Isoladas manifestações vêm questionando o momento pré-eleitoral como ocasião supostamente inadequada para o debate quanto ao número de vereadores, como se em tempos de pleito eleitoral houvesse assuntos proibidos ou inoportunos.
Enganam-se, porém, aqueles que especulam o movimento contra o aumento do número de vereadores como uma ação isolada com vistas a objetivos superficiais. A bandeira gravada com mensagem direta e franca contra o aumento do número de vereadores é tão-somente um primeiro passo de uma caminhada que pretende romper os estreitos limites que alguns tentam estabelecer, sabe-se lá com que interesses.
A maçonaria não empreende engenho algum que se assemelhe a “jogação para a plateia”. Sua história de desafio aos maiores algozes da liberdade rendeu frutos de valor incomensurável para a construção da democracia no mundo, no Brasil e em Nova Friburgo, o que não será diferente doravante.
Outrora, os ideais de igualdade e de liberdade traziam riscos de morte aos seus defensores, julgo sob o qual a maçonaria hoje vê-se livre. Nesse contexto, a caminhada ora iniciada, permite-nos muito mais do que mudar, sim, agora, a legislação, como também nos presenteia com a observação privilegiada do espírito de cidadania daqueles que defendem o aumento das vagas para vereador. O debate é mais oportuno do que nunca quando nos revela quem está de olho numa vaga, que poderá ser conseguida com míseros 700 votos, o que é uma afronta ao princípio da representatividade.
Que venham as mais elaboradas teses jurídicas em socorro da letra fria da lei. Mas que venham assinadas e que apareçam os rostos daqueles cuja pretensão é legitimar um ato que não passa pelo crivo da sociedade. Esse, por si só, já será um importante valor agregado ao processo eleitoral.
Nesse sentido, a velocidade das redes sociais e da comunicação nos tempos atuais talvez esteja antecipando a passos largos os próximos passos dessa marcha sem volta em direção à determinação dos destinos da sociedade friburguense por quem mais tem direito e dever de fazê-lo: ela própria.
Como já se mostrou evidente, os maçons tão-somente levantaram uma bandeira que é de todos os cidadãos comprometidos com a construção de uma cidade mais fraterna e igualitária. E para essa construção, muitas coisas são necessárias, mas definitivamente não precisa de mais vereadores.
Lojas Maçônicas de Nova Friburgo—Grande Oriente do Rio de Janeiro
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