VOZ DA SERRA, Perspectivas 2011. Pai Amaro observa que os sobreviventes da catástrofe em Nova Friburgo naturalmente tornaram-se mais solidários e, embora ainda pese sobre o município uma aura negativa diante de tanta destruição e um assustador número de mortos (mais de 400 e cerca de 180 desaparecidos), é preciso que a população valorize a união e estimule o respeito e o amor mútuo, deixando de lado o preconceito e a discriminação. “Tudo em nome de uma vida melhor e mais humana”, reforça Pai Amaro.
Ele, contudo, recomenda muita cautela à população e autoridades, que deverão priorizar a desocupação das áreas de risco em encostas e dar maior vazão às águas do rios, dragando-os e alargando suas margens em pelo menos um metro a cada lado. Pai Amaro acredita que a Nova Friburgo pós-catástrofe será num futuro breve o refúgio de muitos moradores das regiões litorâneas do estado, que poderão ser atingidas pela força das águas do mar. “A incidência de ressacas deverão ser maiores. O aquecimento global está acelerando o descongelamento dos polos, os oceanos estão com o volume de água aumentado e, assim, o mar buscará seu espaço invadindo as cidades. Copacabana poderá ser atingida”, prevê ele.
Pai Amaro acredita ainda que a tragédia do dia 12 na Região Serrana é resultado de uma série de abalos que vêm atingindo o planeta. As explorações desenfreadas de recursos naturais podem vir a comprometer a estrutura e a solidificação do planeta. “O ser humano está perdido. Isso tudo gera uma energia negativa, que só começará a ser dissipada na região após o carnaval. Por isso devemos nos unir e amar mais, ter fé em Deus”, diz Pai Amaro.
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