“Aquela mata no fundo do quintal de casa é, na verdade, uma floresta que contém grande parte das plantas do mundo, e boa parte delas não é conhecida. Podem estar ali remédios para o câncer, a ansiedade e a depressão”
Quando perguntados onde está a maior biodiversidade do planeta, muitas pessoas diriam: na Amazônia. Mas apesar da imensa área intocada, a variedade de organismos não está relacionada com a extensão da floresta, mas com o número de micro-biomas e regiões de diversidade climática ainda preservados. Nas fronteiras entre os biomas há ainda maior número de espécies, como nos trechos entre o Cerrado e a Mata Atlântica.
Em artigo recente do PNAS, uma das principais revistas científicas internacionais, foi realizada uma revisão da localização 350.000 espécies de plantas que, estima-se, existam no planeta. Os resultados trazem novidades ao panorama mundial, e também ao nacional. Segundo este estudo, estariam por ser descritas 21% das espécies de todo o mundo, que ainda permanecem desconhecidas da ciência.
A maior diversidade de plantas no mundo passa a ser, segundo o estudo, a região entre o Equador e o Peru. A América Central e o México seria outra região com elevada biodiversidade. Entre os principais hot-spots, os locais de maior biodiversidade de plantas do planeta, continuam tendo destaque países como Madagascar e a Colômbia. Com tantas plantas diferentes quanto estes dois países, a Região Sudeste do Brasil fica em grande evidência: entre as restingas e lagos, é a Floresta Atlântica que recebe maior importância.
É, aquela mata no fundo do quintal de casa é, na verdade, uma floresta que contém grande parte das plantas do mundo, e boa parte delas não é conhecida, nunca foi estudada por botânicos, químicos ou farmacólogos. Podem estar ali remédios para o câncer e para a diabetes; para a malária e as doenças do coração; a ansiedade e a depressão.
O maior risco é que a exploração imobiliária e a devastação para a agricultura eliminem estas espécies antes mesmo que coloquemos os olhos nelas. São milhares de orquídeas e bromélias, helicônias e xaxins, palmitos e pinheiros, jacarandás e cerejeiras, só para citar alguns dos que já estão em risco de extinção na Mata Atlântica. Se não forem protegidos, desaparecerão sem que tenhamos ao menos os conhecido.
Em muitas iniciativas, procuramos por vida em lugares inóspitos e mesmo em outros planetas. Muitas dessas novas formas de vida podem estar bem perto, só sendo preciso que possamos formar biólogos para que estudem nossas florestas.
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