Os partidos políticos da base aliada, comandados pelo PT, incharam a máquina administrativa do Estado nestes oito anos da era Lula, que, hoje, qualquer esforço ou iniciativa de modernização ou racionalização passará, inevitavelmente, pela demissão sumária de 113 do quadro, aboletado em cargos técnicos, gerenciais e mesmo científicos sem a menor qualificação para tais funções, exceto o apadrinhamento ou tráfico de influência usado para a nomeação. O “curriculum vitae” foi substituído pelo Q.I. (Quem Indica) e os critérios para promoções em quadros executivos e chefias dependem do aval de greis aliadas ou adesistas, da ficha de militância, na participação em movimentos terroristas e nos anos de exílio ou de cadeia do indicado. E a Casa Civil da Presidência da República costumeiramente entregue a um(a) ex-guerrilheiro(a), ex-foragido(a) da Justiça ou ex-presidiário(a). As considerações vêm a propósito do esquema do tráfico de influência, lobby e nomeações descobertas há poucos dias e rumorosamente publicadas nas páginas policiais dos jornais a partir da demissão da sra. Erenice Guerra, ex-ocupante daquela pasta considerada o mais importante dos ministérios em um mar de lama e para o que o chefe da nação apresentou o clássico “eu não sabia “.
Há uma grossa leniência das autoridades responsáveis pela probidade administrativa do país e Executivo e Legislativo abusam em virtude da omissão do Judiciário que fica aguardando os resultados das reportagens investigativas para, só então, adotarem medidas de profilaxia, que, via de regra, ficam apenas em bombásticas entrevistas de procuradores e ministros e as leis são burladas ou ignorados. Não se pode atribuir a outra causa que não o tráfico de influência a procrastinação de certos problemas que tiveram ampla repercussão na mídia, envolvendo personagens de grosso calibre do lulismo, abafados sumariamente ou capengando na burocracia dos gabinetes, dos prazos, dos carimbos e dos pareceres. Fica difícil acreditar no princípio constitucional de que a lei é igual para todos e citar todos os casos inconclusos, na esfera policial ou judicial ocuparia muito espaço. E o pior é que a sociedade adotou a total omissão para não se comprometer ou setores mais ativos, antes inconformados com desmandos, como a UNE e as centrais sindicais. Cooptados, aderiram aos esquemas em troca de dinheiro, terrenos, empregos e mordomias. Sejam quais forem as legendas que ocuparão os cargos do poder, o tráfico de influência e o nepotismo continuarão a marcar presença em Brasília e nos Estados.
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