De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação nos meses de junho, julho e agosto foi 8,7% superior aos 8,1% do trimestre anterior (mar/abri/mai). Estas taxas se traduzem em um aumento de dois milhões de pessoas desocupadas, chegando ao montante de 8,8 milhões de trabalhadores procurando emprego. Esta é a maior taxa de desocupação da série, iniciada em 2012.
Este fraco resultado aponta para o crescimento dos desocupados e a estabilidade dos ocupados. Ocorre que a estabilidade dos ocupados é resultado da forte perda dos empregos com carteira e ganho de ocupações em outras posições, principalmente trabalhadores por conta própria. Em setembro, o mercado de trabalho brasileiro fechou 95 mil postos de trabalho formais, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. No acumulado do ano foram fechados mais de 650 mil postos, o pior resultado da série histórica iniciada em 2002. E entre agosto de 2014 e julho deste ano, o país perdeu mais de 900 mil empregos com carteira assinada.
Por outro lado, mais de 800 mil pessoas decidiram trabalhar por conta própria, fato que vem sendo fartamente divulgado por órgãos oficiais através da imprensa: ao perderem o emprego as pessoas apelam para o trabalho informal. Em Nova Friburgo, a crise ainda não é tão assustadora quanto a do país, embora preocupe. Segundo a presidente da representação regional da Firjan, empresária Márcia Carestiato, baseada em dados da Caged, ao longo do ano foram fechados no município mais de 600 postos de trabalho. “Pouco mais de 320 deles são do setor têxtil e vestuário, que emprega 12 mil pessoas. Essa perda representa 2,5% do mercado. O setor metal-mecânico também demitiu, e o comércio não está contratando, mesmo com a proximidade do Natal. Todo esse pessoal está partindo para a informalidade, cuja economia, por outro lado, está crescendo. Com a alta do dólar, a exportação é o melhor investimento para o setor têxtil e do vestuário”, avaliou Márcia.
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